O comércio Sul-Sul será maior do que o fluxo Norte-Norte

Por Flics

Do La Economia Online

Sul-Sul: Uma inserção inteligente nos mercados emergentes

(MarcosLeonetti – La Economia On Line)

A atual administração tomou muito em sério a importância estratégica de levar o país para uma nova inserção na arena internacional.

Muito se tem insistido em ficar com os países desenvolvidos, os países ricos, que podem comprar, porque eles têm com que, mas a verdade é que eles fazem o seu jogo. Pedem abertura, abertura para colocar nos emergentes os seus excedentes que já não podem mais fazê-lo em seus próprios mercados. Só a Europa anualmente destina 100 trilhões de euros para proteger seus mercados agropecuários, de modo que os que temos vantagens estáticas (emergentes) não possamos exportar para eles.

Os dados são claros: no próximo ano, o comércio Sul-Sul será maior do que o fluxo Norte-Norte, de acordo com estimativas da CEPAL.

Em meados da década de 80, o intercâmbio Sul-Sul atingiu 6% do comércio mundial, no início desta década a sua contribuição chegou a quase 25% do total; a contribuição do comércio Norte-Norte caiu de 63% para 38% durante o mesmo período. Se esta tendência continuar, a CEPAL estima que em 2018 o comércio Sul-Sul destronará em importância o comércio Norte-Norte.

Entre 1996 e 2009, o comércio Sul-Sul cresceu a uma taxa anual de 12%, o que significa que foi mais rápido que o comércio Norte-Sul em 50%, de acordo com publicações da UNCTAD.

O comércio Sul-Sul representa para a América Latina e Caribe uma proporção crescente, dado que o Sul como destino percebe 38% do total das exportações da região, ou 53% se excluirmos o México.

O HSBC tem entre seus principais indicadores globais, o Índice de Mercados Emergentes (EMI em Inglês).

Sergio Martin Moreno, que é economista-chefe do HSBC no México, destacou que o aumento do crescimento econômico nos mercados emergentes respaldou “um aumento nos níveis de contratação, tanto na indústria transformadora quanto nos serviços.”

O mundo emergente já responde por 55% do PIB global.

Investidores que buscam rendimentos mais elevados têm impulsionado a emissão de dívida por parte dos países emergentes; em 2012 essa emissão foi récord novamente. Em 2012 cresceu 30% em relação a 2011, dados fornecidos por Capital Flows to Emerging Market Economies, relatório do Institute of International Finance (IFF em Inglês).

O IFF previu que os fluxos de capitais privados para as economias emergentes irá aumentar para 1,118 trilhões de dólares em 2013, mais 3,5% do que os 1,108 trilhões estimados em 2012.

Não apenas o comércio tornou-se cada vez mais importante, mas também os fluxos de capitais em busca de mercados com altas taxas de crescimento. Isso faz com que o aumente o emprego e se refortalecem os próprios mercados domésticos.

Neste contexto, o governo (argentino) decidiu ir atrás do desenvolvimento através do comércio crescente com países que são as novas estrelas do mercado mundial. Mas o interessante é essa história recente, quando há pouco mais de 100 anos, o nosso lugar no mundo foi destinado a fornecer alimentos sem processar e matérias-primas a partir da “periferia” para o “centro” hegemônico global. As idéias expressas por Raul Prebisch hoje cobram atualidade para encorajar-nos sobre os desafios que temos de compensar na hora de desenvolver a nossa relação com o mundo. O “Centro-Periferia é um beco sem saída”, de acordo com o Dr. Aldo Ferrer. “Temos que parar de usar a idéia de complementaridade com este novo pólo de crescimento e, em vez disso, avançar nas áreas de vantagens não estáticas” diz Ferrer na sua participação em um painel sobre “A Integração Internacional da Região e o Papel da Argentina e Brasil e para o Desenvolvimento com Integração”, na convenção da UIA (União Industrial Argentina).

O mundo emergente traz grandes oportunidades que estão começando a ser explorada com os tratados que incluem o comércio, as inversões e parcerias em sectores em que a Argentina tem vantagens dinâmicas. É o caminho mais complexo e mais lento, mas o que nos leva a escolher desde a nossa soberania, como podemos inserir-nos na nova configuração global.

Não repetir velhos erros ao menos nos assegura não repetir velhos resultados. Perseguir o nosso superávit comercial é parte dos requisitos para continuar a configurar o destino em suas decisões próprias, sem relegar a soberania.

 

http://www.laeconomiaonline.com/2013/02/01/sur-sur-una-insercion-inteligente-a-los-mercados-emergentes/

Luis Nassif

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