Guerra mundial: a propaganda, por Gustavo Gollo
Guerras necessitam de apoio popular, razão pela qual costumam ser precedidas por ataques através dos meios de comunicação: primeiro se fabrica um Judas, depois se malha o Judas; costuma ser essa a dinâmica dos conflitos.
Quando eu era criança, ensinavam nas aulas que, muito tempo atrás, o Paraguai tinha sido governado por um ditador sanguinário que levou Argentina, Brasil e Uruguai a se unirem contra ele e massacrar toda a população paraguaia. A “justificativa” parecia adequada a nossas mentes infantis. Justificativas de guerras, se analisadas racionalmente, costumam ser inusitadas.
A Coreia do Norte é o grande Judas do momento, e já teria sido atacada há muitos anos caso não possuísse considerável capacidade de retaliação devida a seu enorme poderio bélico, incluindo bombas atômicas.
Atualmente, todos “sabemos” que a Coreia do Norte é um país miserável governado por um louco que mantém sua população na penúria, passando fome. Isso é o que nossos meios de comunicação têm nos informado, embora a Coreia do Norte seja assim:
Se compararmos as fotos da pobreza na Coreia do Norte com as daqui ficaremos bem envergonhados, podem conferir; a disparidade é imensa, somos muito mais miseráveis que eles. Digite “Pyongpeng” no google, imagens, confira as fotos.
Mas seu governante parece ser um louco, o que coloca a questão: quem atirará a primeira pedra?
Mas, por que ele parece louco? Porque está desenvolvendo mísseis e um programa nuclear.
E, por que razão ele não pode fazer o que outros fazem?
Países sem poder de retaliação suficiente para garantir soberania foram atacados pelos EUA ao tentar obtê-la. Em vista disso, os norte-coreanos trataram de assegurar seu poder militar. Sentindo-se ameaçados pela grande potência mundial, passaram a demonstrar sua força, exibindo seu poderio nuclear e o alcance de seus mísseis. Em resposta, os EUA aumentaram suas ameaças, acuando o oponente e levando-o a reforçar seus armamentos e demonstrações de força, o que pode parecer loucura. Repito que sem tal força o país já teria sido invadido.
Os norte-coreanos têm revelado um enorme domínio tecnológico, demonstrando que, em breve, serão capazes de construir mísseis capazes de atingir os EUA, o que significa uma enorme afronta à maior potência bélica do planeta. Os americanos acreditam que só eles têm o direito de ameaçar a todos, e que ninguém pode ameaçá-los, e que qualquer tentativa de desenvolver tecnologia capaz de ameaçá-los constitui enorme afronta a eles, suficiente para justificar-lhes o massacre. Não é assim? Não é isso o que “nossos” meios de comunicação nos informam e nos fazem concordar?
A apreensão se agrava ao considerarmos o momento atual como aquele em que a Coreia do Norte ainda pode ser atacada sem retaliar à altura, bombardeando o território norte-americano. Em 3 ou 5 anos, tal possibilidade será real.
Creio que essas serão as principais razões apresentadas para propagandear o massacre da Coreia do Norte.
Mas também visarão a China, alegando que o país está se apossando ilegalmente de águas internacionais muito ricas e reivindicadas por diversos outros países e militarizando a região, conforme uma suposta condenação internacional.
Cabe notar que os interessados na questão estão tecendo acordos e resolvendo, pacificamente, contendas milenares, sendo os Estados Unidos os responsáveis por atiçar desavenças locais colocando lenha na fogueira em controvérsias que não lhes dizem respeito, em região absurdamente distante de suas terras.
O terceiro inimigo, a Rússia, não precisará ser pintado por propaganda adicional. Tendo sido o principal antagonista dos EUA por décadas, *todos já sabemos o que aqueles comunistas merecem*.
Creio que serão esses os principais pontos aventados pela propaganda cuja finalidade será angariar o nosso apoio para o massacre de povos inteiros, e cujo resultado será o estouro de uma guerra sem precedentes que acabará por se tornar o maior flagelo de toda a história da humanidade, o apocalipse.
O agrupamento iminente de 3 porta-aviões americanos na região consiste em um alarme aterrorizante que nos obriga a atentar para a gigantesca ameaça que nos assombra. Temos que impedir a deflagração do conflito, ou será impossível deter a explosão em andamento. *(Eu tinha escrito tudo isso sob o impacto da notícia do agrupamento das 3 frotas que, provavelmente, não ocorrerá. Foi anunciada, posteriormente, a retirada da primeira esquadra antes da chegada da segunda, fato menos aterrorizante, mas, efetuado, provavelmente, por questões estratégicas. Não conviria expor os 3 barcos ao ataque).
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