Temer empossa Moreira Franco em Minas e Energia para venda da Eletrobras

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Beto Barata/PR
Foto: Beto Barata/PR
 
Jornal GGN – O presidente Michel Temer decidiu empossar o secretário-geral da Presidência, um de seus braços no governo, Moreira Franco, no Ministerio de Minas e Energia. O objetivo é um só: emplacar a privatização da Eletrobras e liberar outras privatizações na área de energia.
 
Antes de terminar seu mandato, o emedebista quer concluir o pacote de privatizações que iniciou no Brasil, tendo como uma das principais empresas a mudar sua estrutura econômica a Eletrobras. 
 
O projeto de privatização está pendente de aprovação no Congresso, aonde parlamentares incluindo da base resistem em aprovar, considerando menos o interesse em si na pauta – que é grande entre os aliados – e mais na negociata que Temer pode entregar aos parlamentares apoiadores com a concretização desse projeto.
 
Mas como o jogo de “troca de favores”, já comum e explícito no governo Temer, vem trazendo poucos avanços, diante do cenário de eleições e buscas de partidos por candidaturas próprias e, com isso, o afastamento de aliados fiéis, o mandatário decidiu realocar Moreira Franco para a pasta.
 
O ministro já possui experiência em outros planos de privatização do governo Temer: ele comandou o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), como secretário-executivo, leiloando 72 projetos e arrecadando R$ 36 bilhões com outorgas. 
 
Aliado antigo de Temer, Moreira Franco aparece ao lado do presidente em uma das investigações contra a cúpula emedebista no Supremo Tribunal Federal (STF). A antiga Secretaria de Aviação Civil da Presidência, durante o governo de Dilma Rousseff, que ja foi comandada pelos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, foi a responsável por arrecadar milhões em recursos ao PMDB junto a empreiteiras em troca de beneficios no setor, segundo investigações.
 
Entre os anos de 2013 e 2015, por exemplo, Padilha e Moreira Franco teriam possibilitado benefícios a Odebrecht que, em troca, acertou junto a ambos – e em reunião que esteve presente o próprio mandatário – um repasse de R$ 10 milhões em caixa dois ao PMDB em 2014, de acordo com informações de delatores.
 
Mas além deste caso específico, Moreira também aparece em acusações do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, preso na Lava Jato. O ministro estaria envolvido, também, no esquema da Caixa Econômica Federal e o Fundo de Investimentos do FGTS.
 
Cunha indicava o envolvimento, ao colocar em xeque a possível nomeação de Moreira Franco por suposta indicação de Temer para o cargo de vice-presidente de Fundos e Loteria da Caixa Econômica Federal, e que supostamente a partir de tal medida teria sido possível articular os financiamentos ilícitos com o FI-FGTS.
 
Moreira, agora, conclui a reforma ministerial de Temer para a sua transição ao Ministério de Minas e Energia. Temer quer correr contra o tempo, e também alvo de baixa popularidade, para concluir a venda da Eletrobras. 
 
“O processo de capitalização da Eletrobras é política de governo e vai seguir dentro dos mesmos parâmetros e coerente com a mesma política que o ministério, sob o comando do Fernando Bezerra, vinha aplicando”, prometeu Moreira.
 
Temer, contudo, aposta as fichas de que o ministro será peça chave para concluir as articulações com os parlamentares.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. Lula

    Lula, o estuprador que f. o Brasil ! (tive que ouvir essa de manhã cedo!!!) deve continuar f.dendo, mesmo preso.

    É o Brasil descendo a ladeira e não se ouve bateção de ao menos um penico.

    Nem civil, nem militar, nem no palácio da justiça.

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