Temer alerta Bolsonaro: “Não temos o mesmo poder que EUA”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: TV Brasil
Em entrevista, o mandatário tratou de ser amigável com seu sucessor em diversos temas. A única crítica apontada foi referente aos acordos internacionais
 

Foto: Agência Brasil
 
Jornal GGN – Prestes a encerrar seu mandato, o presidente Michel Temer deu um recado aos riscos econômicos caso o futuro presidente Jair Bolsonaro concretize alguns de seus planos de acabar com o diálogo a nível internacional, com países como a China. 
 
Sem mencionar diretamente o nome de Bolsonaro e das últimas declarações tanto do presidente eleito, como de membros de sua equipe de transição, e apesar de o atual mandatário compartilhar de ideologias de Bolsonaro, Temer alertou: “Não temos o mesmo poder que os Estados Unidos”.
 
A declaração foi dada em entrevista à jornalista Roseann Kennedy, na TV Brasil, nesta quarta-feira (05). Um dos principais temas tratados junto ao mandatário do MDB foi as relações internacionais e acordos com outros países. Lembrou que não é possível “lançar uma política isolacionista”. 
 
A referência foi sobre as declarações de seu sucessor, de que poderia cortar algumas negociações e acordos com países como a China e Venezuela, por exemplo. Além de Bolsonaro, o futuro comando do Ministério de Relações Exteriores estará a cargo de um confesso admirardor de Donald Trump e das políticas do radical do país norte-americano frente a cortar acordos com países que não se alinham ideologicamente com a sua gestão.
 
Nesse sentido, o futuro Itamaraty já admitiu que irá priorizar as “relações bilaterais” com países como Estados Unidos e Israel. China e Venezuela, por exemplo, deverão ficar fora da prioridade das relações comerciais. O risco é grande, alertou o próprio atual mandatário.
 
Diante disso, a repórter Roseann Kennedy perguntou se seria positiva ou negativa a política externa que Bolsonaro pretende, com foco em relações bilaterais com os EUA e a possível troca de embaixada de Israel de Tel Aviv a Jerusalém. 
 
“Em face da globalização, você não tem como lançar uma política isolacionista. Eu não sei se os Estados Unidos podem, porque são um país poderoso. Nós não temos o mesmo poder nem econômico, nem político, nem internacional dos Estados Unidos. Então não podemos, temos que adotar o multilateralismo”, foi a resposta de Temer.
 
O mandatário ainda acrescentou, em tom delicado, que acredita que Jair Bolsonaro deve adotar essa posição de multilateralismo, apesar de as declarações, até agora, serem diversas: “Eu penso que o presidente Bolsonaro vai acabar adotando essa fórmula, digamos, universal. De universalizar as relações com os vários países”.
 
Entretanto, o restante da entrevista de Temer à TV Brasil foi em complacência e apresentando uma certa harmonia com o seu sucessor.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. Deve Romper Relações

    Nassif: o Mordomo de Filme de Terror dá sempre bola fora. Acho certo que daBala mande embora esses chinas kummunistas. Acho que já no dia 02 de janeiro irá manda-los embora. Que vão comer arroz às margens do RioAmarelo. Por aqui é só feijoada, comida de macho e de verdeoliva.

  2. ZZZZZZZZZZ

    Se o Bolsonaro fizer o que diz em termos de politica internacional, o Brasil vai parar. Acho que não podera fazer toda as maluquices que têm em sua cabecinha de réptil. 

  3. Preparem-se
    Nunca pensei que iria dizer isto, mas o Temer é muito melhor que o Bolsoanal, digo Bolsonaro.
    Onde chegamos, hein?
    Pois bem quanto à sua equipe então:. -Meu Deus! Como são despreparados.
    Eu acho que esta receita vai ficar pior que a encomenda.
    Os únicos projetos lógicos do governo são a implementação do estado policial e a entrega do patrimônio público, bem como a implementação da “neoescravidão”: fim de aposentadoria e de qualquer direito do trabalho.
    Afora isso a tchurma prepara um festival de bobagens que eu chego a achar que boa parte vai ser posto em prática e, portanto, é capaz desses caras afundarem esse país na pior recessão “imaginável”, isso sem guerra com a Venezuela. Agora se esse absurdo também acontecer, as reservas brasileiras não darão pra 1 ano. Adeus real, inclusive.
    Acreditem em kit gay agora, palhaços, cretinos, burros de direita.
    O povo tem o governo que merece, pois ao invés de acreditarem no que se fez, acreditaram na mentira. Nem sequer houve promessa por parte do Bolsoanal, digo, naro. A única promessa foi em mudar isso aí, tá ok?

  4. A questão é tão elementar, de

    A questão é tão elementar, de uma obviedade tão acaciana que até Temer foi capaz de traduzí-la. Só um tosco, um parvo, um despreparado como o Bolsonaro,  secundado por um estelionatário intelectual(Olavo de Carvalho, poderia argui-la. 

  5. Apesar do QI baixissimo, pelo

    Apesar do QI baixissimo, pelo menos isso Temer conseguiu entender. Mas também é tão óbvio que só faltava não entender uma coisa dessas.

    O que esta besta não entendeu é que não queremos ficar de quatro pros States como ele fica.

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