Guerra mundial: soam os tambores, por Gustavo Gollo

Guerra mundial: soam os tambores, por Gustavo Gollo

Já se podem ouvir os tambores de guerra americanos nos arredores da Coreia do Norte após a chegada à região do segundo porta-aviões americano, acompanhado de costumeira escolta. A presença de duas dessas esquadras em uma mesma localidade sugere a iminência de guerra, cuja justificativa será o desenvolvimento de tecnologias de lançamento de foguetes pela Coreia do Norte, e cujas consequências são imprevisíveis. Teme-se a generalização do conflito, a irrupção da terceira guerra mundial, bilhões de mortes e sofrimento generalizado por todo o planeta; a situação é gravíssima, apocalíptica.

Foi anunciado, ainda, o envio do terceiro porta-aviões ao local, acompanhado também de esquadra. A tríplice bravata, ao estilo histriônico do presidente americano, corresponde a um grande erro estratégico por expor as 3 poderosas embarcações ao fogo inimigo em caso da deflagração do ataque, razão que imporá o retorno de um dos porta-aviões a sua base logo após a chegada do terceiro.

Devemos ficar atentos aos rumores, e ao som dos tambores de guerra. A Coreia do Norte tem sido a Coreia do Norte há décadas, recusando-se a curvar-se ante as determinações dos americanos, guerreiros bem conhecidos por toda a região. Tem sobrevivido graças ao desenvolvimento de poderosíssimo armamento, incluindo bombas nucleares e mísseis. Obviamente, tais ações não se iniciaram ontem, vêm sendo implementadas há décadas, de modo que não há nada novo sob o sol, e nenhuma razão para um ataque contra eles agora que já não existisse antes.

O presidente americano, no entanto, anunciou que quer “voltar a ganhar guerras”, o que satisfaz a sede do bilionário setor bélico americano, que se alimenta de guerras, e que necessita delas para sobreviver e continuar a realizar seus lucros bilionários. Em vista disso, parece natural que os EUA tenham voltado a cutucar os norte-coreanos plantando um sistema de mísseis e radares em suas fronteiras. Acuados, os norte-coreanos responderam ao seu modo tradicional, fazendo demonstrações de força, exibindo o poderio de seus armamentos e demonstrando não temer uma guerra. As exibições norte-coreanas têm sido, então, tomadas como pretexto para a demonização do país, justificando um ataque preconcebido pelos abutres que fazem da guerra o seu meio de vida.

A concentração de armadas americanas no local e os repetidos clamores contra a produção de mísseis pelos coreanos faz crescer os temores de uma guerra iminente. A nova acusação de que os coreanos conseguirão, em poucos anos, construir foguetes capazes de alcançar a região continental dos Estados Unidos pode ser suficiente para justificar um ataque preventivo a eles. A repetição dessa queixa preparará e justificará o ataque.

“Nossos” meios de comunicação têm nos convencido de que a Coreia do Norte não pode ter bombas atômicas nem mísseis de longo alcance, e que a posse de tais armamentos constitui infração suficiente para justificar um ataque violentíssimo ao país e as consequentes milhões de mortes, inevitáveis em tais casos. Convencidos por “nossos” meios de comunicação, achamos natural que, em vista dessa petulância, os americanos tenham o direito de meter o nariz do outro lado do mundo, para atacar os norte-coreanos, assassinando milhões de pessoas. Temos sido levados a acreditar em muitas mentiras; como fiquei surpreso ao ver as fotos de Pyongyang, a bela capital do país, que eu tinha sido levado a acreditar miserabilíssima.

Mas, podemos perguntar, por que uns países têm direito de possuir e desenvolver determinados armamentos e outros não? E, com que direito os americanos metem o bedelho no mundo inteiro, onde não foram chamados, causando tensões e guerras por todo o planeta?

Creio que podemos resolver determinadas questões, sensata e equanimemente, equacionando a situação com a troca dos nomes dos países por “A”, “B” ou “C”, do seguinte modo: em vez de perguntarmos porque os Estados Unidos têm direito de impedir o desenvolvimento bélico da Coreia do Norte, podemos perguntar porque o país A tem direito de impedir o desenvolvimento bélico de B. Esse modo de equacionamento aplicado a essa e outras contendas revelará o quão deturpadas têm sido as opiniões e notícias apresentadas por “nossos” meios de comunicação.

Em caso de um bombardeio à Coreia do Norte, além dos milhões de mortos resultantes do ataque, e da retaliação norte-coreana sobre Coreia do Sul e bases americanas no Japão, teme-se ainda a generalização do conflito, com a solidariedade de China e Rússia à Coreia, o que constituiria a deflagração terceira guerra mundial, com consequências catastróficas para o mundo inteiro.

#terceira guerra mundial #guerra mundial #guerra #Coreia #Coreia do Norte #guerra nuclear #parem a guerra #apocalipse

Redação

15 Comentários

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  1. As Grandes Guerras não são

    As Grandes Guerras não são fruto da imbecilidade de um indivíduo, mas da crise do sistema dominante, hoje, o capitalismo predatório financeiro.

    Mais que a Coréia do Norte, são as bolhas financeiras da China, a estagnação da Europa e dos EUA que motivariam a Guerra. Coréia seria um pretexto.

    Os objetivos são os mesmos: a) diminuir a população e a pressão sobre os recursos escassos, diminuir o custo do trabalho, criar demanda e impor agendas de dominação e controle dos inimigos ou dos mais fracos.

    Já vivemos uma III Guerra de 4ª geração. Toda a América Latina passou por, ou está passando por, mudanças de regime. A África foi recolonizada por Americanos, Chineses e Europeus. Todos os países atualizaram os seus ativos militares, a Rússia se tornou exportadora de TI militar, EUA fez acordos militares em todos os Oceanos, a China está acuada. E no meio disso tudo a estória da Guerra ao Terrorismo, as crises na Ucrãnia, na Síria, nos Balcãs, no Yemen. Os Sauditas recebem EUA num dia, no outro Putin, acertam o fim de suporte ao ISIL hoje e amanhão decidem aumentar as forças que invadiram o Yemen.

    Não vejo os EUA invadindo a Coréia do Norte, mas cercando a China. O que é pode ser bem pior.

  2. Não sei como será a terceira

    Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus.

     Albert Einstein Fonte: internet.

  3.  
    Quando mais o Gustavo Gollo

     

    Quando mais o Gustavo Gollo escreve sobre a guerra, mais a exergia dela atinge o planeta azul. Uma questão de freguência sintonizada..

  4. Cachorro urubu
    em guerra com ze U !!!
    “Sai pra la, o porra…
    nossa eacolta e um cachorro, duas cervejas e um canario que agora esta dormindo !!! ”
    hahahahahahaha
    O capitao nao e nenhum brazuca, nem meamo um cucaracha, e um heroi do cine. Da para ouvir o hino !!!
    huashuashuashuash

    para o mundo que eu quero descer

  5. Apesar das aparências…

    A “briga” não é com a Coréia do Norte e sim com a China.

    A expansão chinesa em muitas frentes, incomoda muita gente….

    O Império Americano considera-se ameaçado e vai retaliar. Não querem dividir o poder e influências já conquistados.

    Na última hora, não será surpresa a Rússia atuar a favor do Império e ajudar a enfraquecer o mais forte concorrente asiático.

    E o Brasil, que despontava com um grande potencial de crescimento geopolítico, é vítima de uma guerra híbrida, um desmonte geral em várias frentes e caminha, celeremente, para ser um coadjuvante de terceira classe.

    A Terceira Guerra Mundia, para o Brasil, já começou e nem precisou ser invadido pelos soldados inimigos; mercenários nativos, voluntariamente, se apresentaram e combatem gratuitamente…..

     

     

  6. Quer dizer que os tres porta

    Quer dizer que os tres porta aviões americanos correm perigo de destruição por armas da Coreia do Norte?

    Que coisa impressionante, a Coreia do Norte realmente é uma potencia invencivel.

    1. Bem melhor que o pais que

      Bem melhor que o pais que supostamente vive na era das trevas, segundo a imprensa ocidental… e n

      ao há nada de errado em não se dobrar ante o império…

    2. Não Andre Araujo! O que corre

      Não Andre Araujo! O que corre risco de destruição são as vinte e poucas usinas nucleares da Coreia do Norte e o consequente espalhamento de radiação letal em todo o sul da Ásia e aí a China e a Rússia destruirem a frota americana provocando uma guerra nuclear global! Entendeu? Ou você acha que este cenário não é verossímil?

    3. Não dá, de acordo com outros.

          As TFs americanas e japonesas no momento são inviolaveis, e quem falou isto não foram os norte-coreanos, mas os chineses e desde 2012 , através de explicitas declarações dos chefes de EM do PLA , General Chen Bingde e o Comissário a época Qi Jianguo ( ainda hj. um dos chefes do PLA e membro do CC PCC ), o universo efetivo de projeção maritima chinês esta previsto para 2022, quando a rede A2/AD chinesa provavelmente estará montada.

           Nem Trump, que aliás não tem no seu Conselho de Segurança ninguem “asiático”, atacaria a NKPR sem analisar as consequencias referentes a Coréia do Sul e as tropas americanas lá estacionadas, assim como os acontecimentos sucessores a um conflito desta envergadura – quente, mortal e rapido – pois são muitas variaveis envolvidas, como por exemplo o afluxo de refugiados pressionando a China.

            Um problema, não muito sério, afinal delirar é livre, ainda mais para academicos, jornalistas e analistas de poltrona, são os falcõeszinhos paranóicos que pululam, tanto a esquerda como a direita a zurrar.

  7. Como os EUA se preparam para a guerra

    Os EUA querem entrar na história como ”aqueles que acabaram com a Terra”. Investiram num arsenal suficiente para destrui-la — completamente — umas 20 vezes, como se fosse possivel acabar com tudo outras dezenove, com eles dentro!
    George Fiedman é um porra louca que ganha a vida como analista geopilitico (possue um think-tank todo seu). Foi definido pelo N. York Times como ”autoridade em matéria de inteligência tática e estrategia global”. George explica que ”a destabilização é o verdadeiro escopo das ações estadunidenses no exterior”. Nada de querer instaurar democracia. ”Uma vez destabilizado um pais devemos dizer missão cumprida e voltar pra casa.” 

    Nesse video, George Friedman admite que os EUA estavam por trás das revoluções coloridas para destabilizar a Russia (Ucraina), e que a União Europeia é uma criatura estadunidense. Ele é um dos mais importantes representantes do Asylum Casa Branca. E’ considerado por W. Bush como homem de vasta cultura (George devorou páginas e páginas da Seleções Reader’s Digest). George é CEO e fundador da STRATFOR. Vez em quando ele faz declarações francas e desinibidas sobre os princípios basilares da politica externa dos EUA. O discurso de outubro de 2015 diante do Conselho de Chicago para Tremendas Cagadas de Amplo Expectro (TCAEx), ficou famoso na internet.

    Alguns passos:

    4:20 min   —   nosso pais pode invadir quem quiser mas não pode ser invadido… é belissimo.  […]  A linha politica indicada é a que foi adotada por Reagan com o Iran e o Iraque: financiou ambos para que se degladiassem e não combatessem contra nós. E’ cínico e certamente imoral, mas funcionou, e é isso que interessa. […] temos capacidade para dar apoio a potencias rivais de modo que desentendam-se entre elas: apoio politico, apoio econȏmico, apoio militar, consultoria, e em extremis, fazer o que fizemos no Japão, no Vietnam, no Iraque e no Afeganistão: ataques que destabilizaram.

    Foi então que George pegou o público desprevenido e desembainhou sua vasta cultura de história universal:

    7:19 min   —   Os antigos romanos não enviavam grandes exércitos, mas colocavam reis, criavam reis submissos ao imperador romano e esses reis eram os responsáveis pela manutenção da paz… como, por exemplo, Ponzio Pilato.

    Claro que no contexto da relação de cagadas de amplo expectro, esse erro passou batido. Pilato nunca foi rei de coisa nenhuma. Ponzio Pilato foi um procurador romano (um Dellagnol da ocasião), sucessor de Valerio Grato em 26; governou na malvadeza até que Vitellio, um tucano da Provincia da Siria, deu-lhe um tremendo bico no cú. Segundo a tradição evangélica, tão cara ao babélico (babaca evangélico) Deltan Dellagnol, durante o processo contra Jesus, Ponzio Pilato convenceu-se da sua inocência mas não soube opor resistência diante das pressões do Vem pro Muro e do MPL (Movimento Palestina Livre).

    Link do video   —   https://www.pandoratv.it/?p=16426

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