Exclusiva: Dilma faz o diagnóstico invisível da sua gestão econômica

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Com colaboração de Tatiane Correia
 
 
Jornal GGN – A presidente afastada Dilma Rousseff apresentou um diagnóstico das medidas econômicas tomadas na metade de seu primeiro mandato e no segundo. Em entrevista exclusiva a Luis Nassif, na TV Brasil, explicou que as condições iam muito além das análises de mercado vistas de fora. Como obstáculos, Dilma apontou como fatores decisivos para as ações de sua equipe econômica a financeirização da economia brasileira, a grande pressão do Banco Central sobre a inflação, o fim do superciclo das commodities e, visto como um fator subestimado por olhares de fora, o cenário de seca não previsto que afetou a produção das hidrelétricas de 2012 até 2015.
 
Entre os motivos já visíveis, Dilma lembrou do cenário de política de controle da taxa de câmbio, taxas de juros, redução dos custos do trabalho e contribuições sobre a folha de pagamento. “Nós viemos a partir de um diagnóstico que a crise, mais cedo ou mais tarde, chegaria aos países emergentes. (…) E começa uma política, que eu diria que é uma política de controle da taxa de câmbio por parte dos países envolvidos, para criar condições para eles fazerem o superávit comercial. Diante disso, vimos que eles iriam diminuir aceleradamente e verticalmente a taxa de juros, o custo do capital, do ponto de vista da economia internacional e também o custo do trabalho”, relembrou.
 
A presidente lembra que a estratégia, à época, era investir em uma política anticíclica de combate à crise, que teve início no final do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre os anos de 2009 e 2010, e que foi intensificada na gestão da sucessora. “Nesse processo, nós buscamos de forma sistemática essas duas questões: reduzir o custo do trabalho e, por isso, reduzimos todas as contribuições sobre a folha de pagamento – deu algo em torno de uns R$ 28 bilhões”, contou, sobre as medidas adotadas já em seu segundo mandato, mas que afirmou já estar previsto desde a sua primeira gestão no Executivo. Entre as tomadas, Dilma também destacou a preocupação de seu governo na política de conteúdo nacional, como forma de evitar o “efeito violento da taxa de câmbio” sob a a competitividade, que fazia com que o país importava quase 35% dos automóveis, por exemplo.
 
“Todas essas políticas, junto também com o barateamento pelas condições internacionais da taxa de juros, foi possível reduzir as taxas de juros”, afirmou. O problema, ressaltou Dilma, foi a “sistemática crítica a esse processo” sofrida pelo governo, o que provocou um “efeito sob as expectativas”. “Tanto é que, com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) cobrando taxas de juros do programa de sustentação de investimento de 2,5%, você não consegue recuperar o investimento”, lembrou.
 
O jornalista Luis Nassif questionou, então, o fator da taxa Selic, que atingia 7,5% na ocasião, gerando uma expectativa nos fundos de pensão e fundos familiares de que o cenário se estenderia a longo prazo. A presidente admitiu que houve uma grande pressão do Banco Central sobre a taxa de inflação, além dos diversos interesses na rentabilidade financeira. “Ali, a política tradicional do Banco Central começa uma pressão, uma pressão sob a taxa da inflação. Tanto que nós tentamos uma série de medidas para impedir que houvesse uma explosão, principalmente, dos preços administrados”, contou.
 
“Tem um grau de financeirização na economia brasileira, em que todos os setores têm interesses. Havia, e acho que isso ficou patente, uma grande resistência à queda da taxa de juros. Não era algo trivial. Inclusive, porque diziam que estavam afetando o valor das ações na bolsa. Havia, então, uma situação que era bastante diversa para, não só aqueles que atuam especificamente no setor financeiro, mas também na indústria em geral e no setor serviços”, completou.
 
Entretanto, a presidente afastada defendeu que, apesar das pressões, a sua equipe econômica apostava no cenário de “virada”. “E percebemos que estava virando”, disse, completando que o momento em que a retomada passou a ocorrer é que não ajudou. “Vira em um momento muito estranho, porque se combina também com as manifestações de junho de 2013. Que são estranhíssimas naquele quadro em que se tinha uma taxa de juros caindo, uma taxa de investimento tentando ser alavancada, você tinha uma redução grande dos impostos”, analisou. Além disso, dentro da gestão econômica, Dilma ressaltou que o Orçamento, sobretudo em momento de crise econômica em que os riscos sofrem ainda mais pressões de interesses, entra para uma batalha “de disputa política”. 
 
Em um momento de grande pressão sobre as taxas, que a presidente situa na metade de 2013, ela acredita ter ocorrido uma recuperação no fim daquele ano, quando as pressões estariam “palpáveis”, embora o governo não tenha conseguido “segurar”. “Mas nós ainda fizemos um esforço. Aí começa algo que vamos sentir aos poucos, não se tem noção disso de imediato, que é o fim do superciclo das commodities”, lembra Dilma, ao comentar sobre o segundo grande obstáculo em sua gestão. “O fim do superciclo das commodities começa lentamente, lá pelo início de 2014, o petróleo ainda está no patamar dos 80, 100 dólares o barril. A China ainda não tem uma aterrisagem mais profunda. Ela ainda está crescendo entre 8% e 9%. Não há uma indicação muito clara disso”, conta a presidente. 
 
O terceiro fator – e que, em sua visão, foi subestimado pelo país – foi a seca vivida em 2012 e 2013, que teve uma expectativa de redução para o ano seguinte. Contudo, além da seca não ter se reduzido, o problema acabou se prolongando para 2015. “A expectativa é que ela tinha de ser mais suave. E os primeiros indícios, pelo final do ano (2013), dava a entender que ela não ia ser tão forte”, relembra. “Em 2015, nós temos uma intensificação violenta da seca, a ponto de chegar a 8% o reservatório de Furnas, que é o maior do país, já no final de 2014 e é muito forte no início de 2015”, contou.
 
Na época, o governo ainda sofreu pressão de diversos setores de que se deveria optar pelo racionamento, para evitar um colapso. “Não era necessário, porque tinha uma estrutura de térmicas”, disse, ressaltando o custo a ser pago: “Mas isso significava uma pressão muito forte na inflação. Muito forte. E nós tivemos uma alteração de preços relativo ali violenta”. 
 
Para analisar e criar toda a estratégia econômica de seu governo, Dilma Rousseff disse que o responsável foi o então ministro da Fazenda Guido Mantega (que esteve no cargo até novembro de 2014) e sua equipe econômica. Revelou que, mesmo após a saída do ministro, foi o seu “delinear” deixado na equipe que formou as medidas de “ajuste rápido”, para recuperar a economia, logo no início de seu segundo mandato. “E se coloca a necessidade de duas coisas: da CPMF e da mudança dos juros sob o capital, a partir da discussão sobre dividendos e sobre heranças. Na nossa avaliação, nós teríamos de fazer um ajuste rápido, que teria como fundamento um corte de despesas, mantendo os programas sociais, e teríamos de iniciar, imediatamente, um processo para ampliar a receita. Primeiro, reduzindo as próprias desonerações que nós tínhamos dado. Segundo, ampliando os impostos”, disse.
 
Ao ser questionada sobre a visão de que, em um processo de crise, o ajuste fiscal pró-cíclico aprofunda a recessão, Dilma respondeu: “Nós temos clareza absoluta disso”. Entretanto, explicou que o limite do Orçamento não absorvia mais investimentos. “Se você absorve de forma contínua no Orçamento, no ajuste, naquelas condições que nós estávamos absorvendo, com a inflação saindo do controle, por uma pressão clara, e, ao mesmo tempo, se você embute no Orçamento toda uma política anticíclica, você não suporta”, disse.  “Como você diminui a ‘pró-ciclidade’, vamos dizer assim, da política? Ao mesmo tempo que você corta despesas, refaz, porque nesse momento de crise fiscal você pode fazer alguns ajustes”.
 
Assista à entrevista completa:
 
https://www.youtube.com/watch?v=HCB74ydQKEg width:700 height:394
 
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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. Eu ainda não assisti a

    Eu ainda não assisti a entrevista, mas  presumo que Nassif não fez duas perguntas que gostaria muito de saber:

    1)  De qual cabeça  partiu a  ideia convidar Temer para vice?

    2) E qual foi a cabeça que resolveu mantê-lo como vice no segundo mandato?

     

    Pensei que a Dilma  adivinhou, sem perceber direito, sobre as dificuldades de governo no seu segundo mandato, dai ter  escolhidos figuras  horrorosas para criar base política , como Kassab, por exemplo.  E tb imaginou que colocando um inimigo como vice (o Temer) ele deixaria de ser animigo.  Duvido que Temer já não tivesse mostrado que  era um  judas, com perdão ao Judas.

  2. Excelente

    Necessária a iniciativa do Nassif. Além de muito ter sido explicado, a entrevista teve repercussão em toda a imprensa, mesmo na mais golpista.

    Maravilhosa esta proposta de irmos às urnas para a saída do impasse. É uma retomada do controle do processo e uma volta por cima, que deixa os golpistas em saia justa.

  3. A primeira parte da

    A primeira parte da entrevista foi muito boa, com questionamentos e respostas. Deu para formar um juízo. A segunda parte foi uma conversa de comadres, para falar mal do Cunha, do Temer, do STF, do Serra, dos vazamentos, do ministério público, da imprensa e, last but not least, do FHC…

  4. A entrevista mostrou que

    A entrevista mostrou que Dilma não tem condições e certamente não retornará.

    Nâo assumiu responsabillidades e pior, não apontou caminhos para o futuro.

    Não disse com faremos para desarmar o Estadpo Procuradoral e Policial que ela ajudou a armar. Essa seria a sua principal função.

    E Dilma parece que está com sindrome de estocolmo, se apaixonou pelos algozes, que pior, não são apenas dela, são do País.

    Se ela apontar alguma mínima chance de retornar é bem provável que a LJ, como já fez em outra ocasião, bote de novo no rabicó dela e do Lula e elimine as possibilidades.

     

  5. Uma entrevista muito

    Uma entrevista muito importante. Ela revela, na minha opinião, alguns dos graves equívocos da política anticíclica adotada. Cito apenas um: reduzir o custo do trabalho por meio de desonerações fiscais e previdenciárias foi uma opção tremendamente ruim, principalmente pelo seu impacto nas contas públicas, com destaque para as da previdência. O que importava era alterar a relação câmbio/ custo salário, e preservar o espaço para uma política fiscal anti-cíclica. O impacto inflacionário de deixar “deslizar” o câmbio é inegável. Teria de ser aceito.

  6. As críticas econômicas do Nassif

    Sou leigo em tudo, mormente economia. Nesse último parágrafo, parece-me que à grande crítica econômica que o Nassif fez ao Governo nos últimos anos houve resposta “técnica”, digamos. (Ou o respeito não retrucou). E, quanto à Selic, o que se sabe: governos dificilmente têm força política para deixá-la em um dígito.

    A questão é: por que os economistas “pecam” [força de expressão] ignorando a Política, interna e externa, como se a economia fosse uma ciência autônoma e se movesse per se? Se Delfim já citou vários autores que a desmatematicaram, quem está politicando-a?

    E quanto à Presidenta do País, sempre sabendo tudo em detalhes. Quais outros exemplos de governantes assim que temos no planeta?

    Quanto à crítica ao fato de ser centralizadora, será que é possível governar uma casa sem que a esposa ou o marido centralize? [Não: a esposa sempre centraliza (principalmente passando ao macho a impressão de que é ele o centralizador).]

    Pela entrevista parabéns ao “Deep Blue” do Nassif.

     

  7. Volta Dilma

    Uma entrevista que mostra lucidez e estatura de chefe de Estado e que a coloca numa ilha envolta ao mar da politicagem tradicional brasileira, onde prevalecem a mente tacanha e os interesses mesquinhos expostos nas faces de Aécio, Serra, Aloysio e de todos os “cunhas”.    

  8. Dá de mil em Temer!

    Revi minha posição e já acho que os movimentos sociais deveriam apoiar o plebiscito por duas razões: a primeira é que se tornou mais importante apear os corruptos selvagens que tomaram o Poder de assalto ilegalmente; a segunda é porquê no plebiscito pretendo votar NÃO a novas eleições e fazer intensa campanha para que a Presidenta Dilma exerça o mandato que lhe foi conferido nas eleições de 2014 para durar até 2018. Ou seja, o plebiscito não impede que continuemos a defender o mandato legítimo de Dilma. Qualquer governante pode ter altos e baixo, é só ler a mídia internacional e ver os índices de aprovação de presidentes como o dos EUA e da França, entre outros, mas em nenhum desses países estão querendo depor seus presidentes legítimos por causa de impopularidade, que pode ser momentânea.

     

    PS – Uma evidência ficou demonstrada: Dilma está anos-luz mais preparada para ser presidente do que Temer ou qualquer outro de seu bando de salteadores.

  9. A melhor entrevista de DIlma

    A melhor entrevista de DIlma foi concedida justamente nesse terrível momento de crise pelo qual o país atravessa. A presidenta demonstrou muita lucidez e se pôde perceber claramente que será ela a principal protagonista nas futuras negociações para a  solução dos impasses.

  10. conselho da república

    Boa tarde, Nassif. Antes de mais nada FORA TEMER!

    Sua entrevista com a Presidenta Dilma foi uma lavagem de alma…

    Mas gostaria que você, se puder, explicasse, com detalhes, não só para mim como para o povo brasileiro, esse CONSELHO DA REPÚBLICA, que não ouço falar dele desde 61.

    Seria possível?

    Um forte abraço

     

  11. Uma proposta ao PT
    Esta muito claro que se Dilma voltar vai pedir novas eleições gerais, sugiro ao PT lançar a própria Dilma como cabeça de chapa nessas eleições e o Boulos como vice

  12. Nessa parte da entrevista,

    Nessa parte da entrevista, fica claro que Dilma ainda não conseguiu desatar o nó de seu governo. Isso tem que ser visto em um contexto mais amplo, se ficar só nos detalhes, não se consegue ver o quadro inteiro. Ela deveria ter mantido a política de juros baixo e desvalorização do real em 2012/13 mesmo com um ambiente político em teoria mais negativo mas fraquejou. Pior, usou os preços administrados para segurar a inflação e com isso descapitalizou as empresas de energia. Em seguida, depois da reeleição, joga todas as fichas em um mega programa pró-ciclico imaignando que isso iria atrair a confiança dos investidores estrangeiros e assim se financiar para um programa de investimentos públicos. Outro erro de avaliação, tanto político quanto econômico. Assim como foi um erro de avaliação político e econômico a política de desonerações. A verdade é que o PT teme o enfrentamento e toda vez que ele percebe a possibilidade de enfrentamento, ele trata de recuar e evitá-lo, por mais que esse recuo se revele inútil e caro no futuro. Não existe desenvolvimento possível estável com o contínuo atendimento às demandas da oligarquia financeira. Passamos este tempo todo na ditadura do curto prazo e tudo indica que vamos continuar nela. Isso ficou claro para quem não queria ver no segundo mandato. De nada adiantou o mega ajuste, a infação ficou acima da meta, perdemos o nível de emprego, todo mundo ficou decepcionado com o governo (principalmente seus apoiadores, já que seus adversários não se sentiriam satisfeitos com nada além da renúncia). Assim como nada adiantou ter apostado em manutenção de juros alto ou em desonerações. Tivesse o PT partido para um política efeitva de gastos, mesmo estourando a meta de inflação mas mantendo o nível de emprego, te garanto que eles teriam mais apoio e provavelmente muito dos que sairam as ruas contra o governo, teriam pensado duas vezes antes de fazê-lo. Agora resta ver se eles entenderam as lições.

    1. Essa realmente foi a melhor

      Essa realmente foi a melhor parte da entrevista. Mas o que ela não diz é que a razão para o aumento dos juros foi o aumento da inflação. E aí vem com essa história de financeirização, prociclicidade, desoneração e outras viagens.

      Cá entre nós, reclamar que, numa eleição apertada, houve uma mudança do equilíbrio do centro para a direita é de lascar. Ela era a presidente e deveria ter feito a composição política, com uma ideia clara e liderança efetiva.

  13. Entrevista

    Primeiramente, parabéns a Nassif pela entrevista. Gostei da análise de vários pontos que me esclareceram.                                   1)Sempre achei estranha aquele mundo de jovens nas ruas em 2013, sem uma meta,eram contra tudo.                                         2) O Banco Central era contra baixar os juros e os empresários também. Os empresários brasileiros são rentistas, não só eles, como os políticos, os juristas e todos aqueles que tem dinheiro aplicado.                                                                                          3).O fator Cunha na Presidencia da Câmara que tinha pauta própria, o que nunca havia acontecido.                                                4) A reação do PSDB após as eleições forçando um terceiro turno.                                                                                                            O que não ficou bem explcado:                                                                                                                                                                            1) Por que deixar a Lava Jato agir sem dar uma resposta aos metodos ali aplicados com prejuízo na economia?                          2) por que não chamar juristas competentes ouvi-los e deixar claro que era contra as prisões baseadas em delações premiadas?                                                                                                                                                                                                                3) Por que não mudou o presidente do Banco Central?                                                                                                                                4) Por que não entrar em cadeia nacional e relatar o que na verdade estava acontecendo?

    Vou hoje a manifestação no Rio do “Fora Temer” porque prefiro ela, do que Temer. Ela pode ter cometido erros , mas tem caráter, ele não tem.

  14. Que lástima !

    Capitã Dilma, neste mundo ninguém quer saber as ondas que você enfrentou, todos querem saber se você foi capaz de trazer o barco com segurança ao porto.

    Como eu sempre digo, toda derrota pode tem explicação, só as vitórias nunca são explicadas. Ou seja, se a senhora está tendo que dar explicações, saiba que foi derrotada.

    Volto a insistir nos exemplos que nos cercam. E a Colômbia que ficou de fora dessa “tendência” idiota que afligiu a AL na última década é o melhor deles.

    A Colômbia enfrentou todos esses revéses listados por Dilma e se saiu muito bem. Preço de commodities ? O óleo cru é o maior item de exportação da Colômbia, grande produtor mundial. O óleo refinado e os alimentos compõe basicamente o resto da cesta de exportações. E daí ? Porque eles não sentem como nós a queda das commodities ? Porque fizeram a lição de casa. Em 2014 o governos Dos Santos introduziu o imposto temporário sobre a riqueza, de 2015 a 2017 os colombianos ricos terão que pagar entre 0,5 até 3,5% e pronto.

    A seca, o fenômeno El NIno, totalmente previsível, afetou tanto lá quanto cá.

    Hoje a Colômbia graças aos ótimos governos dos últimos anos crescre consistentemente, distribui renda consistemente e gradualmente minora a desigfualdade, e em breve, muito breve, irá nos ultrapassar em renda per capita.

    E isso porque tem que enfrentar um problema com a guerrilha.

     

     

  15. A financeirização é um ponto

    A financeirização é um ponto crucial que ela conseguiu captar. E também se pode dizer que a alta da inflação a partir de 2013 não foi por acaso. O pessoal que deixou de ganhar nos juros quis compensar com o aumento da margem de lucro, e ainda criou uma pressão adicional pela alta da SELIC. De quebra, as manifestações de 2013 derrubaram (sem nenhum motivo racional) a popularidade do governo, no auge da queda de braço dos juros. Isso diminuiu a margem de manobra para enfrentar a pressão rentista, inclusive porque a inflação se tornou um problema urgente, diante do desgaste político que se acumulava.

    1. Racionalidades e racionalidades

      Você, Márcio, é que acha que não houve “nenhum motivo racional” nas manifestações de junho.

      Se você continuar assim, não vai conseguir entender jamais o mundo da política.

  16. Isn’t the economy,

    Isn’t the economy, stupid!

    Desde que foi dita a famosa frase no debate presidencial americano, virou uma mandamento “religioso” de governos apolíticos ou pouco políticos essa preocupação demasiada com a economia como esteio de sustentação dos mesmos governos. Não é a economia, e sim a percepção dela; que é ditada PELA MÍDIA.

    Dilma e o PT, em matéria de comunicações são uma anta. E ninguém bem governa confrontando toda a opinião pública. Ninguém!

    No Senado romano já se advertia: “Não basta ser a mulher do César”.

  17. dilma alinhou com segurança a


    dilma alinhou com segurança a sua opinijão sobre  as questões que

    julga fundamentais para a perpetração do golpe….

    2013 foi o ano da manipuloação midiática contra a baixa dos

    juros´promovida pelo governo popular e evidentemente a

    manipulaçao sobre as tais estranhíssimas manifestações… 

  18. Boicote ao governo federal.

    Durante a entrevista, a Presidenta deixa bem claro, que o desajuste nas contas públicas, e o início dos descontrôles das contas públicas, ocorreu por causa de um boicote aos planos econômicos do governo, por parte de quem deveria está governando junto com o Poder Executivo: O Congresso; As forças civís responsáveis pelas prometidas parcerias; A imprensa, totalmente descontente com o foco social, que gradativamente aumentava os recursos para as áreas sociais, e consequentemente, despriorizava os ricos e poderosos.

    Com estas fôrças, trabalhando contra, e torcendo pelo “quanto pior, melhor” ninguém governa, e nenhum país avança.

    Na parte política, fica bem clara, a enorme influência do Dep. Eduardo Cunha, no Congresso, e quando ele assume a Presidência da Câmara, aí então, ele cresce assustadoramente, e adversário confesso do governo petista, e tendo “na manga do colête” 90% dos dirigentes PMDBistas, ele determinava a pauta do Congresso, e colocava o governo na lona, não apoiando nada que vinha do Executivo, e engavetando todas as reformas, que estavam para serem analisadas e votadas.

    No episódio da abertura do processo do impeachment, ele manobra tudo, de maneira que a Presidenta, fique sempre “nas cordas” desta arena política, e com a governabilidade chegando a zero, e com a Presidenta perdendo o apôio dos (ainda) aliados, deu no que deu.

    Com relação à mídia, que conseguia(e ainda consegue) infiltrar seus espiões na 13@ Vara Federal( leia-se República do PR/Moro) e conseguir seguidos vazamentos, que formavam na opinião pública, a falsa idéia, de que o governo federal e os petistas, “inventaram” a corrupção, e iriam eternizar-se no Poder, se continuassem govenando.

    Fica bem claro até agora, que os oposicionistas, não estavam querendo “derrubar” a Dilma, apenas porque ela hipoteticamente estaria “quebrando” o país, pela má condução econômica, e por falta de gestão macro-econômica, tanto que as explicações da Presidenta, sobre o pré-sal, e outros programas federais, eram consistentes.

    Agora, após os vazamentos das conversas do ex-presidente da Transpetro, com o Romero Jucá, e com o Sarney, percebe-se que a intenção de derrubar a Presidenta, tinha razões mais que políticas ou por causa de teóricas impobridades administrativas, e sim interes$$e$ comerciai$.

    Finalizando, entende-se que num provável retôrno à Presidência, a Dilma, aceita enviar ao Congresso, um plano de fazer um plebiscito, para aprovar a continuidade do Presidencialismo, ou votarmos um regime Parlamentarista, e num primeiro momento, se a população quer, a convocação de nova e imediata eleição presidencial, ou até gerais.

     

     

  19. Compartilho campanha no facebook

    Ronaldo Fernandes signed a campaign via Avaaz.org.

    8 de junho às 20:27 · Avaaz.org ·  

    vamos pedir gente
    Liana Spaolonzi Katherine Kay Porto Jorge Cunha Miguel Arcanjo Eustaquio Corgosinho Marilia De Dirceu Moresco Sergio Arruda Werther SerralheiroLuiz Claudio De Paula Jorlando Durante Djalma Salathiel

     Organização das Nações Unidas – ONU: Devolver a presidência do Brasil para Dilma Rousseff (CLICK NA FOTO PARA ASSINATURA DIGITAL)A nossa presidente não cometeu nenhum crime. E como ela mesma falou: ”É um processo frágil,…AVAAZ.ORG  

     

  20. Incrível!

    A Dilma só pensa em termos tecnocráticos. Ela é incapaz de sair da esfera da gestão!

    É notável o desprezo dessa mulher pela política!

    Quando a política surge, ela não entende:

    “(…) as manifestações de junho de 2013 (…) são estranhíssimas naquele quadro em que se tinha uma taxa de juros caindo, uma taxa de investimento tentando ser alavancada, você tinha uma redução grande dos impostos.”

    O mundo da política é algo impalpável, simplesmente inapreensível para ela.

    E ainda por cima é bestialmente arrogante… Só podia dar no que deu.

    1. Uma história vetusta como o

      Uma história vetusta como o mar morto:

      Transforme um gerente em diretor e perca um ótimo técnico para ganhar um péssimo político.

      Premissa básica de recursos humanos em qualquer organização que – incrivelmente – a desconhecem.

      Nem quem a nomeou e a própria.

      Não é a toa – inclusive – que houveram outras péssimas nomeações por critérios…”republicanos” (tolos, na verdade)

      Barbosa – STF – Justificativa: “precisamos de um negro no Supremo”

      Carem Lúcia – STF – Justificativa: “precisamos empoderar as mulheres”

      Fux, o Peruquinha – STF – Justificativa: “…ele disse que mata no peito e empurra pra dentro…” (by José Dirceu, o “esperto”)

      Toffoli, o menino de recados – STF – Justificativa: Precisavam garantir alguém do partido (gargalhadas)

      Isso sem contar o banimento do Paulo Lacerda para Portugal que funcionou como uma patética DESnomeação.

      Bom, justificativa: “pressão forte demais”.

      (se você é um dos homens mais poderosos do mundo e não aguenta…”pressão”, quem é que aguenta?)

      .

      Aí vem um pessoal das antigas (aqui neste espaço) dizer sobre tirocínio político e visão de estadista e você se pergunta:

      Em que nível matrix da realidade será que vivem?

      Ou, então, o que diriam se realmente fosse um estadista?

      Que é um dos gênios da humanidade? 

      1. Foi estadista

        Infelizmente o Brasil não é para estadistas, mas para canalhas. A direita estava a 500 anos no governo. A esquerda tinha apenas 14 anos. Um adolescente. A canalhice normalmente vem depois dos 30. Não confie em nibguem com mais de trinta anos dizia uma musica da minha infância.

        1. Discurso retórico infantil e cansativo.
          Getúlio e Jucelino eram políticos alinhados à direita?

          Fizeram governos razoáveis em épocas que o país possuía uma série de deficiencias.

          Não havia sequer estatísticas, regramento orçamentario, infraestrutura, noção a respeito de políticas publicas, amparo social, comunicações…

    2. Veja como se pode melhorar muito o que você diz

       

      Ricardo Cavalcanti-Schiel (sábado, 11/06/2016 às 20:08),

      Normalmente eu considero suas opiniões bastantes equivocadas e como você me parece uma pessoa com muita formação eu fico imaginando o que está acontecendo com as nossas academias que levam as pessoas a se expressar de um modo um tanto afastado da realidade e muitas vezes fazendo afirmações que podiam muito bem serem ditas por uma criança.

      É claro que o veículo de expressão de quem escreve em um blog é um blog, mas este não poderá evoluir se as pessoas que nele escrevem, percebendo a pequenez do seu alcance (do blog), descuidam do que tem a dizer e dizem sem importar com a consistência do conteúdo e a racionalidade dos argumentos. Em um processo assim o blog acaba se tornando um nicho de poucos que se esbravejam entre si sem nada acrescentar nem a um terceiro nem entre eles próprios.

      Se eu já vinha com certo viés contra os seus comentários, aqui neste seu comentário eu não vejo razão para contestar o que você diz, até porque se vejo diferença no que eu penso é mais pela intensidade da argumentação do que pelo conteúdo. No entanto, lembrei de um comentário antigo e um artigo mais antigo ainda, mas que nos últimos meses foram muitas vezes transcritos ou indicados aqui no blog de Luis Nassif e que já disseram o que você diz e me parecem muito mais fundamentados e instrutivos sobre a nossa realidade do que aquilo que você expõe. Vou os transcrever para que você mesmo possa fazer a comparação.

      Primeiro transcrevo o comentário de Marco Antonio Castello Branco. O comentário foi enviado quinta-feira, 26/06/2014 às 01:45, para junto do post “Para entender o desgaste do governo Dilma” de segunda-feira, 16/06/2014 às 16:47, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/para-entender-o-desgaste-do-governo-dilma

      E no comentário, Marco Antonio Castello Branco diz o seguinte:

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      “Penso que a origem primeira das dificuldades do governo da Presidente Dilma reside na ideologia que ela abraçou e que propaga a supremacia da racionalidade técnica sobre a política como instrumento de construção de um projeto coletivo. Em torno dessa ideologia construiu-se a crença ingênua de que um dia a administração das coisas poderá substituir o governo dos homens.

      Isso contribui para que mesmo num país jovem como o Brasil, no qual o exercício da representatividade democrática ainda se encontra na adolescência, surjam sinais de esgotamento da democracia representativa e de tentativas de democracia direta. Dilma sanciona o desencanto dos brasileiros com a política ao demonstrar seu desprezo pelos políticos. Não está a seu alcance fazer o novo ordenamento legal das instituições políticas e o sistema eleitoral. Mas nada impede a Presidente de se cercar de deputados, senadores e homens de partido que melhor representam a prática da política no nosso país. Eles existem tanto na base do governo como na oposição. Ao não reconhecê-los e ao desprezá-los Dilma se alinha e sanciona o jogo maniqueísta e moralizante da mídia, que, afinal, fará dela e de seu governo sua derradeira vítima.

      São provavelmente sintomas desse fenômeno de crise da representatividade, a celebridade mediática alcançada pelos desvios de conduta de parlamentares, e os debates entre a moral e a política que não cessam de surgir na opinião pública, o que, vale aqui salientar, não é nenhum privilégio da sociedade brasileira.

      Faço aqui recurso ao pensador francês Julien Freund, cujas decepções íntimas causadas pela realidade da prática política o levaram a estudar o que é a essência da política, ou seja, a descobrir o que se esconde atrás do véu hipócrita de certas concepções moralizantes. Não se tratava para ele de subtrair a política do julgamento moral, nem de isolar esses dois conceitos um do outro, mas simplesmente de reconhecer que eles não são idênticos, pois a moral e a política não visam os mesmos objetivos.

      Apesar de ser desejável que o homem político seja também um homem de bem, ele pode também não o ser, pois tem a seu encargo a comunidade política, independentemente da sua qualidade moral. Julien Freund chama a atenção de que reside na identificação da moral com a política uma das fontes primárias da intolerância, do despotismo, das ditaduras, e dos tribunais populares.

      Apesar de estar consciente que não existe uma política moral, mas que se pode construir uma moral política, Julien Freund nos recomenda apelar para a vigilância e para a lucidez. Uma lucidez que sabe que ela não será jamais capaz de eliminar a morte, a violência, a maldade e a corrupção dos homens; uma vigilância que conclama a construir muralhas sólidas, um regime de governo e um conjunto de leis que evitem os exageros.

      Dilma parece ter assumido no íntimo de suas convicções o julgamento moral da política e por isso despreza todos políticos. Tem faltado a ela a lucidez de que governar os homens é mais valioso do que gerenciar planos, programas e obras”.

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      Um texto que há de se ficar na memória. Há até alguns erros de escrita, mas que qualquer corretor ortográfico consertaria sem mais esforço. Espanta-me saber que se trata de escrito de um engenheiro expressando aquilo que os melhores conhecedores das ciências humanas não conseguem dizer de modo tão cristalino e profundo. Agora comparando o comentário de Marco Antonio Castello Branco com o seu comentário que expressa também o que eu penso, eu fico pensando, como as minhas idéias são tão infantis.

      E transcrevo a seguir o artigo “Os riscos do vice-presidencialismo” de autoria de Luiz Felipe de Alencastro publicado na Folha de S. Paulo de domingo, 25/10/2009, portanto há quase 7 anos. Disse lá Luiz Felipe de Alencastro:

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      “TÊM SIDO bastante debatidas as convergências e as complementaridades das políticas econômicas e sociais dos governos FHC e Lula.

      Pouco se disse, entretanto, sobre a estabilidade institucional assegurada pelo sistema de dois turnos e pela reeleição dos dois presidentes.

      A introdução dos dois turnos ofereceu vitórias incontestes aos presidentes eleitos desde 1989. Ainda quando foi decidida no primeiro turno, como em 1994 e 1998, a eleição garantiu a maioria absoluta dos votos válidos a FHC. Nem sempre foi assim: a vitória de Juscelino Kubitschek em 1955, com apenas 36% dos votos válidos, desencadeou uma campanha golpista e uma grave crise política.

      Votada no Congresso sob suspeita de corrupção, em vez de ser submetida à legitimidade de um referendo nacional -como defendia, entre outros, Franco Montoro-, a emenda da reeleição superou seu aleijão de nascença e demonstrou sua viabilidade. O abandono dos projetos sobre terceiro mandato ajudou a firmar a reeleição simples no edifício político do país.

      Outro ponto importante da normalização política foi a transformação do estatuto do vice-presidente. De saída, é preciso atentar para o fato de que o Brasil parece ser o único país do mundo dotado de um sistema presidencialista multipartidário, com eleição direta de dois turnos, em que são eleitos conjuntamente o presidente e o vice-presidente.

      No período 1946-1964, com eleições num turno único, seguia-se no Brasil a prática americana. A escolha do vice-presidente concretizava a aliança que potencializava o alcance eleitoral do candidato a presidente.

      Quando o vice – eleito diretamente – tinha voo próprio, como no caso de Jango, vice-presidente de Kubitschek e de Jânio, o quadro se complicava.

      Com os dois turnos, as regras do jogo mudaram. Como escreveu um autor, depois do primeiro turno, o candidato a vice-presidente é como uma bananeira que já deu cacho. Tendo atraído a maioria dos votos que poderia puxar para seu companheiro de chapa, sua atuação não ajuda a campanha do segundo turno. Mas pode atrapalhar os entendimentos com candidatos derrotados no primeiro.

      Por esse motivo, a escolha do candidato a vice-presidente transformou-se numa operação delicada para os presidenciáveis. Parte do sucesso dos dois mandatos de FHC e de Lula repousa, aliás, na escolha de vice-presidentes que cumpriram suas funções com relativa discrição e total fidelidade aos dois presidentes, antes e depois das eleições. Por caminhos tortuosos, desenhou-se uma prática política e constitucional que vem assegurando a democracia e o crescimento econômico.

      A aliança entre o PT e o PMDB apresenta outra relação de forças. Caso o deputado Michel Temer venha a ser o candidato a vice-presidente na chapa da ministra Dilma Rousseff, configura-se uma situação paradoxal.

      Uma presidenciável desprovida de voo próprio na esfera nacional, sem nunca ter tido um voto na vida, estará coligada a um vice que maneja todas as alavancas do Congresso e da máquina partidária peemedebista. Deputado federal há 22 anos seguidos, constituinte, presidente da Câmara por duas vezes (1997-2000 e 2009-2010), presidente do PMDB há oito anos, Michel Temer vivenciou os episódios que marcaram as grandezas e as misérias da política brasileira.

      O partido sob sua direção registra uma curiosidade histórica. Sendo há mais de duas décadas o maior partido político brasileiro, jamais logrou eleger o presidente da República. Daí a sede com que vai ao pote ditando regras ao PT e a sua candidata à Presidência. Já preveniu que quer participar da organização da campanha presidencial, disso e daquilo. No horizonte, desenha-se um primeiro impasse.

      O peso do PMDB e a presença de Temer na candidatura a vice irão entravar, no segundo turno, a aliança de Dilma com Marina Silva, Plínio Arruda Sampaio (candidato do PSOL) e as correntes de esquerda que tiverem sido derrotadas ou optado pelo voto em branco e voto nulo no primeiro turno.

      Levado adiante, o impasse poderá transformar a ocupante do Alvorada em refém do morador do Palácio do Jaburu. Talvez, então, Temer tire do colete uma proposta que avançou alguns anos atrás. O voto, num Congresso aos seus pés, de uma emenda constitucional instaurando o parlamentarismo. Em outras palavras, complicada no governo Lula, a aliança PT-PMDB pode se tornar desastrosa num governo Dilma em que Michel Temer venha a ocupar o cargo de vice-presidente.

      A declaração de Lula sobre a eventual aliança de Jesus e Judas deu lugar a um extravagante debate teológico. Mas a questão essencial é mais terra a terra. E só o futuro dirá se a frase de Lula terá sido uma simples metáfora ou uma funesta premonição.”

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      O artigo de Luiz Felipe de Alencastro “Os riscos do vice-presidencialismo” pode ser visto no seguinte endereço:

      http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2510200908.htm

      Junto ao post “O raio X da política e o fator Temer” de sexta-feira, 07/08/2015 às 19:45, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele, o próprio Luiz Felipe Alencastro, sexta-feira, 07/08/2015 às 23:56, fez uma chamada para o link do artigo dele na Folha de S. Paulo em comentário consistindo só da chamada para o link. O comentário dele é o oitavo em um post com 265 comentários e junto ao comentário dele eu enviei sábado, 08/08/2015 às 11:39, um comentário em que deixo outro link para o mesmo artigo que também fora publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos e que é o seguinte:

      http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-anteriores/26917-os-riscos-do-vice-presidencialismo

      Em meu comentário além de deixar o outro link eu também fiz transcrição de alguns parágrafos que eu considerei mais pertinentes. Queria evitar que o texto de Luiz Felipe Alencastro ficasse de algum modo inalcançável porque muitas vezes os links do UOL só permitem o acesso aos assinantes. E o link para o post “O raio X da política e o fator Temer” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/o-raio-x-da-politica-e-o-fator-temer

      Enfim, nos dois textos há tudo que é preciso falar sobre a falta de habilidade política da presidenta Dilma Rousseff. Falta de habilidade que de certo modo tem muito do que Hannah Arendt considerou como o grande cisma entre a filosofia e a política, ou seja, a separação da filosofia tal como ela estava contida e contada nos ensinamentos de Platão relativamente à política, separação essa que seria decorrente do resultado infausto na avaliação de Platão do que foi o julgamento de Sócrates.

      Para uma técnica como a presidenta Dilma Rousseff, a administração pública deve ser cartesiana e racional. Ela jamais vai aceitar o fisiologismo como algo natural e inerente à democracia representativa nem nunca conseguirá entender que o que faz a democracia representativa superior a democracia direta é o exercício do fisiologismo – um plus da comunicação humana – que só pode acontecer na democracia representativa que se realiza como um processo e não de modo pontual como a democracia direta.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 11/06/2016

  21. Nossa sábia presidente

    Nossa sábia presidente percebia que a Petrobras estava sendo investigada com foco nela e em Lula; e que os desdobramentos chegariam nos corruptos que estavam como tal pela sua base aliada no congresso. Defender seu governo envolvido, naquele momento intermediário da crise, chamaria para si este confronto, o qual pareceria maior do que a causa improvável da Lava Jato. 

    Muita gente humilhou Dilma, dizendo que ela não tem competências para governar.

    Dilma, embora muito preparada para gestão fundamental da economia, evitava criticar os déficits públicos que o Banco Central fazia (210 bilhões de reais) em favor do mercado, visto que este remunera a expropriação do orçamento em todos os escalões da equipe econômica.

    De outro modo, se ela tentasse neutralizar a crise nas empresas, seria atraída para o centro do furacão midiático. Isto só veio ocorrer com base nas pedaladas fiscais, preparadas pelo PSDB, com honras para os banqueiros. A esta altura, assim como o mandato de Cunha fazia tudo por dinheiro, ela teria que esquecer o Brasil afogado pela dupla Tombini/Levy para proteger centenas de deputados denunciados na Lava Jato; e precisaria colocar como principal paradigma estancar as investigações na PF, para resistir a ameaça de impeachment, com parâmetros a um Estado sabotado pelos americanos.

    Dilma não fez nada disso, e o Brasil continua esquecido na elite governante.

    E com a Lava Jato fica o crédito das instituições quebradas – que não fazem a menor diferença política – enquanto a originalidade dos valores sociais não moldam nem as eleições para presidente. 

  22. “Uma criatura” o exemplo mais
    “Uma criatura” o exemplo mais evidente: ‘Pois essa criatura está em toda a obra;
    Cresta o seio da flor e corrompe-lhe o fruto;
    E é nesse destruir que as suas forças dobra.
    Ama de igual amor o poluto e o impoluto;
    Começa e recomeça uma perpétua lida,
    E sorrindo obedece ao divino estatuto.
    Tu dirás que é a morte; eu direi que é a Vida.’   

  23. Aproveito o que era para ser dito em outro canto e digo mais

     

    Luis Nassif,

    O trecho mais abaixo deste comentário, trecho que consiste de um comentário, já estava pronto para ser encaminhado para o post “O xadrez da aposta de Janot no fim da política” de quarta-feira, 08/06/2016 às 00:06, de sua autoria e aqui no seu blog, mas percebi que eu havia desviado muito do assunto.

    Era minha intenção discutir uma série de comentários que estavam então na segunda página (e observei que ainda estão na segunda página) para mostrar como mesmo opiniões de alguém de esquerda ou que é de supor que seja de alguém de esquerda são sempre muito críticas à presidenta Dilma Rousseff, mas que, em meu entendimento, são fruto de equívocos na análise da nossa realidade sócio-político-econômica.

    Em meu comentário anterior enviado para você quarta-feira, 08/06/2016 às 21:46, junto ao post “O xadrez da aposta de Janot no fim da política” eu fizera menção a dois comentários com os quais concordara e que estavam na segunda página. Pensei então em enviar um comentário fazendo referência a comentários que embora trouxessem uma análise válida para discussão parecera-me bastante equivocada.

    Além de três comentários de Arkx, sendo que o último que estava na primeira página e depois passou para a segunda, o que me chamara mais atenção foi um comentário de Alan Souza, enviado quarta-feira, 08/06/2016 às 09:18, não tanto pelo comentário em si que até foi elogioso para com a presidenta Dilma Rousseff, mas por uma série outra de comentários que o comentário de Alan Souza gerou, em que corria solta a crítica ao PT, ao lulismo e à Dilma. O que até me fazia lembrar a manifestação de 2015 e a de 2016, principalmente a de 2015 que, ainda que se entoasse o cântico, pelo menos na transmissão de O Globo, era o que se ouvia: “abaixo a corrupção, abaixo o PT e abaixo a Dilma”. Só que a série de críticas que foram feitas a partir do comentário de Alan Souza era proveniente de pessoas que aparentemente não eram de direita.

    Então me ocorrera que valeria a penas se eu antes de mostrar as críticas que as pessoas de esquerda faziam ao PT, ao lulismo e à presidenta Dilma Rousseff, trouxesse exemplos da farta crítica de direita ao PT, ao lulismo e à presidenta Dilma Rousseff que se vê ou lê diuturnamente.

    Só que eu me estendi muito no meu comentário e avaliei que ele ficou fora do contexto do post “O xadrez da aposta de Janot no fim da política”. Então procurei um post aqui no seu blog mais adequado para o colocar até achar o post “Senado aprova Goldfajn para presidir Banco Central” de terça-feira, 07/06/2016 às 16:12, com chamada do Jornal GGN para matéria na Agência Brasil intitulada “Comissão do Senado aprova Goldfajn para o Banco Central” e de responsabilidade de Daniel Lima.

    Ia enviar o comentário quando avaliei que com um pouco mais de tempo eu o poderia completar com a indicação dos links dos posts e dos artigos que eu havia mencionado. Uma série de problemas posteriores impediu que eu finalizasse o meu comentário.

    Agora com este post “Exclusiva: Dilma faz o diagnóstico invisível da sua gestão econômica” de segunda-feira, 10/06/2016 às 13:27, trazendo por intermédio de Patricia Faermann com a colaboração de Tatiane Correia, a sua entrevista exclusiva com a presidenta Dilma Rousseff, eu creio que é mais adequado que eu envie o meu comentário aqui para este post.

    Antes faço a indicação dos links aos posts acima referidos e dos links cujos artigos ou posts são mencionados no meu comentário abaixo.

    O endereço do post “O xadrez da aposta de Janot no fim da política” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/o-xadrez-da-aposta-de-janot-no-fim-da-politica

    O endereço do post “Senado aprova Goldfajn para presidir Banco Central” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/senado-aprova-goldfajn-para-presidir-banco-central

    E vou fazer referência em meu comentário abaixo ao artigo de Miriam Leitão “O ponto, final” publicado em O Globo com data no blog de 05/06/2016 às 09:00, a três artigos de Antonio Delfim Netto, todos publicados no jornal Valor Econômico: “Investir é Crescer”, publicado terça-feira, 07/06/2016, “O que espera Temer?”, publicado terça-feira, 19/04/2016 e “Recuperar a perspectiva de crescimento” de terça-feira, 31/05/2016, e ao artigo de Cristiano Romero “Banco Central: a volta à normalidade”, de quarta-feira, 08/06/2016, também publicado no Valor Econômico.

    O endereço do artigo de Miriam Leitão “O ponto, final” já é apresentado em meu comentário abaixo e assim não preciso indica-lo aqui.

    Os artigos de Antonio Delfim Netto no Valor Econômico podem ser vistos no seguinte endereço:

    http://www valor.com.br/colunistas/Antonio%20Delfim%20Netto

    O endereço do artigo “Investir é Crescer” é:

    http://www.valor.com.br/brasil/4591431/investir-e-crescer

    E como quase sempre os artigos no Valor Econômico só estão disponíveis para assinantes deixo também outro link para o artigo “Investir é Crescer”. Ele pode ser visto no seguinte endereço:

    https://economiateoriaepratica.wordpress.com/2016/06/07/investir-e-crescer/

    O endereço do artigo “O que espera Temer?” é:

    http://www.valor.com.br/brasil/4529637/o-que-espera-temer

    Para o artigo “O que espera Temer?” outro link alternativo é do site do SINTEX (Sindicato das Indústrias de Fiaçlão Tecelagem e do Vestuário de Blumenau) onde o artigo é transcrito no seguinte endereço:

    http://www.sintex.org.br/noticia/2016/04/19/o-que-espera-temer

    E o endereço do artigo “Recuperar a perspectiva de crescimento” é:

    http://www.valor.com.br/brasil/4581961/recuperar-perspectiva-de-crescimento

    E outro link com mais liberdade de acesso, embora não seja garantido que ele perdure muito tempo na internet, para o artigo “Recuperar a perspectiva de crescimento” é:

    http://www.pressreader.com/brazil/valor-econ%C3%B4mico/20160531/281573764947949

    E o artigo de Cristiano Romero, “Banco Central: a volta à normalidade”, publicado no Valor Econômico de quarta-feira, 08/06/2016, pode ser visto no seguinte endereço:

    http://www.valor.com.br/brasil/4593027/banco-central-volta-normalidade

    E um link alternativo para a leitura do artigo de Cristiano Romero, “Banco Central: a volta à normalidade” é:

    http://gilvanmelo.blogspot.com.br/2016/06/banco-central-volta-normalidade.html

    Bem, agora passo a transcrever o meu comentário que acabou não sendo enviado para você junto ao post “O xadrez da aposta de Janot no fim da política” nem para Jornal GGN como eu pensara em o enviar junto ao post “Senado aprova Goldfajn para presidir Banco Central”. Iria dizer eu lá:

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    “Luis Nassif

    Ontem à noite, lendo o Valor Econômico, na coluna de Cristiano Romero, fiquei mais uma vez impressionado como a grande mídia está fazendo uma avalanche infindável de notícias ruins contra a presidenta Dilma Rousseff. Recentemente um colega da direita, tentando convencer-me do meu equívoco em defender o governo da presidenta Dilma Rousseff, deixou o artigo “O ponto, final” publicado no jornal O Globo e de autoria de Miriam Leitão e que pode ser visto também no seguinte endereço, com data de 05/06/2016 às 09:00:

    http://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/o-ponto-afinal.html

    No primeiro parágrafo do artigo, Miriam Leitão diz o seguinte:

    “O colapso do governo Dilma suscita uma questão fundamental. Ela fracassou por uma incapacidade pessoal ou porque do ideário de esquerda faz parte o desprezo pela responsabilidade fiscal e o descuido com a inflação? Se o desrespeito aos limites dos gastos for inerente à esquerda brasileira, então todas as vezes em que eles subirem ao poder o país terá com o quê se preocupar.”

    Embora desrespeitoso com a presidenta Dilma Rousseff e perverso com a esquerda, o que ela diz no primeiro parágrafo não é o que de pior havia por vir. Entre o primeiro e último parágrafo, há uma leva incomensurável de acusações que parecem não ter fim. E assim, em um ritmo incansável do segundo até o penúltimo parágrafo do artigo “O ponto, final”, a colunista Miriam Leitão parece disposta colocar a pá de cal derradeira sobre o governo da presidenta Dilma Rousseff.

    Para não ficar tão mal na fita ela faz o arremate no último parágrafo que é até uma candura perto do que ela havia dito antes, amenizando até o parágrafo inicial. Transcrevo o parágrafo final a seguir:

    “No resto do mundo há partidos de esquerda que entenderam que a estabilidade fiscal não é de direita e sim condição necessária para o sucesso de qualquer projeto. Quem foi eleito com o discurso anti-austeridade acabou negando as promessas que fez, como acaba de acontecer na Grécia e na França. O ideal seria se, ao final desse processo, o país tivesse partidos de esquerda que tenham finalmente entendido que desorganizar as contas públicas não é meramente um erro contábil, mas sim um risco para a permanência de qualquer política pública. Por enquanto, o PT não dá o menor sinal de que entendeu onde foi afinal que ele errou na economia.”

    Os textos mais recentes de Antonio Delfim Netto também iam na mesma direção. E se antes ele alterava o assunto, atualmente ele nem perde muito tempo em mudar o que havia escrito no Valor Econômico da terça-feira, ao escrever para a Folha de S. Paulo na quarta-feira. No entanto, no último artigo dele, “Investir é Crescer” publicado no Valor Econômico de terça-feira, 07/06/2016, há uma mudança que vai parecer até bastante radical. De supetão, ele mudou o tom dos artigos dele.

    Com o PT já enterrado, Antonio Delfim Netto tratou de mostrar porque a política econômica que agora estava sendo implementada pelo governo de Michel Temer estava correta segundo os altos ensinamentos dos teóricos americanos. Usou para justificar seu argumento o artigo recente de Olivier Blanchard, postado em 02/06/2016 pelo PIIE – Peterson Institute for International Economics, intitulado “How to Teach Intermediate Macroeconomics after the Crisis” e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://piie.com/blogs/realtime-economic-issues-watch/how-teach-intermediate-macroeconomics-after-crisis

    É bastante interessante que toda a argumentação de Antonio Delfim Netto constitue uma boa justificativa para tudo o que a presidenta Dilma Rousseff havia feito no primeiro governo. E ele utiliza toda a verve intelectual dele para defender a correção da atual política do governo de Michel Temer, e ao fazer a defesa do que Michel Temer está pondo em prática, ele acaba por manifestar uma concordância com a política econômica da presidenta Dilma Rousseff no segundo governo. Os leitores ficaram encucados com toda a transformação que ocorrera nos últimos artigos de Antonio Delfim Netto. O que me levou a enviar o seguinte comentário para um dos comentaristas do artigo “Investir é Crescer”. Na transcrição a seguir eu utilizo o meu comentário original que teve que ser alterado para caber no limite de cerca de 1000 caracteres e omito o nome do comentarista a quem o meu comentário foi endereçado:

    “Não sou economista nem de sala de aula muito menos de quatro costados como há alguns comentaristas aqui neste artigo de Antonio Delfim Netto, mas considero que é necessário contextualizá-lo. Aliás o aprendizado do professor já é um contexto, como se pode ver pela mudança do título do livro de estudo dele no curso de Economia. Observe que no início do curso de economia Antonio Delfim Netto estudou no livro francês intitulado Economia Política e no segundo ano no livro americano intitulado só Economia ou Economics como é o nome do livro de Paul Samuelson. Os americanos são mestres em retirar a ideologia dos ensinamentos que eles dão.

    Este artigo “Investir é crescer” de terça-feira, 07/06/2016, deve ser lido junto com o outro “O que espera Temer?”. Em “O que espera Temer?” de terça-feira, 19/04/2016, Antonio Delfim Netto diz porque o governo do PT deu errado. Aqui neste artigo “Investir é crescer” ele diz que não é para modificar o que o PT fez, por que o que o PT fez é que é o certo.

    Não é por outra que lá em “O que esperar Temer” em comentário de quarta-feira, 20/04/2016 às 00p2, eu perguntei ao ínclito professor qual o motivo para que no terceiro trimestre de 2013, depois de alta taxa de crescimento da FBCF por três trimestres, haja um revertério e a taxa comece a cair?

    Voltei a fazer a pergunta em comentário de terça-feira, 31/05/2016 às 14p0 para junto do artigo dele “Recuperar a perspectiva de crescimento” de terça-feira, 31/05/2016. Este artigo “Investir é crescer” é uma resposta, mas é uma resposta do tipo: “sei lá, entende””

    Bem, parece que essas reviravoltas intelectuais de Antonio Delfim Netto, que se assemelham muito às reviravoltas de quem serve a dois senhores, deixaram muitas pessoas insatisfeitas. A ausência mais recente dos artigos de Antonio Delfim Netto aqui no seu blog talvez se explique pela insatisfação de você com as mudanças inconsistentes de Antonio Delfim Netto que levaram você a deixar de reproduzir os artigos dele. Fez bem, pois publicar artigos como ele vinha fazendo iria queimar ainda mais o filme de Antonio Delfim Netto aqui no blog. Filme já bastante queimado pelo histórico dele de apoio ao golpe de 1964, e que agora quando ele ressuscita as teses dele de antanho, ficariam praticamente intragáveis.

    Para se ter ideia do que ele andou aprontando, vale como exemplo o artigo “Recuperar a perspectiva de crescimento”. No artigo, ele, ainda na linha de bater no PT e na presidenta Dilma Rousseff, dizia que a presidenta não tinha razão em chamar o golpe de golpe. Eu enviei um comentário em que dizia que eu não ficava surpreso com a declaração partindo de quem chamava de Revolução ao golpe de 64.

    E o artigo de Cristiano Romero, “Banco Central: a volta à normalidade”, publicado no Valor Econômico de quarta-feira, 08/06/2016, não foge à regra de bater com firmeza no governo da presidenta Dilma Rousseff. Li, como disse no início, o artigo apenas ontem à noite. Não me surpreendeu o artigo porque há muito, embora eu considere que o Cristiano Romero escreve muito bem, eu o considero talvez um dos jornalistas polidos mais preconceituoso que já li.

    O que me surpreendeu foi que uma referência ao artigo ou ao assunto do artigo, e que foi a aprovação de Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Central, não tenha sido motivo de um post mais elaborado aqui no blog.

    O que o artigo de Cristiano Romero tem de interessante é a reprodução do que dissera Ilan Goldfajn na sabatina no Senado Federal, mas ele escolheu a dedo as falas de Ilan Goldfajn. Duas delas interessam-me de perto. Primeiro quando nas palavras de Cristiano Romero há referência ao cumprimento das metas, como se vê a seguir:

    “O novo comandante do BC procurou, em seu discurso e nas respostas dadas durante a sabatina, repor o que havia antes de iniciada a aventura da “Nova Matriz Econômica”, de triste memória. Disse, por exemplo, que, sem inflação na meta (isto é, baixa e sob controle), não há recuperação econômica nem muito menos progresso social.”

    E o segundo é o trecho a seguir transcrito:

    “Ilan sepultou, em seu discurso, o que chama de “falacioso dilema” entre manutenção de inflação baixa e crescimento econômico. ” Nossa história recente bem demonstra que níveis mais altos de inflação não favorecem o crescimento econômico, pelo contrário, desorganizam a economia, inibem o investimento, a produção e o consumo e impactam negativamente a renda, o nível de emprego e, por fim, o bem-estar social, especialmente das classes menos favorecidas”, observou.”

    Eu imagino que ninguém do PT questionou essas afirmações do Ilan Goldfajn. Não se questiona porque o PT também participa desta farsa de que a inflação seja um grande empecilho ao crescimento econômico e seja danosa para a distribuição de renda. Se se fizer um levantamento histórico sobre a realidade dos países desenvolvidos nos últimos 70 anos considerando, crescimento econômico, dívida pública, inflação e desemprego e distribuição de renda vai-se constatar que de 1945 a 1980, o crescimento e a inflação média foram maiores do que o crescimento e a inflação média no período de 1980 a 2015. E se considerar o desemprego vai-se verificar que no primeiro período o desemprego médio foi menor do que no segundo. E pior. A desigualdade de renda piorou muito mais a partir da década de 80.

    É claro que Ilan Goldfajn não ignora esses dados. E nem é um incapaz que não consiga perceber que a alegação dele sobre a relação da inflação com crescimento ou da inflação com as condições dos menos favorecidos vai contra todas as evidências. Ele conta, entretanto, com a ignorância da sociedade a este respeito e com o bom papel daqueles que, podendo dedicar esforços para a esclarecer, omitem-se ou o que é pior, repassam o argumento sem nenhum senso crítico.

    O motive pelo qual ele conta com a ignorância da sociedade não me é relevante, pois afinal como diz John Maynard Keynes (The collected writings of John Maynard Keynes: Vol 7 – pg 384, John Maynard Keynes, Royal Economic Society (Great Britain) – Macmillan, 1971): “It is ideas, not vested interests, which are dangerous for good or evil.” (Em tradução livre com ajuda do Google Tradutor: “São as idéias, não os interesses escondidos, que são perigosas para o bem ou para o mal”).

    Infelizmente, essa saraivada de críticas à política econômica do primeiro e segundo governo da presidenta Dilma Rousseff dificilmente poderá será contestada. Não só porque a história que prevalece é a dos vencedores como também porque no próprio campo dos que deveriam estar do lado da política implementada pela presidenta Dilma Rousseff existiram e existem muitas críticas. E elas prevalecem mais pelo volume do que pela qualidade, pois, a não ser quando expressas de modo genérico, as críticas, quando especificadas, são racionalmente refutadas, principalmente porque não se ajustam ao processo democrático representativo moderno, ou ao sistema capitalista ou por não se aterem a regras elementares de política, de economia ou mesmo de aritmética. Sobre esse último ponto lembraria que na esquerda há muitos que não sabem que a presidenta Dilma Rousseff não tem 1/3 dos votos no parlamento e exigem dela políticas que só seriam pertinentes para aqueles chefes de executivo que contam com o apoio de mais de dois terços dos seus membros.

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    E para encerrar menciono também o post “Ilan Goldfajn é escolhido para presidir Banco Central” de terça-feira, 17/05/2016 às 11:07, e, portanto, de quase um mês atrás e que, com matéria do Jornal GGN, já trata da escolha de Ilan Goldfajn. O endereço do post “Ilan Goldfajn é escolhido para presidir Banco Central” é

    https://jornalggn.com.br/noticia/ilan-goldfajn-e-escolhido-para-presidir-banco-central

    Enviei ontem, 11/06/2016 às 22:23, um comentário para junto do comentário de Ricardo Cavalcanti-Schiel enviado sábado, 11/06/2016 às 20:08, em que menciono dois textos básicos para entender a grande deficiência da presidenta Dilma Rousseff, qual seja, a falta de habilidade política dela. Um é o comentário de Marco Antonio Castello Branco e que foi enviado quinta-feira, 26/06/2014 às 01:45, para junto do post “Para entender o desgaste do governo Dilma” de segunda-feira, 16/06/2014 às 16:47, aqui no seu blog e de sua autoria e o qual eu transcrevo em meu comentário e o outro é o artigo “Os riscos do vice-presidencialismo” de autoria de Luiz Felipe de Alencastro publicado na Folha de S. Paulo de domingo, 25/10/2009, portanto há quase 7 anos, e o qual eu também transcrevo em meu comentário para de Ricardo Cavalcanti-Schiel.

    A falta de habilidade política da presidenta Dilma Rousseff em parte decorrente de não ter tido atuação parlamentar e em parte decorrente da formação técnica dela também gerou o que para muitos seria uma qualidade e que é a busca de racionalidade para a fundamentação da ação pública. Essa talvez seja a grande mensagem do post “Nada será como antes” de terça-feira, 28/12/2010, publicado no blog Possibilidades da Política de Marco Aurelio Nogueira e com texto de autoria dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://marcoanogueira.blogspot.com.br/2010/12/nada-sera-como-antes.html

    Fiz muitas restrições a este post de Marco Aurelio Nogueira porque considerei que o texto trazia um forte viés contra Lula. Uma pesquisa na internet com o meu nome, o do blog, o do post e o do autor do post deve encontrar vários links. Em minhas referências ao post “Nada será como antes” eu gostava de transcrever o seguinte parágrafo:

    “Mas nada é tão simples como parece. Todo governante constrói sua biografia e a lógica da política o impele a buscar luz autônoma. Uma hipótese realista sugere que haverá um suave descolamento entre Lula e Dilma. Disso talvez nasça um governo mais ponderado e equilibrado, capaz de substituir a presença de um líder carismático e intuitivo pela determinação e pelo rigor técnico que são indispensáveis para que se possa construir uma sociedade mais igualitária”.

    Além da defesa a algumas críticas a Lula, a minha principal argumentação era dizer que embora concordasse com a afirmação de Marco Aurelio Nogueira de que o governo da presidenta Dilma Rousseff iria caracterizar pela racionalidade, não antevia um descolamento tão grande entre o que fora o governo do ex-presidente Lula e o que seria o governo da presidenta eleita Dilma Rousseff, até porque no setor público as mudanças ocorrem a passo de cágado, ainda mais quando os dois chefes de executivos eram pessoas de esquerda.

    Então não se pode deixar de reconhecer que se a falta de habilidade política da presidenta Dilma Rousseff condicionou para pior muitas ações do governo, essa falta de habilidade política permitia também que se sobressaísse a questão da racionalidade. Se por um lado eu fico satisfeito com o insucesso da falta de habilidade da presidenta Dilma Rousseff, pois prezo muito a atividade política, por outro eu sinto um derrotado com o fracasso da racionalidade no governo da presidenta Dilma Rousseff.

    Não reside, entretanto, só na presidenta Dilma Rousseff a razão para o insucesso do seu governo. Para entender o fracasso político da presidenta Dilma Rousseff que redundou no impeachment dela é preciso compreender também a razão para o fortalecimento dos que se opuseram a ela. Nesse sentido vale dar uma olhada nos links que eu deixo em comentário que enviei quinta-feira, 28/04/2016 às 20:45, para o post “Recessão alimenta a criação de monstros da intolerância, por Laura Carvalho” de quinta-feira, 28/04/2016 às 14:39, aqui no seu blog contendo o artigo “O mar está para monstros” de Laura Carvalho, publicado pela Folha de S. Paulo, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/recessao-alimenta-a-criacao-de-monstros-da-intolerancia-por-laura-carvalho

    Nos links indicados em meu comentário lá no post “Recessão alimenta a criação de monstros da intolerância, por Laura Carvalho” são apresentados artigos técnicos trazendo resultados de pesquisas que mostram um crescimento da direita no mundo em períodos de crises econômicas.

    Bem, mas o fracasso político da presidenta Dilma Rousseff não teria acontecido se não houvesse o fracasso da política econômica. E o fracasso da política econômica está associado à presidenta Dilma Rousseff, ao Guido Mantega, ao Alexandre Tombini e ao Joaquim Levy.

    No final de 2013, eu pretendia fazer um comentário junto ao post “As discussões sobre a taxa Selic” de quinta-feira, 05/812/2013 às 07:00 aqui no seu blog e de sua autoria. O comentário cresceu a tal ponto que eu considerei melhor o dividir em partes até que ele ficou com nove a dez partes sendo duas delas com elogio a Guido Mantega. Em razão da parte com referências a Guido Mantega para a qual eu pretendia acrescentar algumas indicações e apresentar mais um ou outro argumento, eu fui deixando para concluir o comentário depois e até hoje eu não o conclui, mas penso que vale bem juntar algumas referências elogiosas que aqui e ali que eu tenha feito a Guido Mantega e terminar o comentário que eu havia iniciado. De todo modo, o endereço para o post “As discussões sobre a taxa Selic” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/as-discussoes-sobre-a-taxa-selic

    Há, entretanto, outras análises bem consistentes que fazem a defesa da política econômica posta em execução durante o período em que Guido Mantega foi ministro da Economia. Nesse sentido cabe mencionar o post “Uma defesa da política econômica de Dilma” de segunda-feira, 15/12/2014 às 12:06, aqui no seu blog e contendo artigo de autoria de Laurez Cerqueira, Gustavo Antônio Galvão dos Santos e Luis Carlos Garcia de Magalhães, que bem mostra que a política posta em prática no primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff estava certa. O post “Uma defesa da política econômica de Dilma” pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/uma-defesa-da-politica-economica-de-dilma

    Não cheguei a fazer comentários junto ao post “Uma defesa da política econômica de Dilma”, mas o mencionei várias vezes em comentários que fizera em outros posts. O texto de autoria de Laurez Cerqueira, Gustavo Antônio Galvão dos Santos e Luis Carlos Garcia de Magalhães fora originalmente publicado no Blog dos Desenvolvimentistas – Progresso, bem-estar social e envolvimento democrático, e bem extenso consegue defender a altura o primeiro governo da presidente Dilma Rousseff.

    Dentro do que se previa que seria o segundo governo da presidenta Dilma Rousseff com a substituição de Guido Mantega por Joaquim Levy eu recomendaria a leitura do post “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa” de quarta-feira, 03/12/2014 às 17:04, aqui no seu blog contendo o artigo “Tática Fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista” de Fernando Nogueira da Costa, publicado no site Brasil Debate. O endereço do post “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/brasil-debate/tatica-fiscalista-e-estrategia-social-desenvolvimentista-por-fernando-n-da-costa

    O artigo de Fernando Nogueira da Costa constitui uma defesa prévia da política econômica que a presidenta Dilma Rousseff escolheu para o seu segundo governo. É uma justificativa para a escolha de Joaquim Levy. Infelizmente a mudança da política econômica não pode ser realizada na integridade, pois faltou apoio político para as medidas de aumento de carga tributária e a previsão para o mercado externo acabou não se concretizando como o previsto.

    A intenção do governo é que houvesse uma só desvalorização e depois de uns seis meses o país voltasse a crescer. No entanto, a desvalorização, para a qual o governo da presidenta Dilma Rousseff preparou de todo o modo possível acabou não ocorrendo como previsto. Em vez de uma única e forte desvalorização, ela ocorreu em três etapas, ao longo de quase um ano e meio.

    A primeira, no final de 2014 e início de 2015, decorreu da necessidade de ajuste no real diante da queda dos preços das commodities em outubro de 2014. A segunda leva de desvalorização se deu também em razão de uma segunda queda dos preços das commodities que ocorreu a partir de junho de 2015. E finalmente há uma terceira desvalorização que decorreu da elevação do juro pelo FED em dezembro de 2015 e a promessa de que haveria quatro aumentos em 2016.

    Esses episódios de desvalorização das moedas foram vistos no mundo inteiro, sendo o rublo a moeda em que a situação mais se assemelhou à do real. A partir de março de 2016, quando começou a ficar claro que talvez em 2016 não viessem ocorrer os quatro previstos aumentos de juro nos Estados Unidos, iniciou-se um processo de recuperação das moedas de periferia. Só que aí a economia brasileira já havia ido ao fundo do poço. Fundo do poço de que parece que o pais já se recuperou. Assim, salvo imprevisto provocado por súbita variação da taxa de juro nos Estados Unidos, já há sinais de recuperação mais sustentável da economia brasileira.

    Há atualmente uma forte recuperação dos preços das commodities agrícolas. Essa recuperação pode ter efeito na inflação e levar o FED a aumentar os juros apesar de que a economia americana não esteja reagindo como a devida força para recomendar um aumento do juro. É preciso ver se o aumento dos preços das commodities agrícolas é decorrência de maior liquidez na economia que requeira um aumento do juro pelo FED para não deixar a inflação expandir, ou trata-se apenas de um leve choque de ofertas em razão de secas no oeste brasileiro e na Índia.

    E sobre Alexandre Tombini, eu recomendaria a leitura dos meus comentários junto ao post “A ação do Banco Central contra Schwartsman” de quarta-feira, 10/09/2014 às 10:33, aqui no seu blog e de sua autoria em que você critica a ação que o Banco Central colocou contra a Alexandre Schwartsman. O endereço do post “A ação do Banco Central contra Schwartsman” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-acao-do-banco-central-contra-schwartsman

    No post “A ação do Banco Central contra Schwartsman” há um comentário meu para você enviado quarta-feira, 10/09/2014 às 21:17, em que eu mais exponho as minhas considerações sobre a ação penal de Calúnia, Difamação e injúria e faço um pouco de referência ao tratamento que Alexandre Schwartsman dava e dá ao Alexandre Tombini e ao Guido Mantega.

    Além desse meu comentário para você, eu ainda enviei quarta-feira, 10/09/2014 às 21:37, um comentário para Alexandre Weber – Santos – SP, junto a um comentário dele enviado quarta-feira, 10/09/2014 às 11:06, lá no post “A ação do Banco Central contra Schwartsman”, em que eu faço um elogio a Guido Mantega e o estendo a Alexandre Tombini pois os dois trabalharam em comum acordo dentro da possibilidade de harmonia e autonomia que deve existir entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda.

    E depois, tendo em vista uma réplica de Alexandre Weber – Santos – SP, mais para elogiar meu comentário, eu fiz um comentário bem detalhado sobre a situação da economia brasileira e sobre a atuação do Banco Central nesse período da crise. E deixei um tanto de links para artigos e posts em que se discutem muitos aspectos que ajudam a entender o desenrolar na economia brasileira nos últimos anos.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 12/06/2016

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