A suposta exigência dos ativistas separatistas aos judeus de Donetsk

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Jns

Judeus da região de Donetsk da Ucrânia foram convocados para serem registrados ou serão deportados, informam os folhetos supostamente distribuídos por ativistas da autoproclamada República Popular de Donetsk.

A inscrição e a exigência de pagamento de uma taxa de US 50,00 são devidas porque os líderes judeus “apoiaram a junta nacionalista comandada por ativistas do movimento ultranacionalistas” que eram liderados pelo  militante Stepan Bandera na Segunda Guerra Mundial, está agora no controle do governo na Ucrânia e são hostis “para a república e os cidadãos ortodoxos de Donetsk.”

O folheto, assinado pelo auto-intitulado “o governador do povo” Denis Pushilin, foi entregue aos judeus perto da sinagoga de Donetsk, de acordo com a agência de notícias Novosti Donbassa (Donbass News).

Ele ordena que todos os judeus com mais de 16 anos de idade sejam registrados no prédio do governo, que foi ocupado por insurgentes pró-russos em desafio ao comando em Kiev.

Os judeus também teriam que pagar uma taxa de US $ 50 para fazerem o registro antes de 3 de Maio e listar todos os bens imóveis e veículos.

Enquanto isso, o portal de notícia tvrain.ru informou que Pushilin negou qualquer ligação com os panfletos, chamando-os de uma provocação. – QHA

METALIST

Torcedores do clube de Kharkov destruindo um estádio em Poltava.

Torcedores na Ucrânia e na Polônia fazem saudações nazistas, insultam jogadores negros com imitações de macacos e atacam etudantes asiáticos no estádio de Kharkiv.

O ex-capitão da seleção inglesa, Sol Campbell, declarou que torcedores não devem viajar para esses países “porque podem voltar em um caixão”.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. Como sempre, a perseguição ao

    Como sempre, a perseguição ao judeus não era um “privilégio” dos nazistas. Os comunistas também gostavam disso.

    Aliás, os mercantilistas, os feudalistas, os escravagistas também gostavam…

    Não é um problema ideológico.

  2. A carta é factóide criado pelo Secretário de Estado John Kerry

    Denis Pushilin apontado como autor desmente a carta. Os torcedores com símbolos nazistas não são ucranianos do leste, que não têm nenhuma identificação com os fascistas do “euromaidan”. O fascismo ucraniano, os defensores de Bandera, que colaborou com Hitler durante a Guerra, estão no governo de Kiev, que recebe apoio de Kerry e do governo Obama.

    1. Almerdinha desinformando os leitores do blog, como sempre

      Deixe de ser um tosco sem nuance, Almerdinha. Os judeus ucranianos, boa parte deles, apoiam e apoiaram a Euromaidan.

      Só mesmo um sujeito tosco como você para achar que causas judaicas tem “cores de esquerda”. Podem ser de esquerda, mas podem ser de direita, tranquilamente. A política beligerante de Israel é uma prova disso. E Putin é amigo pessoal de políticos da ultra-direita sionista. Só um desinformado como você não sabe disso.

      E outra, judeus compuseram fileiras nazistas, o que seria suficiente para afastar qualquer imediata ou incontornável incompatibilidade entre nazismo e judeus. Se há interesse mútuo, eles podem agir juntos, cada um lutando pelos seus interesses imediatos. Não é algo incogitável.

      Hermann Göring, comandante da Luftwaffe, resumia isso numa célebra frase, que dizia mais ou menos algo como: “Eu decido quem é judeu e quem não é”. A famosa frase foi proferida quando surgiram denúncias de que um dos seus melhores aviadores era judeu. E eram pessoas como ele que decidiam mesmo.

      1. Você já tomou na dita cuja hoje, argolinha?

        Então, vá!!

        “Pra variar”, você está falando merda, é tudo que a argolinha solta. O argolinha é o sujeito cu, está aí no mundo para soltar merda. Em primeiro lugar eu afirmei que a notícia foi desmentida por Denis Pushilin, apontado na carta com um título que ele não reivindica, porque não foi eleito para tanto; seu desmentido pode ser lido aqui: http://rt.com/news/fake-news-ukraine-russia-364/

        Em segundo, o que disse sobre Bandera e o extremado antissemitismo dos nacionalistas ucranianos é história, eles foram colaboradores com as tropas nazistas que invadiram a Ucrânia. Quando  Viktor Yushchenko atribuiu a Bandera o título de Herói da Ucrânia, a decisão causou mal estar em entidades judaicas, entre os veteranos da Ucrânia na Segunda Guerra e reações no parlamento europeu. A decisão foi anulada. Agora reaparecem os mesmos movimentos fascistas, no oeste do país, querendo reentronizar Bandera.

        O pogrom de Lviv, no oeste da Ucrânia, aparece nas cenas abaixo; pode ser reparada a participação de civis no massacre, são as milícias de Bandera, que se incorporaram nas forças nazistas, para os trabalhos de repressão a judeus, russos e comunistas, não necessariamente nessa ordem.

        [video:http://www.youtube.com/watch?v=KS7CxfWLWIs%5D

        Denis Pushilin aparece na reportagem a seguir, apresenta-se como um defensor da federalização, nada além disso, sem nenhum título ou cargo:

        Defensores da federalização da Ucrânia são a favor da “mesa redonda” de Tymoshenko

        Denis Pushilin, Ucrânia, crise, política

        Foto: RIA Novosti

        Denis Pushilin

        As pessoas que favorecem a federalização da Ucrânia admitiram a sua participação na “mesa redonda”, cuja realização foi proposta pela ex-primeira-ministra do país, Yulia Tymoshenko, declarou a jornalistas o co-presidente do governo temporário de coalizão da chamada República Popular da Donetsk, Denis Pushilin.

        “A realização de tais reuniões não é excluída, caso elas sejam benéficas para a República Popular de Donetsk”, disse ele.

        Ao mesmo tempo, de acordo com Pushilin, quando Tymoshenko se reuniu com os manifestantes em Donetsk, ela não conseguiu chegar a um entendimento com eles.
         

        Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_04_19/Defensores-da-federaliza-o-da-Ucr-nia-s-o-a-favor-da-mesa-redonda-de-Tymoshenko-7767/

         

        1. Almerdinha, o típico picareta e idiota

          Não falei nada contra os desmentidos, imbecil. Ao contrário, eu disse aqui, no primeiro comentário, com todas as letras, que muito provavelmente era uma propaganda anti-Rússia. Muito menos falei sobre Bandera e o apoio ucraniano aos nazistas, debilóide.

          Disse que o desmentido, em si, não quer dizer que importantes setores dos judeus ucranianos não apoiem a Euromaidan ou que não exista antissemitismo nas regiões da Ucrânia pró-Rússia.

          Por fim, é sério mesmo que os ucranianos, aqueles que os neoeurasianos tradicionalistas e conservadores, a turma do Putin, chamam de russos ocidentais, são antissemitas?

          Nossa, eu mal podia imaginar! Pogrom não foi inventado e/ou consagrado na Ucrânia, vejam vocês! Babel tem até famoso conto sobre isso, “História do Meu Pombal”, disponível para os brasileiros iletrados como você lerem no site do PSB!

          Esse Almerdinha é muito tabacudo, pqp!!

          Filhinho (hehehe), o antissemitismo dos russos ocidentais, a.k.a. ucranianos na terminologia neoeurasiana, sempre existiu. Teu esforço para dizer que isso é coisa da direita ucraniana é exercício de débil mental que não conhece porra nenhuma. Não é de direita ou nazista. É uma coisa do povo que habitava aquela região do império russo. Já existia muito antes do nazismo existir, desmiolado. Nem os czaristas podem ser acusados validamente, da forma habitual, de terem influenciado o antissemitismo russo. Ao contrário, os czaristas criaram políticas de integração dos judeus à sociedade russa, mas não obtiveram êxito, por vários motivos, entre eles o antissemitismo atávico das regiões onde eles estavam fixados, máxime a Ucrânia, a mais antissemita de todas.

  3. Guerra de informações

    É disso que se trata essa notícia. Um lado acusa o outro de ser antissemita. Em Odessa, que está dentro da área que aderiu à Euromaidan, recentemente houve movimentos dos ultranacionalistas ucranianos que comandaram limpezas das fachadas de locais judaicos, como cemitérios, que haviam sido pichados com dizeres antissemitas.

    Isso pode ser lido aqui: http://www.elministerio.org.mx/blog/2014/04/pravy-sektor-judios-proteccion-monumentos/

    A verdade é que o ambiente na Ucrânia é plural politicamente. Boa parte da comunidade judaica no oeste e algumas regiões do sul do país apoiou a Euromaidan, apesar da presença de grupos antissemitas no movimento. Isso é simplesmente um fato verdadeiro.

    É ingênuo ou desinformado aquele que acha que o leste da Ucrânia está livre do antissemitismo. Não sei exatamente se esse panfleto reflete a realidade política e ideológica dos que querem declarar a independência de Donetsk. Pode ser que seja uma propaganda anti-russa, claro (e é bastante provável que seja). De toda forma, isso não significa que não exista antissemitismo no leste ucraniano pró-Rússia. Qualquer coisa longe disso é desinformação ou ingenuidade.

    As regiões dominadas pela Rússia atualmente na Ucrânia são justamente as que historicamente mais foram e são antissemitas. Os pogroms, originalmente praticados contra judeus (hoje em dia, é um termo que se aplica a muitas outras etnias ou povos, dependendo do contexto), surgiram nessas regiões sul e leste da Ucrânia. O pogrom, que em russo signifca “tempestade” ou “destruição”, é provavelmente uma criação dos cossacos, os quais habitavam boa parte dessas regiões ucranianas. Os russos tradicionalistas, na linha eurasiana, que servem de fonte ideológica para Putin, consideram os coassacos uma espécie de russos – “russos ocidentais”.

    PS: Na Rússia, existe um debate histórico sobre de onde partiram exatamente os pogroms, se eles eram uma coisa incentivada pelas autoridades czaristas, se refletiam uma vontade política do governo, ou se eram algo que surgiu espontaneamente no seio do povo. O escritor Alexander Soljenítsin, célebre ganhador do Nobel de Literatura de 1970, cita fontes que dizem que os pogroms foram sempre algo que surgiu espontaneamente no seio dos povos que habitavam o império russo (cossacos, ucranianos, tártaros, russos etc). Essa questão é importante, inclusive para entender a adesão judaica aos levantes revolucionários russos. Os pogroms foram uma importante causa política da maciça adesão judaica aos movimentos idealistas que redundaram na revolução russa. Só que isso pode não ter acontecido da forma que normalmente se vende, como uma reação à opressão, pura e simples. Mutos pogroms podem ter sido, na verdade, fomentados pelos próprios revolucionários judeus como forma de influenciar a adesão de outros judeus. Isso pode sim ter acontecido na Rússia. Os grupos de judeus formados por judeus russos, como a BUND – União Judaica Trabalhista da Lituânia, Polônia e Rússia, em iídiche -, tinham uma forma muito peculiar de pensar a revolução, tendo inclusive muitos deles entrado em conflito com lideranças bolcheviques, como Trotski, por causa da tendência de quererem misturar questões eminentemente judaicas com marxismo, postura rechaçada por Trotski.

    1. Bom apanhado.

      “Um lado acusa o outro de ser antissemita.” “Pode ser que seja uma propaganda anti-russa”

      Concordo.

      E menos mal que é assim, um lado acusando o outro de ser antissemita.

      Imagine se fosse cada lado se gabando de ser antissemita…

      (Como o lado russo se gaba de ser homofóbico.)

    1. É claro que é fake.

      Falta saber, no entanto, de quem é autoria, se é dos partidários de Pushilin ou de alguém tentando incriminá-lo.

      Como também é falseador usar fotos de eventos esportivos de 2012 ou 2013, durante o governo Yanukovich, sem datá-las, como tentativa de levar a uma associação ao governo atual.

      Isso só chama a atenção para o quão conivente o governo Yanukovich era com racistas, antissemitas e homofóbicos, posto que não perseguiu ou processou nenhum desses grupos.

      E também porque desde sua deposição não aconteceu nada do gênero.

       

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