Desaceleração da Alemanha reacende temor sobre economia da zona do euro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Ao contrário do que se poderia supor, a crise econômica na zona do euro ainda não foi superada. E o impacto das tensões geopolíticas regionais e o lento processo de recuperação já começam a influenciar os números econômicos da Alemanha, maior mercado da região, o que ajuda a aumentar o grau de incerteza.

O indicador de sentimento econômico alemão, divulgado recentemente pelo instituto ZEW, apresentou uma redução de 10,5 pontos em outubro e agora está negativo em -3,6 pontos (com a média de longo prazo em 24,5 pontos). O índice perdeu força pela décima vez consecutiva, e voltou ao terreno negativo pela primeira vez desde novembro de 2012. A avaliação da situação atual na Alemanha também se deteriorou significativamente, com seu indicador caindo 22,2 pontos e agora lê 3,2 pontos.

Ao mesmo tempo, o indicador de sentimento econômico da zona do euro também perdeu força em outubro, chegando a 4,1 pontos – queda de 10,1 pontos em relação ao visto no mês anterior. Já o índice relativo a atual situação econômica da zona do euro caiu 13 pontos, para um valor de -56,8 pontos.

Em nota, os representantes da entidade afirmam esperar que a situação econômica na Alemanha perca ainda mais força no médio prazo. “Tensões geopolíticas e o desenvolvimento fraco em algumas partes da zona do euro, que está aquém das expectativas anteriores, são uma fonte de incerteza persistente”, diz o presidente da ZEW, Clemens Fuest. “Esses fatores estão manchando as expectativas de crescimento da Alemanha. Números decepcionantes relativas a entrada de pedidos, produção industrial e comércio exterior já devem ter contribuído para o crescente pessimismo entre os especialistas do mercado financeiro “, ressalta.

Junto com a desaceleração da Alemanha, os números relacionados à zona do euro também não trouxeram um quadro dos mais animadores. A produção industrial na região caiu mais que o esperado em agosto, em um sinal de que a economia está mais enfraquecida do que se imaginava. De acordo com os números da Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia, a produção nos 18 países que compartilham o euro caiu 1,8% em agosto ante julho, para uma queda de 1,9% na comparação anual

Os dados divulgados pelo ZEW também fazem coro às recentes projeções divulgadas pelo governo da Alemanha, que reduziu de forma considerável suas projeções de crescimento para este ano e o próximo, ao mesmo tempo em que a produção industrial na zona do euro tropeçou em agosto, e o índice de confiança econômica da Alemanha registrou sua primeira leitura negativa desde novembro de 2012, no auge da crise da zona do euro.

Dados do Ministério da Economia da Alemanha mostram que as projeções para o crescimento econômico do país neste ano foram ajustadas a 1,2%, e a estimativa para 2015 chegou a 1,3%, citando as crises no exterior, notavelmente com a Rússia, e o crescimento global moderado. Em abril, o ministério havia projetado respectivamente expansão de 1,8% e 2%.

Segundo informações da agência de notícias Reuters, a queda sugere que a Alemanha está tropeçando devido a crises geopolíticas no exterior, uma zona do euro fraca e debilidade na demanda interna. O desânimo em torno dos dados econômicos da região trouxe algum receio aos investidores e colocou mais peso em torno dos pedidos de mais esforços para estimular os investimentos na próxima reunião dos ministros das Finanças da União Europeia. Para um desenvolvimento econômico dinâmico, mas acima de tudo para crescimento e prosperidade no longo prazo, o investimento tem um papel crucial. A Alemanha precisa investir significativamente mais em sua infraestrutura”, disse o ministro alemão da Economia, Sigmar Gabriel. 

 

(Com Reuters)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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