Um ministro teratológico, por Lygia Jobim

Já que se considera religioso, ajoelhe e reze para que o amor o ilumine e o afaste do mal que nos governa

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Um ministro teratológico

Da Carta Maior

Por Lygia Jobim

Já que se considera religioso, ajoelhe e reze para que o amor o ilumine e o afaste do mal que nos governa

Quando um Ministro da Educação defende a exclusão de crianças deficientes das escolas está se colocando em nível sub humano. Demonstra, no mínimo, ser, ele próprio, um deficiente no que significa a inclusão através da educação e o respeito às desigualdades. De uma só vez ofende os deficientes e ofende suas famílias.

Se, na sua opinião, as professoras não estão qualificadas para lidar com deficientes, cabe ao senhor qualificá-las. Não são estas crianças que atrapalham, Senhor Ministro. Quem atrapalha é um ministro preconceituoso e mais desqualificado para o cargo do que as professoras a quem acusa de desqualificadas. Sua falta de capacidade para exercer o cargo já foi evidenciada em diversas outras ocasiões.

Aproveito a oportunidade para lhe esclarecer que universidade não é para poucos. É para quem preenche os requisitos – entre os quais não se incluem cor ou renda mínima.

Da mesma forma aproveito para informar que cursei duas universidades e que em nenhuma delas, ao contrário do que V.Exa. declarou em 2018 em entrevista postada em vídeo no canal Meditando na Sã Doutrina, me foi incentivada “a prática sem limites do sexo”. Aliás, não me foi incentivada a prática do sexo nem com, nem sem, limites. Estudei e aprendi outras coisas.

Como Pastor, me perdoe, mas me parece que também deixa a desejar. Sendo a palavra de Cristo baseada no amor, nela não há lugar para o que denomina a “vara da disciplina”. Por esta teoria defende que é necessário educar crianças “com dor”, como expôs em preleção na Igreja Presbiteriana Jardim de Oração.

Para exercer o pastoreio de um rebanho, sugiro que aprenda com o Pastor Henrique Vieira, e já que Deus é um só e Cristo é o mesmo, tenha também umas aulas de amor cristão com o Padre Júlio Lancelotti.

Para exercer o cargo de Ministro da Educação sugiro a leitura de Paulo Freire. Adotando sua teoria pedagógica fará um bonito mundo afora, coisa da qual estamos precisando muito.

Suas teses, Senhor Ministro, em ambos os campos de atuação, são absurdas, monstruosas e degradantes para qualquer ser humano que as defenda.

Se me permite um conselho, já que o Senhor se considera religioso, ajoelhe e reze para que o amor o ilumine e o afaste do mal que nos governa.

Redação

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