Hitler, a perseguição aos marxistas e o erro de Ernesto Araújo

Ministro das Relações Exteriores defende que o nazismo e o fascismo eram movimentos da esquerda política. Erro é confrontado por falas de Hitler

Foto: Divulgação

Jornal GGN – O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, protagonizou uma polêmica neste final de semana que repercutiu amplamente nas redes sociais, após defender que o nazismo e o fascismo eram movimentos da esquerda política. Além da crítica em massa de historiadores contra a declaração do ministro de Bolsonaro, também nas redes sociais trechos de falas do próprio nazista Adolf Hitler desmentem a defesa de Araújo.

Durante uma entrevista, o Itamaraty repetiu a sua defesa de que regimes totalitários como o fascismo e o nazismo eram “fenômenos de esquerda”. “É uma coisa que eu falo muito e é muito uma tendência da esquerda. Ela pega uma coisa boa, sequestra e perverte, transforma em uma coisa ruim. Acho que é mais ou menos o que aconteceu sempre com esses regimes totalitários”, havia introduzido.

“Por isso que eu digo também que… quer dizer, isso tem a ver com o que eu digo, que fascismo e nazismo são fenômenos de esquerda, não é?”, continuou na declaração polêmica.

A posição equivocada de Ernesto Araújo já havia sido manifestada em ocasiões anteriores, como em um artigo publicado em 2017, dizendo que na década de 1920, “o socialismo se dividiu em duas correntes, uma que permaneceu antinacionalista; e outra que, para chegar ao poder, na Itália e na Alemanha, sequestrou o nacionalismo, deturpou e escravizou o sentimento nacional genuíno para seus fins malévolos, gerando o fascismo e o nazismo”.

E na manhã do último sábado (30), ele voltou a publicar a manifestação em seu blog pessoal, compartilhando o texto “Pela aliança liberal-conservadora”, no “Metapolitica 17”, defendendo de novo que o nazismo e o fascismo eram movimentos da esquerda, e não da direita política.

“A esquerda fica apavorada cada vez que ressurge o debate sobre a possibilidade de classificar o nazismo como movimento de esquerda. Dá a impressão de que existe aí um perigoso segredo de família, cuidadosamente guardado”, disse o chanceler.

Além de historiadores e pesquisadores do Brasil e de todo o mundo criticarem o chanceler brasileiro pelo erro, um vídeo foi compartilhado nas redes sociais em que mostra declarações do próprio nazista Hitler dizendo ser contra o marxismo e que o Partido Nazista tinha esse objetivo de acabar com a esquerda. O vídeo foi recomendado por leitores ao GGN, acompanhe:

Redação

11 Comentários

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  1. ” “o socialismo se dividiu em duas correntes, uma que permaneceu antinacionalista; e outra que, para chegar ao poder, na Itália e na Alemanha, sequestrou o nacionalismo, deturpou e escravizou o sentimento nacional genuíno para seus fins malévolos, gerando o fascismo e o nazismo”.”
    Uma opinião estrambótica mas, de certa forma tem sentido. Digamos que alguém copie uma boa ideia, a deturpe e divulgue como uma nova descoberta que se contraponha à criação original. Isto não seria possível?

  2. A melhor apreciação:
    Stálin,1941:

    “Quem são os nacional-socialistas, inimigos de nossa pátria? Em nosso país chamamos habitualmente os hitleristas, isto é, os invasores alemães, de fascistas. Os hitleristas, ao que parece, consideram que isto não é justo e insistem em denominar-se “nacional-socialistas”. Por conseguinte, os alemães querem fazer-nos acreditar que o partido hitlerista, o partido dos invasores fascistas, que assola a Europa e organizou a canalha agressão ao nosso Estado socialista, é um partido socialista.

    Será possível isso? Que pode haver de comum entre socialismo e os selvagens opressores hitleristas que saqueiam e oprimem os povos de toda a Europa? Pode-se considerar nacionalistas os hitleristas? Não é possível.

    Na realidade, os hitleristas já não são nacionalistas, mas sim imperialistas. Enquanto os hitleristas procuravam unificar as terras alemãs com a anexação do Reno, da Áustria, etc., poderiam ser chamados nacionalistas com certo fundamento. Mas, depois que se apoderaram dos territórios alheios e escravizaram outras nações européias, submetendo ao seu jugo os tchecoslovacos, os polacos, os noruegueses, os holandeses, os belgas, os franceses, sérvios, gregos, ucranianos, bielorrussos, povos bálticos, etc., começando assim a lutar pelo domínio do mundo, o partido hitlerista deixou de ser nacionalista, pois desde esse momento converteu-se em invasor, opressor, quer dizer, imperialista. O partido hitlerista é, assim, o partido dos imperialistas, o partido dos imperialistas mais rapaces e salteadores de todo o mundo.

    Pode-se considerar socialistas aos hitleristas? Não é possível. Na realidade, os hitleristas são inimigos jurados do socialismo, reacionários furiosos, que se parecem com os Cem Negros, que despojaram a classe operária e os povos da Europa das mais elementares liberdades democráticas.

    Para ocultar sua essência reacionária, os hitleristas acusam o regime anglo-americano de regime plutocrático. Mas na Inglaterra e nos Estados Unidos há elementares liberdades democráticas, existem sindicatos de operários e empregados, existem partidos operários, existe um Parlamento; enquanto que, na Alemanha, o regime hitlerista aboliu todas essas instituições. É suficiente contrapor estes dois fatos para compreender toda a essência reacionária do regime hitlerista, toda a falsidade charlatanesca dos fascistas alemães a respeito do regime plutocrático anglo-americano.

    No fundo, o regime hitlerista é uma cópia do regime reacionário que existia na Rússia sob o domínio tzarista. É sabido que os hitleristas arrebatam os direitos aos operários e aos intelectuais, tal como fazia o tzarismo; e que organiza também, com satisfação, as matanças de judeus, próprias da Idade Média, tal como o regime tzarista. O partido hitlerista é o partido inimigo das liberdades democráticas, o partido reacionário medieval, o partido dos pogroms, próprio dos Cem Negros. E quando esses imperialistas recalcitrantes e reacionários consumados se apresentam sob o rótulo de “nacionalistas” e “socialistas”, fazem-no para enganar o povo, para idiotizar os cândidos e para encobrir sua essência imperialista. São gaviões disfarçados em pombas. Mas, por maior que seja o número de penas de pombas que ponha o gavião, este nunca deixará de ser gavião… “

  3. Esta suposta apreciação é uma verdade , mas se tratando de Stalin, tem uma conotação carregada de hipocrisia.
    “O partido hitlerista é o partido inimigo das liberdades democráticas”

  4. Comentário postado pelo fabiordr1 no YouTube :

    “Você defende a tese de que o nazismo era de esquerda baseado em dois argumentos principais, no primeiro você fala que o próprio nome do partido de Adolf Hitler continha o termo “socialismo”, o que seria uma prova para apontar a identificação do movimento com o marxismo. O segundo argumento é que um certo estatismo nazista aproximaria o nazismo da esquerda política.
    Iniciaremos com o primeiro argumento:
    A ideia de que o nome de um partido explicitaria, de forma direta e absoluta sua identidade é um exagero e um equivoco. Assim fosse, alguns partidos brasileiros seriam bastante diferentes do que são. O PDS seria um partido de esquerda. O atual PTB estaria, de fato, preocupado com o legado trabalhista e o PPS estaria na extrema esquerda do espectro político. Basear a natureza de uma agremiação política apenas em seus títulos remete a um nominalismo banal e irrelevante. Infantiliza o debate e transforma tudo em uma discussão rasa e baixa. Além de demonstrar profundo desconhecimento histórico mesmo.
    Me explico:
    O Partido Nacional-Socialista dos trabalhadores Alemães, havia sido criado a partir do Partido dos Trabalhadores Alemães, fundado por Anton Drexler. Esse partido desde sempre fora anti –comunista e antissemita e tentava combater o marxismo e os levantes comunistas na Alemanha. Em 1920, Adolf Hitler toma a liderança do partido e o transforma em Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.
    Sua intenção era criar um partidos de massas, radicalmente antissemita e anti-comunista. Hitler e os nazistas eram nacionalistas extremistas. Acreditavam na construção de um Estado alemão baseado na raça ariana. Assim, quaisquer perspectivas de classes ou internacionalistas eram consideradas posições inimigas e deviam ser derrotadas. Dessa forma, Hitler percebe o socialismo, o marxismo e o judaísmo como inimigos. Os dois primeiros por falar em luta de classe e internacionalismo, o segundo por ser, segundo ele, cosmopolita.
    Não há dúvida, o nacional–socialismo se consolida como movimento de extrema direita, anti-marxista e antissemita.
    Agora sobre o segundo ponto, a pretensa aproximação com o socialismo pela perspectiva estatista do Nazismo.
    Para além de ser antissemita e anti-comunista, o nazismo sempre fora anti-liberal. Assim, ele não acreditava em políticas universalistas e descentralizadas. O Estado Nazista, contrário a luta de classes, se aproximava de grandes empresas, tinha um discurso anti especulativo e tinha como objetivo a expansão racial, militar e territorial.
    Mais uma vez, ao contrário de perspectivas social-democratas, socialistas ou marxistas, a centralização estatal não tinha intenções distributivas, não pretendia combater a desigualdade econômica ou diferenças sociais. Ao contrário, a razão de existência do Estado era manter as diferenças, diferenças raciais. Estabelecer um estado racialmente hegemônico, escravizar e eliminar raças inferiores. Combater e exterminar a oposição que falava em classes sociais.
    O nazismo, ao contrário do socialismo, não intencionava a abolição da propriedade privada e nem a coletivização dos meios de produção. O nazismo gostaria de garantir a arianização da economia, buscava ter alianças com grandes empresas verdadeiramente alemães e buscava construir um estado corporativo. O nazismo constituía-se assim, como modelo de capitalismo excludente e estatal. Nada mais distante do que qualquer posição à esquerda.”

  5. Comentário postado pelo fabiordr1 no YouTube :

    “Você defende a tese de que o nazismo era de esquerda baseado em dois argumentos principais, no primeiro você fala que o próprio nome do partido de Adolf Hitler continha o termo “socialismo”, o que seria uma prova para apontar a identificação do movimento com o marxismo. O segundo argumento é que um certo estatismo nazista aproximaria o nazismo da esquerda política.
    Iniciaremos com o primeiro argumento:
    A ideia de que o nome de um partido explicitaria, de forma direta e absoluta sua identidade é um exagero e um equivoco. Assim fosse, alguns partidos brasileiros seriam bastante diferentes do que são. O PDS seria um partido de esquerda. O atual PTB estaria, de fato, preocupado com o legado trabalhista e o PPS estaria na extrema esquerda do espectro político. Basear a natureza de uma agremiação política apenas em seus títulos remete a um nominalismo banal e irrelevante. Infantiliza o debate e transforma tudo em uma discussão rasa e baixa. Além de demonstrar profundo desconhecimento histórico mesmo.
    Me explico:
    O Partido Nacional-Socialista dos trabalhadores Alemães, havia sido criado a partir do Partido dos Trabalhadores Alemães, fundado por Anton Drexler. Esse partido desde sempre fora anti –comunista e antissemita e tentava combater o marxismo e os levantes comunistas na Alemanha. Em 1920, Adolf Hitler toma a liderança do partido e o transforma em Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.
    Sua intenção era criar um partidos de massas, radicalmente antissemita e anti-comunista. Hitler e os nazistas eram nacionalistas extremistas. Acreditavam na construção de um Estado alemão baseado na raça ariana. Assim, quaisquer perspectivas de classes ou internacionalistas eram consideradas posições inimigas e deviam ser derrotadas. Dessa forma, Hitler percebe o socialismo, o marxismo e o judaísmo como inimigos. Os dois primeiros por falar em luta de classe e internacionalismo, o segundo por ser, segundo ele, cosmopolita.
    Não há dúvida, o nacional–socialismo se consolida como movimento de extrema direita, anti-marxista e antissemita.
    Agora sobre o segundo ponto, a pretensa aproximação com o socialismo pela perspectiva estatista do Nazismo.
    Para além de ser antissemita e anti-comunista, o nazismo sempre fora anti-liberal. Assim, ele não acreditava em políticas universalistas e descentralizadas. O Estado Nazista, contrário a luta de classes, se aproximava de grandes empresas, tinha um discurso anti especulativo e tinha como objetivo a expansão racial, militar e territorial.
    Mais uma vez, ao contrário de perspectivas social-democratas, socialistas ou marxistas, a centralização estatal não tinha intenções distributivas, não pretendia combater a desigualdade econômica ou diferenças sociais. Ao contrário, a razão de existência do Estado era manter as diferenças, diferenças raciais. Estabelecer um estado racialmente hegemônico, escravizar e eliminar raças inferiores. Combater e exterminar a oposição que falava em classes sociais.
    O nazismo, ao contrário do socialismo, não intencionava a abolição da propriedade privada e nem a coletivização dos meios de produção. O nazismo gostaria de garantir a arianização da economia, buscava ter alianças com grandes empresas verdadeiramente alemães e buscava construir um estado corporativo. O nazismo constituía-se assim, como modelo de capitalismo excludente e estatal. Nada mais distante do que qualquer posição à esquerda.”

    1. Desculpe-me Gus, mas seu raciocínio peca! Quando diz que o regime hitlerista é sim de extrema-direita apesar de reconhecer que havia centralização estatal é incoerente! Um fato exclui o outro, o liberalismo, que também foi perseguido por Adolf Hiller, é necessariamente vinculado a diminuição da participação e influência do Estado na Economia! Quanto a nomes e siglas partidárias não necessariamente representarem o ideário destes, é questionável! Cita partidos brasileiros como exemplo, mas desculpe-me novamente, mesmo nisto não podemos ser exemplos! RSRSRS. peguemos o PTB para exemplificar, todos sabem que o grupo que assumiu a sigla após a redemocratização do país nada tem a ver com o getulismo do qual deriva, são fisiológicos, aliás como a maioria dos partidos brasileiros, até os tidos esquerdistas se mostraram adeptos incondicionais da prática (o governo do PT é o grande exemplo disto), mas para concluir o grupo que teria mais vínculos com o antigo PTB (trabalhismo brasileiro) era o povo do Brizola e Darcy Ribeiro que tiveram que se contentar com a sigla PDT!

    2. Gus, Desculpe-me, mas seu raciocínio peca! Afirma que a Alemanha Hitlerista era de extrema-direita ao mesmo tempo que assume que havia centralização estatal nas atividades econômicas! É incoerência, não?!
      Sabendo que o liberalismo pressupõe necessariamente menor participação e influência na economia por parte do Estado! E, como reconhece, os nazistas eram também anti-liberais! A questão das siglas ou nomes dos partidos políticos não necessariamente representarem a proposta partidária, bom nós brasileiros não podemos ser exemplos, mais uma vez, nem nisso! RSRSRS. Peguemos o PTB que citou, a sigla foi, após a redemocratização, assumida por um grupo que não tem nada a ver com o getulismo (origem desse partido) o que caberia melhor povo do Brizola e Darcy Ribeiro que tiveram que se contentar com a sigla “PDT”!

  6. O pseudo chanceler é apenas um idiota e breve será expurgado. Este sujeito nao é o problema.
    O que preocupa mesmo é a repercussão dada a esta e a outras babaquices proferidas por este grupo hoje aboletado no poder e que servem apenas como cortina de fumaça para encobrir a incompetência de gestão.
    Enquanto isso o Brasil, cada vez mais apequenado perante o mundo, permanece estagnado. Apenas o desemprego a desesperança e o medo aumentam.

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