USP suspende obras por falta de verbas

Jornal GGN – Por falta de verbas, a USP decidiu suspender, por tempo indeterminado, cerca de 80 projetos como o Parque de Museus, o Centro de Convenções, o Centro de Difusão Internacional, entre outros. A decisão foi tomada depois de gastar pelo menos R$ 160 milhões em quatro grandes projetos. As obras foram contratadas na gestão anterior, do reitor João Grandino Rodas. Segundo a nova reitoria, o cancelamento das obras faz parte de “medidas de reequilíbrio orçamentário da Universidade”.

USP manda suspender obras após gasto de R$ 160 milhões

Por Vanessa Correa

Da Folha de S. Paulo

Após gastar ao menos R$ 160 milhões em quatro grandes projetos, a USP decidiu suspender, por tempo indeterminado, as obras por falta de verbas.

Entraram na lista de um total de cerca de 80 projetos cancelados o Parque de Museus, o Centro de Convenções, o Centro de Difusão Internacional e a ampliação do edifício do auditório Camargo Guarnieri.

No caso do Parque dos Museus, que abrigaria os museus de Zoologia e de Arqueologia e Etnologia, foram gastos R$ 36 milhões, mas seriam necessários mais R$ 210 milhões para concluir o projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha.

Obra do Centro de Convenções da USP; obra ficará suspensa por tempo indeterminado

As obras foram contratadas na gestão anterior, do reitor João Grandino Rodas. O novo reitor, Marco Antônio Zago, anunciou em junho que investimentos já autorizados de R$ 460 milhões em obras seriam cancelados.

Outro caso de obra que ficará inacabada e sem uso é a do Centro de Convenções, que está com a construção quase pronta. Só neste projeto, R$ 100 milhões já foram investidos. Ainda seriam necessários R$ 40 milhões em obras do edifício e ruas no entorno e R$ 6 milhões em móveis e equipamentos para os auditórios para que o prédio entrasse em funcionamento.

REEQUILÍBRIO

Segundo a reitoria, o cancelamento das obras faz parte de “medidas de reequilíbrio orçamentário da Universidade” e a retomada delas não tem prazo para ocorrer.

Sobre o Parque de Museus especificamente, a reitoria afirma que havia “muitas dúvidas e imprecisões” sobre qual seria a solução técnica para concluir a obra do parque, pois havia incompatibilidade de projetos. Esses problemas levariam a um acréscimo de contrato de 25%, o que não é permitido por lei.

O órgão informou ainda que a obra prosseguiu o suficiente apenas para evitar desmoronamento da encosta do entorno e para garantir que o que já foi construído não se deteriore durante a paralisação.

A USP passa atualmente pela maior crise de sua história, com uma folha de pagamentos que supera seu orçamento. A universidade gasta, apenas com professores e outros funcionários, 5% a mais do que recebe do governo para se manter.

Esse deficit fez a reitoria cancelar a discussão sobre reajustes salarial no início do ano, o que provocou a mais longa greve da USP, de 116 dias. A paralisação culminou, em setembro, com a concessão de aumento salarial de 5,2% aos servidores. 

Redação

13 Comentários

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  1. auditoria

    A auditoria sobre os contratos vai sair agora ou só depois da denúncia da Veja (nunca)?

    Ouve-se histórias escabrosas sobre essas obras.

    A auditoria é imprescindível para isentar o nome do Reitor anterior Sr. Rodas.

  2. Vcs não estão entendendo, a

    Vcs não estão entendendo, a USP vai ser privatizada, e para melhorar o preço alguns prédios tem que cair, o pacote fica mais barato.

  3. O objetivo é privatiza-la de

    O objetivo é privatiza-la de modo que somente a elite (do dinheiro) possa frequenta-la. É claro que isto já é em parte verdade hoje, mas a exclusão tornar-se-á completa com a privatização. Não é este o ideário tucano?

  4. Comentário.

    “Novo reitor?” Se não fosse pró-reitor da gestão do Rodas e um dos membros do Conselho Universitário, isto é, da turma do primário precário, que não sabe fazer conta…

    O Camargo Guarnieri já tem seu orçamento fechado e o valor da obra idem. Muito estranho, agora, pararem uma obra.

    Talvez pensem que o auditório da Mindlin será um “mil e uma utilidades”, inclusive para a Orquestra, apesar de a acústica não ser apropriada para este fim.

    Não foi uma ocupação da reitoria e muito menos uma paralisação de terceirizados que quebrou financeiramente a universidade. Foram os “excelentes”, fazendo par com aqueles que estão há vinte anos no poder paulista. O problema de São Paulo é o paulista. E o espelho. Agora, suporta sem reclamar, pois a culpa não é do PT.

  5. Se São Paulo fosse governado

    Se São Paulo fosse governado pelo PT com certeza era pauta do Jornal Nacional, sabe com é não podem queimar um dos postulantes de 2018.

  6. Este filme eu vi na década de 90 com FHC.

    Seria isto que ia acontecer com as universidades federais se o Aécio ganhasse a eleição. Até a luz seria cortada. Voltariamos a miséria do PSDB dos anos 90. Sem concursos, sem bolsas de pesquisa e extensão. Sem programas para os mais pobres. Por favor Dona Dilma. Acabe com esta imprensa brasileira antes que eles acabem com a gente!

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