China se incomoda com reorganização de tropas americanas

Por zanuja castelo branco

Pequim alerta EUA para “não perturbarem” Mar da China Meridional

Por João Novaes, do Opera Mundi

Advertência foi feita após declarações de Secretário de Defesa sobre reorganização de tropas americanas na região

Através da nota de uma agência oficial, a China advertiu neste sábado (02/06) os Estados Unidos para não perturbarem o Mar da China Meridional. O alerta foi feito em comunicado da agência oficial Nova China, como resposta à decisão do governo norte-americano de remobilizar sua frota marítima no Oceano Pacífico e de uma declaração sobre o tema dada horas antes pelo secretário de Defesa, Leon Panetta, durante evento e Cingapura.

“É recomendado a alguns que não venham perturbar estas águas”, adverte a nota. “Em relação à tensão no Mar da China meridional, alguns pretendentes, animados ou não pela nova postura dos Estados Unidos, acenderam o fogo e avivam as chamas”. De acordo com o comunicado, o “verdadeiro desejo” de Pequim é converter a área em um “mar de Paz”.

“O conceito muito supervalorizado de ”ameaça chinesa” à liberdade de navegação no Mar da China meridional é uma pura invenção”, acrescentou a agência.

Zona de várias disputas territoriais, a área compreende desde Cingapura e a ilha de Sumatra, ao sul, até o estreito de Taiwan, ilha considerada como uma província rebelde pelo governo de Pequim. O espaço marítimo é reivindicada pela China, Vietnã, Filipinas, Taiwan, Brunei e Malásia.

Veja as reivindicações no mapa abaixo, em inglês. Em azul claro estão as Ilhas Spratly, um pequeno arquipélago em disputa com pequenas porções de terra, recifes e atóis. Ellas são reivindicadas por todos esses países, que lá instalaram várias guarnições militares. O local é rico em recursos coo petróleo e gás natural, além de importante fonte para a pesca.

Wikimedia Commons
EUA

Horas antes, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, disse que os Estados Unidos irão mobilizar a maior parte de sua força naval em direção ao Oceano Pacífico até 2020, dentro da nova estratégia militar centrada na Ásia.

Panetta disse que Estados Unidos e China “não têm outra opção a não ser fortalecer sua relação militar para lidar com suas divergências. (…)Um diálogo sólido sobre segurança entre as duas potências é fundamental para a prosperidade da região Ásia-Pacífico”. O secretário participa do Diálogo de Segurança Shangri-La, uma cúpula envolvendo ministros de Defesa organizada todos os anos em Cingapura.

Seu discurso, segundo analistas, visa tranquilizar os aliados regionais dos EUA frente à demanda de soberania de Pequim sobre a maior parte da área, rica em petróleo. Panetta deixou claro que Washington se opõe a qualquer tentativa unilateral de Pequim em favor de seus direitos na região.

“Ambos compreendemos as divergências que temos, e os conflitos, mas também compreendemos que, na verdade, não nos resta outra alternativa a não ser nos envolvermos em nossa comunicação e melhorá-la, assim como nossa relação militar”, disse.

Luis Nassif

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