A morte de Roberto Scaringella, fundador da CET

Da Folha

Fundador e ex-presidente da CET

ESTÊVÃO BERTONI

Em 1973, ao assumir a direção do DSV, o Departamento de Operação do Sistema Viário de São Paulo, o engenheiro Roberto Salvador Scaringella fez algumas observações.

A imprensa da época destacou algumas delas: 1) A capital paulista não tinha infraestrutura de tráfego adequada ao seu tamanho; 2) A médio prazo, o metrô estaria superado; 3) A agressividade da população aumentava com os problemas do trânsito.

Roberto era um paulistano de ascendência italiana cujo pai, que se dedicou à construção de casas, sonhava em ter um filho engenheiro. Nos anos 60, formou-se na Poli-USP em engenharia civil e hidráulica.

Mas iria se dedicar à área de trânsito, sua paixão, embora, na década de 80 tenha se formado também em jornalismo.

Como lembra a irmã Rosana, Roberto tinha um dos primeiros registros profissionais do Metrô, de onde foi diretor de planejamento. Como diretor do DSV, era considerado o inimigo nº 1 dos motoristas paulistanos. Só em 1977, o órgão aplicou mais de 500 mil multas num período de 52 dias.

Em 1976, fundou a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e tornou-se seu primeiro presidente. Comandaria o órgão outras duas vezes. Foi ainda secretário municipal de Transportes de São Paulo.

Teve programas no rádio e na TV sobre trânsito. E admitiu já ter sido multado por estacionar em lugar proibido.

É descrito pela irmã como impaciente, com ar sisudo, mas também muito solidário.

Em tratamento contra um linfoma, teve uma leucemia. Solteiro, morreu na sexta (14), aos 73. A missa do sétimo dia será hoje, às 18h, no mosteiro de São Bento, em São Paulo.

Luis Nassif

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