Finanças públicas estaduais: o caso do Espírito Santo

Rodrigo Medeiros

Aproveito este espaço democrático de debate para disponibilizar um estudo que fiz com dois importantes economistas capixabas – Ana Paula Vescovi e Haroldo Correa Rocha – sobre a gestão fiscal do Estado do Espírito Santo. Detectamos sinais preocupantes e o jornal A Gazeta publicou o nosso estudo na semana passada, 9/3/2014.

O debate “escorregou” para o plano político, porém chamo a atenção para o fato de que situações similares estão presentes nas outras unidades federativas, ou encontram-se nos seus horizontes próximos, guardadas as devidas proporções.

Os jornais Valor Econômico e Folha de S. Paulo apontaram recentemente preocupações com os rumos das finanças públicas estaduais. Há inclusive a previsão de especialistas em finanças públicas de que poderemos muito bem ter uma “marcha dos governadores” no futuro bem próximo em Brasília (DF).

Destaco ainda uma passagem do artigo de opinião publicado no Valor (14/3) por Tony Volpon: “há uma forte correlação negativa entre a qualidade da política econômica e o nível de fluxos de capitais para países emergentes, contrariando a percepção comum que mercados “premiam” boas políticas econômicas. Há fortes evidencias empírica que fatores globais (preços de commodities, taxas de juros nos países centrais) “empurram” capitais aos emergentes, e que isso permite muitas vezes uma piora da política econômica”.

Acreditamos que essa visão e o nosso estudo são convergentes. 

Rodrigo Medeiros é professor do Ifes (Instituto Federal do Espírito Santo)

Rodrigo Medeiros

8 Comentários

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  1. Sem mudar a CF não tem jeito

    Pensei que fosse um artigo com maiores detalhes sobre esse ralo por onde se esvai o dinheiro publico sob o silencio da midia, que são os prefeitos e governadores, e não há quem os fiscalize, imagina só o MP e TCE cujos membros são indicados pelo governador(no caso o presidente do MP e todos os conselheiros dos TCE) é como amarrar cachorro com linguiça

    1. Esclarecimento…

      Nosso estudo foi feito em formato de apresentação. A mensagem buscou ser clara: o relaxamento dos critérios de endividamento abre espaço fiscal nas unidades federativas para a elevação das despesas correntes sem que haja a devida contrapartida da melhoria da qualidade dos serviços públicos.

      Estados que dependem da renda do petróleo, questão judicializada no STF, podem ter surpresas desagradáveis ao longo do tempo. Os preços ainda podem cair e/ou a produção ser afetada por problemas técnicos de operação, algo que impactaria diretamente nas receitas.  

      1. Obrigado, ficou bem mais

        Obrigado, ficou bem mais claro o ponto agora.  O segundo paragrafo me lembra da “surpresa desagradavel” de MG na crise, quando o preco dos minerios caiu.  Do que aparece de Minas nos graficos, alias, nada eh nem perto de agradavel de se ler!

  2. Estudo

    Olha,  voce supõe que os demais entes federados estejam em situação semelhante. Como modelo contrário a esses estados, sugiro à voce que analise Minas (até porque o Valor Economico, entre outros meios, sempre têm dito que é exemplo a ser seguido. E ainda, São Paulo para a gente ver os modelos…

    1. “voce supõe que os demais

      “voce supõe que os demais entes federados estejam em situação semelhante”:

      Nao “supoe” nada, os graficos documentados estao la no documento com um monte de estados.  Suponho que voce nao os viu nem os leu.

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