Coronavírus é a pior falha de inteligência da história americana, diz Micah Zenko

Para articulista, indiferença “sem precedentes” do governo Trump e a negligência voluntária gerou uma surpresa catastrófica ao povo norte-americano

Foto: Reprodução/Evan Vucci/AP/Shutterstock

Jornal GGN – Desde que o coronavírus varreu o mundo ficou claro que a maioria dos líderes globais não possui a disciplina necessária para efetuar uma análise rotineira de seu horizonte com base no risco, e sequer desenvolvem planos de contingência necessários para eventuais problemas. E ainda é mais raro o líder que identifica uma ameaça com antecedência suficiente pra desenvolver e adotar tais planos.

Em artigo publicado no jornal britânico The Guardian, o cientista político Micah Zenko explica que o governo de Donald Trump fracassou de forma cumulativa nos Estados Unidos, tanto em levar a sério os avisos da comunidade científica como em adotar respostas compatíveis com a ameaça prevista. “Infelizmente, as autoridades ligadas à Trump fizeram uma série de julgamentos (minimizando os riscos do Covid-19) e decisões (se recusando a agir com a urgência necessária) que tornaram os americanos desnecessariamente menos seguros”.

Desta forma, Zenko afirma que Trump causou uma surpresa estrategicamente catastrófica ao povo norte-americano, mas ao contrário do que houve em eventos como o 11 de Setembro ou o ataque a Pearl Harbor, o quadro atual foi provocado por uma indiferença sem precedentes, ou mesmo intencional, por parte das autoridades federais.

“O desapego e a indiferença da Casa Branca durante os estágios iniciais do surto de coronavírus estarão entre as decisões mais caras de qualquer presidência moderna”, diz o cientista político, ressaltando que as autoridades foram avisadas por tempo suficiente para deixar o país preparado para combater a doença, mas a forma como isso foi desperdiçado jamais deve ser esquecido.

“Trump estava inicialmente errado, e então seu círculo interno promoveu esse erro retoricamente, e com políticas inadequadas por muito tempo. Agora, os norte-americanos pagarão o preço por décadas”, ressalta Zenko.

Redação

4 Comentários

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  1. Esta eventual “cegueira” ou ‘bobeada” advém de que os EEUU tem um imenso foco no gasto militar e acaba esquecendo do “resto”, que lhe poderia dar um avanço fantástico em sua própria sociedade e em suas relações externas. Em última análise, ao mundo como um todo. Vejamos:
    1) Os EEUU nunca sofreram um ataque externo de verdade em seu território, Por que este exagero de ter um orçamento de “defesa’ maior do que os 6 maiores seguintes no mundo, incluindo Rússia e China?
    2) Porque ter tantas bases militares e frotas pelo mundo? Por que tanta intromissão em assuntos internos de outras nações? Por que apoiar regimes autoritários seletivos e condenar outros? Por que tantas agências de “inteligência? Ora, por defesa é que ninguém vai achar que é, né?
    3) As maiores ‘ameaças” aos EEUU (terrorismo, corridas armamentistas, etc.) são criadas por ELES MESMOS, através de “antipatias” advindas de suas politicas externas intervencionistas, imperialistas e unilateralistas.
    4) Imagine-se o efeito positivo no Oriente Médio (inclusive para Israel), se os EEUU dedicassem parte desta fortuna militar para auxiliar diretamente os palestinos e contribuir para a paz, sem proteger nem abandonar Israel? Seria “barato” e extremamente eficaz, além de trazer a simpatia do mundo árabe (sempre sem precisar conflitar com Israel).
    5) Embora este enfoque militarista traga frutos econômicos e tecnológicos, isto também pode acontecer em países “inimigos” como Russia e China, gastando muito menos.
    6) Os EEUU, sem desprezar que são uma grande e admirável nação sob o aspecto histórico de desenvolvimento e bem estar, poderiam estar muito melhores em desenvolvimento humano (saúde, educação, distribuição de renda, criminalidade, etc.), onde são liderados por países mais socialistas, como os escandinavos e europeus em geral, bem menos ricos.
    7) Que não se generalize também a antipatia ao povo americano (como a qualquer outro), já que lá como cá e acolá, são conduzidos e manipulados pela parte (ex. “falcões”) que não admite “desperdiçar seu poder”. Como se um adulto não admitisse deixar de usar seu poder sobre crianças ou mais fracos, o que se costuma chamar de “abuso”.
    Enfim, para conduzir seus liderados ao seu PRÓPRIO sucesso, um líder não precisa ser o mais forte, o mais temido.
    Precisa ser essencialmente respeitado e admirado.
    Trump e seus falcões não “sabem” disso.

    1. Acompanhando parte do seu raciocínio e considerando a natureza do governo americano, vamos admitir a hipótese de que o covid19 seja produto da intelegência americana em mais um ataque à economia chinesa, agora direto, a pergunta é:
      Foi um tiro pela culatra?


  2. aquele predio ‘imperial’ de cinco lados que levou um aviao enorme em suas paredes e que ninguem nunca viu nem as helices da turbina ou outro destroco que se pareca (desculpe a flta de cedilha) com um aviao naquele 11 de setembro, so serve mesmo para bombear e matar soberanias e povos inocentes em nome do oleo, o que fizeram pelo povo deles nesta historio horrenda deste virus? talvez desejam que a populacao diminua, assim como o imbecil do eugenico Gates e seus amiguinhos de classe alta, talvez nunca saberemos ao certo, triste dias que vivemos

  3. E aqui, o nosso Messias aos avessos nos leva na mesma idiotice de Trump. A diferença é que lá a economia e forte, com uma democracia sólida e que aguarda a passagem daquela figura sombria para voltar a crescer e ditar alguns rumos para a humanidade. Aqui, o boneco de ventríloquo, repete as mesmas asneiras com uma economia já combalida, com um vice de olho na sua cadeira, com os governadores já fazendo campanha e o povo.. Ah o povo!!.. O povo é detalhe efemero!!

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