O futuro do Parque da Água Branca

Atenção paulistanos das Perdizes, Lapa, Pompéia e adjacências leiam com atenção o texto abaixo:

Do Balaio do Kotscho 

Parque da Água Branca ameaçado: depois dos bichos, as árvores

Quatro meses atrás, também numa segunda-feira, publiquei aqui o apelo que recebi da amiga Malu Genevois, uma antiga moradora de Perdizes preocupada com o que está acontecendo no Parque da Água Branca, na zona oeste, um dos últimos espaços verdes da cidade onde as pessoas podem passear e as crianças brincar em meio a bichos e plantas que só costumam ver na televisão.

Em março, ela denunciou que estavam sumindo do parque os pavões e as galinhas d´angola. Foi reclamar com o administrador do parque e ficou sabendo que existiam planos de abrir ali uma praça de alimentação e não poderiam fazê-lo com os bichos andando soltos entre as mesas.

Frequentadora do parque há mais de 20 anos, onde habituou-se a fazer suas caminhadas matinais, nos últimos dias Malu percebeu que estão acabando também com as árvores. Li em algum lugar que a nova administração estadual pretende construir no parque um centro de música ou algo do gênero.

EsteEste é um dos mais antigos parques da cidade e resistiu bravamente à especulação mobiliária, aos enormes prédios que brotaram à sua volta. Quem foi consultado para se mudar a destinação dada àquela renitente área verde urbana?

Ao que parece, ninguém. Cada um que assume o poder sente-se no direito de fazer o que quer com um bem público. Por ser uma cidadã que luta por seus direitos, Malu Genevois mais uma vez vai à luta: enviou neste fim de semana uma mensagem, que reproduzo abaixo, a uma rede de 60 amigos e à Ouvidoria da Secretaria da Agricultura, desde sempre responsável pelo Parque da Água Branca.

Caros leitores: leiam abaixo o relato de Malu e vejam o que cada um pode fazer para salvar os bichos e as árvores que ainda restam no parque.

Amigas e amigos,

Continuo curtindo muito o Parque da Água Branca, onde faço minhas caminhadas em meio a muito verde e cantos de bichos. Mas estou preocupada, e é por isso que escrevo essa mensagem.

Depois de sumir com grande parte dos animais que encantam tanta gente (miúda e graúda), a atual administração está sumindo com a vegetação… Além de tirarem arbustos e arvoredos por todos os lados, agora são as palmeiras!

Entre as duas entradas do Parque que dão para a Rua Ministro Godoy, há uma área que ERA coberta por densa vegetação (dizem alguns que vegetação nativa, como a do Parque Trianon). São muitas árvores e, embaixo delas, uma quantidade enorme de palmeiras. Pois essas palmeiras estão sendo podadas rente ao chão! Uma barbaridade!!! Lá estão as motosserras a mil por hora, para deixar o parque “arrumadinho”. Agora, a gente enxerga o outro lado, pois não há mais arbustos nem palmeiras…

Se fosse um terreno particular, certamente a devastação seria barrada por um inspetor, que viria examinar o que estão derrubando e publicaria um veredito técnico; infelizmente, como é área pública, fazem o que bem entendem, sem dar a mínima satisfação…

Na opinião de alguns freqüentadores, a nova administração quer abrir o Parque à noite, e por esse motivo não quer deixar lugares onde alguém possa se esconder. Se for verdade, é um absurdo!

Mas mesmo se não for essa a razão, estou preocupada com outra área.

É aquela que fica atrás do lago, da casa do caboclo e dos coqueiros. Uma área linda, que garante o ar puro aos passantes, a reunião de pássaros que cantam tão animados, os cheiros de vegetação molhada quando chega o sol, enfim, um pedaço que empresta ao Parque essa sua vocação de “oásis” no meio de tanto asfalto! Será possível que vão fazer a mesma coisa e derrubar palmeiras, arvoredos e arbustos dali também???

Você, que está lendo essa mensagem, pode perguntar se já me informei, se já fui à Administração para saber a versão oficial. Já fui sim, antes de março, quando publiquei o texto sobre o sumiço dos bichos. Naquela ocasião, não tive respostas nem do administrador nem da Associação de Amigos do Parque. Melhor dizendo, não consegui saber o que pretendiam, faltou ouvir de quem cuida de um espaço público a prestação de contas que uma cidadã tem todo o direito de pedir e de ser atendida. Só me disseram que o Parque ia melhorar, que tudo ia ficar bem (…). Mas como e o que pretendiam, impossível saber…

Estou relatando tudo isso na esperança de divulgar o problema para outras pessoas e encontrar quem conheça alguém com quem falar que possa parar com isso, alguém que possa informar o que vai ser feito, alguém a quem escrever, a quem telefonar, alguém que vá até lá e constate o que está acontecendo. Tudo o que for possível! Você que se importa com o Parque, procure fazer tudo o que estiver a seu alcance para preservar esse nosso oásis! Como as motosserras vão recomeçar amanhã (2ª feira) a sua lida devastadora, tem que ser URGENTE, para continuarmos contando com um espaço verde – e não com uma praça de chão batido!

Abraço,

Malu 

Luis Nassif

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