Ataque ‘imprudente e irresponsável’ reflete ‘cegueira política e militar’ dos EUA, diz Presidência da Síria

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Imagem – BBC

do Ópera Mundi

Ataque ‘imprudente e irresponsável’ reflete ‘cegueira política e militar’ dos EUA, diz Presidência da Síria

Em comunicado, gabinete de Bashar al Assad diz que ‘ato ultrajante’ demonstra que prevalecem ‘políticas arraigadas’ de Washington, ‘representadas por ataques contra Estados, a opressão de povos e a tentativa de dominar o mundo’

A Presidência da Síria divulgou nesta sexta-feira (07/04) um comunicado em que qualifica o ataque dos EUA contra uma base aérea de Damasco como um ato “imprudente e irresponsável” que reflete “uma cegueira política e militar”.

“Em um agressão injusta e arrogante, os Estados Unidos atacou nesta sexta-feira o aeroporto de al Shairat nos arredores de Homs”, diz o comunicado do gabinete de Bashar al Assad, presidente da Síria, divulgado pela agência estatal de notícias Sana.

“Atacar um aeroporto de um Estado soberano é um ato ultrajante dos EUA que clarifica mais uma vez o que a Síria tem dito, de que a sucessão de administrações deste regime não muda as políticas arraigadas desta entidade, representadas por ataques contra Estados, a opressão de povos e a tentativa de dominar o mundo”, diz a Presidência síria.

O governo sírio encerrou dizendo que “se o regime norte-americano acredita que este ataque lhe permitiu dar apoio a seus agentes de gangues e organizações terroristas no terreno, a República Árabe da Síria reafirma que esta agressão aumentou a determinação síria em atacar os agentes terroristas e os continuar derrotando, e intensificar as ações contra eles onde quer que estejam no território sírio”.

Washington realizou na madrugada desta sexta-feira a primeira ação militar direta contra Damasco, com um ataque aéreo com 59 mísseis lançados de navios militares no mar Mediterrâneo contra a base de Shairat, a 25 quilômetros de Homs.

Agência Efe / Arquivo

O presidente da Sìria, Bashar al Assad: ataque ‘imprudente e irresponsável’ reflete ‘cegueira política e militar dos EUA’

A Rússia classificou o ataque como uma “agressão contra um Estado soberano” e suspendeu a coordenação militar que mantinha com os EUA na Síria.
 
Segundo dados do Exército sírio e do Observatório Sírio de Direitos Humanos, o ataque deixou pelo menos 15 mortos, entre militares e civis, e dezenas de feridos e destruiu “quase por completo” a base aérea, a segunda mais importante das forças governamentais sírias, segundo um comunicado do Observatório.
 
O governo norte-americano acredita que desta base saíram os aviões sírios que bombardearam a cidade de Khan Sheikhoun na terça-feira (04/04), no que EUA, França e Reino Unido dizem ter sido um ataque químico deliberado de Assad contra civis sírios, que deixou mais de 70 mortos e 200 feridos.

No entanto, tanto o governo sírio como a Rússia, seu principal aliado, negam essa versão e sustentam que o ataque tinha como alvo um depósito dos terroristas do Estado Islâmico e da Frente Al Nusra que abrigava armas químicas – que depois atingiram os civis.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

8 Comentários

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  1. Esqueçam o Trump
    Esqueçam o Trump isolacionista. Essa madrugada ele provou da maçã política e descobriu a única coisa capaz de unir democratas e republicanos nesse momento.

    1. O “cowboy”, então,  foi

      O “cowboy”, então,  foi tragado pelo pântano que tinha prometido drenar.

      Aproveitando a visita oficial do Presidente da China exibiu toda valentia, uma enorme grosseria diplomática, na verdade, um recado, uma ameaça.

      E o ISIS, radiante com a cobertura, também atacou.

  2.  
     
    O Führer Donald Trump do

     

     

    O Führer Donald Trump do Estado Terrorista USA sacou a arma. Finalmente um “amalucado” escancara o apoio que seu antecessor  e “Prêmio Nobel da Paz,” pensava ocultar sob o disfarce de bom moço. O gajo, não enganava nem as próprias filhas, menores de idade.  Enquanto isso, em colaboração com os bandidos da OTAN, enviava recursos em dólar e armamentos pesados aos terroristas do Estado Islâmico na Síria (EIIS) e demais regiões.  

    Com a atual ação de marketing criminoso, o Führer da Casa Branca faz pose de falcão confiável para consumo interno, ao tempo em que, assegura  não haver risco de solução de continuidade nos projetos de ações futuras para os terroristas do Pentágono. Atenção! Turma do Facism and Big Business. Rapaziada do Complexo militar-industrial. Regozijai-vos!  

    Senhores mercadores, e distribuidores da democracia da bala no Oriente Médio. A democracia está à salvo.

    Engraçado que os canalhas de lá, como os de cá, mentem que nem uns filhos da puta sem piscar o olho. Ao menos, os da cara.

    Orlando

     

  3. E a França de novo fica do

    E a França de novo fica do lado errado na História: se alinhou com Hitler na guerra de ’39, se alinha com os EUA nessa…

     

    1. A bem da verdade, nem TODA a

      A bem da verdade, nem TODA a França, mas parte dela. Desde o início houve resistência por parte da população e de algumas lideranças.

  4. Claro que os EUA não

    Claro que os EUA não deixariam baratas essas últimas vitórias da Syria(Assad). Só que nesse episódio há um “senão”: a própria lógica. O que ganharia o dirigente sírio com esse ataque? Nada, absolutamente nada. Ao contrário: teria contra si a opinião pública internacional e uma resistência interna ainda mais feroz. 

    Não basta apenas os lacaios de sempre-RU, França e Alemanha-dizerem amém à versão ianque, nem tampouco a mídia ocidental “comprar” acriticamente a mesma. Parece que desta vez a Rússia, e provavelmente a China, servirão de contraponto.

  5. “Trump”, bah… Como se essa

    “Trump”, bah… Como se essa prática não fosse a adotada pelos EUA contra o mundo há uns, sei lá… uns 100, máximo 150 anos, independente de quem seja o presidente do Executivo por lá. A mídia vende a imagem de quem ocupa esse cargo como super-poderoso mas o fato é que ou o eleito para esse cargo obedece as reais forças naquele país – a saber, a força do dinheiro, a iniciativa privada – ou nem vivo permanece, quanto mais presidente.

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