O desastre do Flamengo

Zico é o maior ídolo do Flamengo. Todos que o viram jogar se orgulham de ter assistido a um dos cinco maiores jogadores brasileiros de todos os tempos. Flamenguistas como eu, então, choram de saudade.

Mas sua vida dirigente é uma coleção de equívocos, boa parte devido àquilo que poderia ser uma virtude: a valorização da “boa conduta”.

De conduta ilibada, exige santidade dos atletas para aprovar seu trabalho. Ótimo, mas há um problema: com isso barraria Heleno de Freitas, Garrincha, Mário Sérgio, Paulo Cesar Caju, entre outros mal educados ou indisciplinados.

Na Copa do Mundo de 1998, foi dele a mão que tirou Romário, e descarregou um peso insuportável sobre os ombros de Ronaldinho. Deu no que deu.

SincSinceramente, entre um ataque formado por anjos pernas de pau e outro formado por demônios goleadores, prefiro os segundos.

Aliás, a história do futebol brasileiro seria absolutamente sem graça se não fossem os bedibois.

Talvez por isso Pelé para limpar seu currículo tenha desferido aquela cotovelada exemplar em Dagoberto Fontes do Uruguai, na Copa de 70.

No ano passado, nosso ataque não passava por uma blitz: mas em compensação fomos campeões.

E esta coisa também de só colocar amigos para trabalhar é outro erro: Silas…pelo amor de deus.

Não aprendeu com Tancredo: “Não dou emprego a quem não posso demitir” …ou cobrar. E nem com João Saldanha: “Não queira jogador pra seu genro”.

Do IG

Se repetir últimas 13 rodadas, Flamengo estará rebaixado

Time de Silas precisa somar 17 pontos até o fim do Brasileiro, mas nos últimos 13 jogos somou 11. Situação é parecida com 2005, quando clube se salvou na reta final

Na entrevista coletiva após a derrota para o Palmeiras, neste sábado, Silas prometeu cobrança. E o momento exige uma resposta rápida. Faltam 13 rodadas para o fim do Brasileiro e, se o Flamengo repetir o desempenho nas últimas 13, disputará a Série B em 2011.

Considerando 45 pontos o número que garante a salvação do rebaixamento (média entre os que terminaram na 16ª posição nos três anos anteriores), o Flamengo, com 28, precisa somar 17 pontos em 13 jogos, ou seja, precisa de seis pontos a mais do que nas últimas

13 partidas, nas quais somou 11 de 39 disputados, um aproveitamento de 28,2%.

Foram seis derrotas, cinco empates e apenas duas vitórias nas últimas 13 rodadas, com 13 gols pró e 17 contra. Mas o que chama atenção é o declínio da defesa nas últimas partidas. Falhas que a melhora ofensiva não está conseguindo acompanhar. Contra Fluminense, Grêmio e Palmeiras, o Flamengo sofreu oito desses 17 gols, quase a metade. Nesses jogos, o time fez seis gols, empatou duas vezes e perdeu uma.

A situação é muito parecida com a 25ª rodada do Brasileiro de 2005. Naquele ano, a equipe tinha o pior ataque do campeonato, com 27 gols, e somava 27 pontos (apenas um a menos do que o time atual) na zona de rebaixamento. Na época, a diretoria passou a oferecer um prêmio de R$ 3 mil por vitória para cada titular, estratégia repetida na conquista do título em 2009, mas que ainda não foi cogitada este ano.

No campeonato de 2010, o desempenho do ataque é ainda pior, apesar de desta vez estar em quarto lugar na lista dos menos eficientes, com 24 gols. Mas é bom ressaltar: em 2005, o Flamengo terminou a competição com 55 pontos e o Coritiba foi para a Série B com 49.

“A curto prazo é repetir, por exemplo, a atuação contra o Grêmio e eu procurar as peças que se encaixam nesse momento. Sofremos três gols de novo, são oito em três jogos, é muito. O torcedor quer ver o time jogando para cima, mas quer ver a disposição do segundo tempo nos 90 minutos”, analisa Silas.

“Três jogos por semana é um crime, mas é para todos, não só para o Flamengo. É com esse grupo que vou contar, é essa rapaziada que dará a volta por cima. Então tenho de bater, mas passar também a mão na cabeça pois há coisas boas acontecendo”, disse o treinador, que culpa em parte, pela má fase, a impossibilidade de treinar o time com jogos no meio da semana, situação que mudará a partir de 10 de outubro.

Sem descanso
O dilema de Silas é entre poupar jogadores exaustos pela maratona ou priorizar o entrosamento que demora a chegar com reforços, alguns deles fora de forma, contratados no meio da temporada. “A gente precisa ir jogo a jogo, não tem outra forma. Tenho de fazer o que está ao meu alcance”, explicou. “Gostaria de poder entrar e jogar também, o lance no primeiro tempo foi pênalti e tudo isso em um momento como esse vem para atrapalhar. Não tenho como hoje manter um entrosamento e rotatividade ao mesmo tempo. Não posso dar descanso e querer entrosamento. É um momento delicado para mim, mas a esperança está muito viva porque a gente vinha em um progresso. Duas vitórias jogarão para trás toda a tristeza de hoje”, disse o técnico flamenguista.

O excesso de gols no início dos jogos também é um ponto preocupante. O problema voltou a acontecer diante do Palmeiras, sábado, no Engenhão, e já incomoda os jogadores. Willians deu claros sinais disso: “Precisamos nos dedicar mais, ter mais garra e vontade. Parece que estamos entrando dormindo nos jogos”, reclamou, na saída do campo.

Luis Nassif

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