“Seria levado pro lado do nepotismo”, recuou Bolsonaro sobre indicar filho a Ministério

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Sergio Lima/AFP
 
Jornal GGN – O presidente eleito Jair Bolsonaro voltou atrás da decisão de nomear seu filho, Carlos Bolsonaro, ao cargo de ministro da Comunicação Social. Inicialmente aventado ao posto, após a repercussão negativa, o futuro mandatário disse que “não tem nada certo” e que “a tendência é esse assunto morrer”.
 
A informação de que seu filho poderia assumir o importante cargo no governo federal do pai foi divulgada pelo site aliado “O Antagonista”, informando que Bolsonaro estudava escolher Carlos ao posto. 
 
Questionado pela imprensa nesta quinta-feira (22), o futuro presidente voltou atrás e disse que “não tem nada certo, dificilmente ele vai para lá”. Ao explicar o caso, mencionou o nome de um dos jornalistas do site, Cláudio Dantas, com proximidade:
 
“A questão do meu filho foi levantada, eu passei pro [site] Antagonista, que ligou pra mim, o Cláudio Dantas, falei, Cláudio existe essa possibilidade, questionaram, mas não tem nada certo, dificilmente ele vai pra lá, acho que dificilmente ele aceitaria”, corrigiu. 
 
A posição do futuro presidente teria mudado após a repercussão negativa da possível escolha, vista como crime de nepotismo: “Seria levado pro lado do nepotismo, nunca pratiquei isso, não interessa”, recuou Bolsonaro. “A tendência é esse assunto morrer”, acrescentou, esperançoso do fim das análises negativas.
 
No Twitter, o filho do futuro presidente também tentou cortar a informação, dizendo que “desde ontem” passou a não administrar mais “as redes sociais de Jair Bolsonaro”.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Bolsa acha a corrupção menos grave do que a questão ideológica

    O Bolsonaro disse:

    “Se nós errarmos, aquele pessoal volta e nunca mais sai. E quem vai ter que sair seremos nós. E vai faltar toco de bananeira para nós nadarmos até a África ou até os Estados Unidos. Não queremos isso para o nosso Brasil. Muito, mas muito mais grave que a corrupção é a questão ideológica. Vocês sabem muito bem disso”.

     

    Traduzindo: é urgente acabar com os esquerdistas, não com a corrupção.

     

    O Bolsonaro disse mais:

    “O parlamento é muito importante, precisamos do parlamento e precisamos, acima de tudo, dar o exemplo. Estamos no mesmo barco. Se eu afundar, não é vocês, não, é o Brasil todo que vai afundar junto. E não teremos retorno”.

     

    Quando o barco começa a afundar, os ratos o abandonam. Bolsonaro está cercado de ratos e camundongos.

  2. Não é o Freud, também.

    Se o Boça não for amador, soa bastante “sonso”.

    Ora, colocar parente, como é que se entende? Ou ele tá testando pra ver como repercute?

    O grande “mérito” será colocar um pessoal cujos adjetivos mal cabem em cargos de comando.

    Mas acho que é o ambiente ou algo assim. 

  3. Vai parecer que a eleição foi roubada, então, renuncie!

    Muita gargalhada. 

    Pensei na cena: alguém que ia furtar e pensou melhor: “mas se eu fizer isso será visto como furto, então é melhor não fazer”. 

    O Vergonhoso descobriu a fórmula para dissuadir criminosos de cometer crimes!

    Hahahaha. 

    O problema não é o que as coisas são, mas como são vistas. 

    Então temos a senha: não vamos chamá-lo de corrupto, incompetente, vergonhoso, vamos dizer que se fizer o que pretende, vai parecer que ele é tudo isso! 

    Será que funciona?

    Não ofenda os que ameaçam sua virilidade duvidosa porque vai parecer que você na verdade é um “beep”, “beep” e “beep” (palavrões autocensurados), que fala mal daquilo que inveja. Cuidado com as aparências mesmo, é só o que você tem a defender, o presidente Flat-o. Flatonaro, hahahaha. 

     

    Sampa/SP, 22/11/2018 – 15:36 

  4. …tão logo o congresso
    …tão logo o congresso bolsonário assumir revogarão a lei anti nepotismo para que a dinastia Bozo se apodere do país que julgam ter ganho para chamar de seu.

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