Banco dos BRICs começa a operar em Xangai

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do Brics, bloco de cinco grandes economias emergentes constituído por África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia, começou a funcionar hoje (21) com sede em Xangai (China).
 
Com um capital inicial de US$ 50 bilhões de dólares, o NBD, designado por Brics Bank, pretende atuar como um complemento do atual sistema financeiro internacional, dirigido ao financiamento de projetos de infraestruturas.
 
A criação do banco foi aprovada na 4ª Reunião de Cúpula Anual do Brics, ocorrida na Índia em 2012. O banco é presidido pelo executivo indiano K.V. Kamath e atuará nos países-membros do grupo, mas as operações podem ser estendidas a países em desenvolvimento que quiserem financiar projetos de infraestrutura.
 
O Brasil está representado no NBD pelo economista Paulo Nogueira Batista Júnior, que ocupa uma das vice-presidências da instituição. Até o início de junho, Batista era diretor executivo do Brasil e de mais dez países no Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington. No organismo internacional, ele participou das discussões sobre as reformas de cotas que trarão mais poderes para países emergentes dentro do FMI.
 
Desde sexta-feira (17), o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Luís Antonio Balduíno Carneiro, está em Xangai para participar da primeira reunião do Conselho de Diretores do NBD. O encontro discutiu a instalação do banco e terminou hoje.
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

2 Comentários

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  1. Geopolitica

     Trata-se de um assunto chato, muitas vezes, na maior parte, eivado de considerações ideológicas, referenciadas em um passado não tão recente, mas ainda de entendimento facil, e ERRADO, mas  afeito a costumeiras simplificações, para o entendimento – ERRADO – tanto de comunicadores, como de analistas, ambos comprometidos, tanto a “esquerda” como a “direita”.

      O BRIC’s Bank ( NDB ), apesar de seu capital reduzido, em comparação com outras instituições internacionais multilaterais, é mais importante geopoliticamente do que economicamente, pois demonstra a outras nações certos objetivos politicos deste grupo, e assim como o WB, IMF…..etc., irá concorrer nestes mesmos espaços, podendo carrear para as empresas BRIC’s, e por consequencia, a seus controladores e governos adidos, oportunidades de negócios em paises dependentes de fluxo de capital internacional, e de tecnologia, obras fisicas, gestão destas e dos financiamentos concedidos.

       Em muitas ocasiões, em muitos negócios internacionais, no sistema Governo – Governo, em areas de infraestrutura, defesa, energia, logistica, um financiamento cedido, uni ou multilateral, através de um banco de fomento, a primeira vista, em uma simplérrima analise contabil, de balanço, ou pior: com analise de um Procurador “bocó sem visão” ; gera ao Banco um “prejuizo direto de operação” ou “zera o papel (bond/bonus) no secundario”*, o que pouco importa, pois: 1. geração direta e indireta de empregos no País fornecedor; 2. influência politica na região **; 3. as experiências obtidas com as obras; 4. Geopolitica consciente de impedir o protagonismo de outro Estado, tanto no País-alvo, como em seus fronteiriços; 5. Comentando bem “chinês”: só financio e apoio, o que me dará retorno, de acordo com minhas ambições, nada é de GRATIS, sempre o interesse do financiador, de suas empresas associadas, e de seus governos, é a Meta-Alvo.

         TODO, banco multilateral, alem de um banco, um fomentador de infraestrutura regional, é uma ARMA geopolitica, de influência, tanto local, como regional, e principalmente internacional, pois impedir que outro faça, é dado de vantagem estratégica.

          Glossário:

         * “zerar o papel (bond ) no secundario” : Toda divida soberana ou não, pode e deve, ser transformada em “bonus”, e assim que o projeto for terminado, ou mesmo antes (project finance), “lançada” (ser vendida ), ao mercado de titulos, e em caso de elevado risco, transacionar o “principal”, em deságio no mercado secundario, como um derivativo, por que, mesmo a “vendendo” com deságio ( tanto de juros, como do principal, ou “yeld” positivo ou negativo, spread de 0 tendendo a 1 ), o capital operacional do financiador, e´recomposto, podendo a ele financiar outras operações ( sinto muito advogados se vcs. não compreendem ).

          ** influência politica regional: Em vendas de serviços, combinadas a vendas de capital (financiamento), a paises, sempre verifica-se a amplitude regional, pois por exemplo: Uma estrada construida, ferro ou rodo, ou uma planta de energia – não importa qual o modal -, uma linha de transmissão, feita em um País, é possivel que seja estendida a outro – uma conexão – e quem já está no local, foi aprovado, possue muito mais cabedal técnico e financiamento, para vender estes serviços ao Estado(s) vizinho(s).

    1. A questao do ERRADO

      Pressupondo que vc vem de alguma area academica e constatando que vc esta analisando (em ultima instancia) relacoes sociais me da uma pessima impressao dizer que existe um jeito de pensar “errado”.  Alem disso tb da a impressao que vc vem propagar uma ideia de neutralidade da ciencia. Isso, esse discurso da neutralidade julgo perigoso e incoerente (foi o pano de fundo da eugenia). A ciencia eh um instrumento para politica, nem toda politica eh necessariamente racional e finalmente a historia nao conta com eventos certos e errados, mas com intepretacoes variadas acerca de processos dialecticos.

      O ponto numero 1 seu  acredito ser de extremo valor. Com a mecanizacao da agricultura e a industrializacao desenfreada nenhum pais consegue mais empregar, atraves da iniciativa privada e do mercado livre, tanto mao de obra qualificada quanto desqualificada. Os bracos da ONU e da Uniao Europeia sao o exemplo disso, empregam por exemplos de advogados a limpadores de janela aos montes. Isso eh um politica racionalizada tento em conta numeros de formandos, profissionais autonomos e planejamento. Acredito que sera para o Brasil uma plataforma de carreiras internacionais, ja que da UE nao participamos e na ONU nao temos espaco nenhum pq sao instituicoes neoliberais para empregar gente do norte (de facto) e logico aporte financeiro brasileiro ser pequeno (de jure).

      Um outro desenvolvimento interessante vai ser o real impacto no sistema financeiro internacional, nao so de ordem geopolitica. Uma contrapartida ao dolar (pois os EUA imprimem dinheiro “a rodo” sem inflacionar a economia, alem de terem a maior divida interna do mundo) eh abertamente o selo de carimbo do fim do obaoba dos EUA no mercado financeiro internacional. Eles sempre mudam a regra do jogo para beneficio proprio quando lhes convem. Talvey nesse sentido a Suica abarrotada de dinheiro “lavado porem sujo” cumpre um papel parecido na EU, age junto com o BC europeu dando estabilidade almejada ao euro perante o dolar.

      Ha uma serie de outros beneficios, assim como os que vc citou, para os paises emergentes e em desenvolvimento. A cooperacao Sul-Sul eh a saida para esses paises dependentes de capital estrangeiro para financiarem suas economias e sairem da dominacao que muda de regra qdo convem (alem das regras serem do estilo faca o que diogo mas nao o que faco) imposta pela alianca EUA-EU.

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