Temer tenta assegurar apoio do mercado ao seu governo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A rixa de setores do PMDB e de aliados do governo interino com o protagonismo do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, põe em risco a própria governabilidade de Michel Temer. Enquanto o interino põe a mão no fogo pelas tomadas de Meirelles, emissários do Planalto consideram que o ministro não pode ser figura de destaque do governo.
 
Em uma das recentes decisões, a Fazenda se recusou a conceder benefícios adicionais aos Estados Norte e Nordeste na proposta de renegociação da dívida. Isso porque o governo decidiu acelerar a autorização de empréstimos para regiões que não atingiram seus limitem de endividamento, e Norte e Nordeste criticam que a renegociação contempla só as regiões mais endividadas, como o Sul e Sudeste. 
 
Diante das necessidades da agenda econômica para a sobrevivência de seu governo, o presidente interino Michel Temer garante ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que a sua palavra será a final. Mas, nos corredores da equipe econômica, o interino dá sinais de fazer jogo duplo, dando suporte para o ministro-chefe da Casa Civil e um de seus braços do governo, Eliseu Padilha, conter a escalada de Meirelles.
 
E, apesar de Padilha encontrar-se aparentemente isolado na defesa da liberação de gastos, a entrada do peemedebista para a equipe do governo teve como intuito conter a visão de que existe na gestão Temer um superministro e que este seria a Fazenda. 
 
Na corrida pelo cenário instável da equipe econômica de Temer, o interino reuniu-se nesta quarta-feira (10) com banqueiros e grandes empresários para tentar uma reaproximação. Na tentativa de manter o apoio do setor privado, Michel Temer reafirmou compromisso na área fiscal, após o mercado criticar os aumentos concedidos a servidores públicos e os recuos do Congresso Nacional.
 
Os empresários cobram o preço do impeachment e pedem uma reação imediata de Temer nas áreas econômicas. Para os representantes de bancos, o interino deve investir em reformas amplas, sem erros: “o governo tem de perseguir o binômio senso de urgência e capacidade de entrega”, cobrou um dos executivos presentes na reunião.
 
O mesmo grupo de executivos também se reuniu com a Fazenda, Henrique Meirelles, e com o novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). Além do Bradesco, por Luiz Carlos Trabuco, também estiveram presentes Pedro Moreira Salles, do Itaú, Jorge Gerdau, entre outros.
 
Os empresários criticaram, ainda, a falta de confiança que o Brasil ainda apresenta frente a investimentos externos. Um deles teria afirmado que há cerca de “US$ 15 trilhões ancorados em juros negativos” no mundo e que a confiança é a “moeda mais barata”.
 
Em discurso característico de condescendência do interino, Temer prometeu no encontro fazer “o máximo possível” em dois anos, e se autoavaliou como um balanço positivo em 90 dias de governo. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Esqueceram de mim, oia eu aqui de novo

    JB: GRUPO TOMOU PODER “PARA SE PROTEGER E CONTINUAR SAQUEANDO”

     

    http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/249062/JB-grupo-tomou-poder-%E2%80%9Cpara-se-proteger-e-continuar-saqueando%E2%80%9D.htm

    Naideron Alvaro Quincozes Junior:

     

    Em palestra a empresários em São Paulo nesta semana, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal chamou partidos políticos de “facções” e, sem citar o PMDB de Michel Temer, declarou que o grupo que tomou o poder o fez para se proteger e continuar roubando; “Nosso país está paralisado há mais de um ano em função de uma guerra entre facções políticas. Sabemos por alto que se trata de ambição, de ganância, de apego ao poder, tentativa de se perpetuar no poder para se proteger, mas também para continuar saqueando os recursos da nação”, declarou; em maio, após a primeira votação do Senado pró-impeachment, ele havia denunciando um “conchavo” no Congresso e defendido enfaticamente novas eleições

     

    11 DE AGOSTO DE 2016 ÀS 10:24 // RECEBA O 247 NO TELEGRAM Telegram

     

     

    247 – O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa voltou a criticar o processo de impeachment que afastou a presidente Dilma Rousseff, chamou partidos políticos de “facções” e afirmou, sem citar diretamente o PMDB de Michel Temer, que o grupo que tomou o poder o fez para se proteger e continuar roubando.

    As declarações foram feitas na última terça-feira 9 a empresários durante a abertura de um evento sobre sustentabilidade em São Paulo, conformeregistrou o Jornal da Gazeta. Em sua fala, ele também fez críticas à relação entre empresas e governo que se instalou há décadas no Brasil e ao sistema político atual.

    “Nosso país está paralisado há mais de um ano em função de uma guerra entre facções políticas. Sabemos por alto que se trata de ambição, de ganância, de apego ao poder, tentativa de se perpetuar no poder para se proteger, mas também para continuar saqueando os recursos da nação”, declarou JB.

    Em maio, após a primeira votação do Senado pró-impeachment, ele já havia denunciando um “conchavo” no Congresso e defendido enfaticamente novas eleições no País, também em uma palestra. “Aquilo ali era uma pura encenação pra justificar a tomada do poder”, comentou Barbosa na ocasião, sobre a votação dos senadores.

    “Colocar no lugar do presidente alguém que ou perdeu a eleição presidencial para o presidente que está saindo ou alguém que sequer um dia teria o sonho de poder disputar uma eleição para presidente da República. O Brasil, anotem, vai ter que conviver por mais de dois anos com essa anomalia”, disse, em referência ao PSDB e ao PMDB.

     

     

  2. E se fosse o lula?… o

    E se fosse o lula?… o populismo de Hilary. “Hillary prometeu aumentar o salário-mínimo, os impostos para os multimilionários, e criticou os planos do republicano Donald Trump de reduzir tributos. Disse que a medida não beneficiaria os mais pobres, e sim, Wall Street, as grandes empresas, e a família do próprio Trump.” o pig e os empresários brasileiros preferem Trump? http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/08/hillary-aposta-em-recuperacao-ao-apresentar-plano-economico.htm

  3. segundo golpe

    O primeiro golpe está ai e todos vem, por mais que se façam cegos. O rei está nu!  Mas o segundo golpe é mais malandro ainda!

    Nste jogo de faz de conta só mesmo quem acredita em papai noel pode crer. Mas, o rei está nu e ninguem ousa alertar. Pois aprovado o impedimento, qual compromisso do interino para com  seus aliados, se com os votos e a sociedade já foram para o espaço!

    . Voces realmente acreditam que ele irá tirar do “próprio bolso” para distribuir pelos afetos? Que nada, os parceiros serão chutados, esquecidos como indigentes. Se alguns estão surpresos com o primeiro golpe, como disse o BRicha, o melhor está por vir! (1-2)

    (1): http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/eleicoes/2014/o-melhor-esta-por-vir-eejmnw10i4nszcvytjmcoqr0u

    (2): http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/caixa-zero/richa-reconhece-erros-e-volta-a-dizer-que-o-melhor-esta-por-vir/

     

    retirado de meu blog: http://freituk.blogspot.com.br/

  4. Novembro

        Está logo ai, portanto que Michel et caterva tomem “tenencia”, comecem a pagar a fatura. por mais indigesta que ela seja, afinal não precisa de muito esforço para que o Dr. Mendes, levante da catedra para comandar uma limpa geral.

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