O jogo dos falcões

Do Estadão

Crise fortalece Hamas e dificulta paz, diz Khalidi

Catedrático da Universidade Columbia critica ação militar israelense

Gustavo Chacra, Sderot, Israel

O ataque israelense contra a Faixa de Gaza fortalece o grupo islâmico Hamas e inviabiliza por um bom tempo a retomada das negociações de paz entre israelenses e palestinos. A avaliação é do historiador Rachid Khalidi, que ocupa a cadeira Edward Said de Estudos Árabes da Universidade Columbia, nos EUA.

“A autodeterminação dos palestinos está mais distante do que nunca e a ocupação israelense hoje é maior do que antes do início das negociações dos Acordos de Oslo (firmados em 1993)”, disse ao Estado Khalidi, que tem nacionalidade americana, mas vem de uma das mais tradicionais famílias de intelectuais palestinos de Jerusalém. “Além disso, mesmo que Israel consiga tirar o Hamas do poder, terá poucas alternativas no que diz respeito a quem entregar o controle da Faixa de Gaza: o Egito se recusará a assumir responsabilidade pela região e é difícil imaginar qualquer outra força (como a ONU) assumindo o poder sem o consentimento dos palestinos.”Khalidi esteve no centro de uma grande polêmica durante a campanha presidencial americana, no ano passado. Na época, republicanos questionaram os vínculos entre o professor palestino – a quem chamaram de “radical” – e o então candidato democrata Barack Obama, que admitiu ser seu amigo.

Para Khalidi, Israel é responsável pela escalada de tensões que culminou na ofensiva na Faixa de Gaza por ter matado seis membros do Hamas em novembro, desrespeitando o cessar-fogo que também previa a abertura das passagens entre o território israelense e o palestino para a entrega de ajuda humanitária. Ele admite, porém, que o Hamas também tem parte da culpa pelo conflito já que lançou foguetes contra Israel (continua)

Luis Nassif

19 Comentários

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  1. Porque Israel iria querer
    Porque Israel iria querer destruir o Hamas, pois esse grupo com seu radicalismo e a principal desculpa para os israelenses manterem a opressão sobre os territorios ocupados! será que é tão dificil assim entender!

  2. Pois é. Quem violou o
    Pois é. Quem violou o cessar-fogo foi Israel ao matar seis membros do hamas e continuar impedindo a entrada de ajuda humanitária. E a imprensa de cá mente e diz que foi o Hamas. Lamentável.

  3. Se esta guerra estivesse
    Se esta guerra estivesse ocorrendo nos confins do continente africano (genocídio em Ruanda, massacres no Darfur e Somália), nínguem estaria dando a mínima bola. Mas como o conflito acontece no Oriente Médio(onde está quase todo o petróleo consumido no mundo), todo mundo fica mostrando a sua “indignição”. O ser humano é realmente muito hipócrita. O dia em que as fontes renováveis de energia substituírem o petróleo, nínguem mais vai ficar dando bola pra essa “picuinha” entre arabes e judeus.

  4. Perguntas:

    Faltou o sr
    Perguntas:

    Faltou o sr Khalidi explicar que o bombardeio constante de um país soberano membro da ONU pelo grupo terrorista Hammas já ocorre há anos – como então quem “violou” a paz foi Israel?

    Durante esse tempo todo Israel tentou parar o constante ataque terrorista por vias diretas (pequenas incursões militares) e indiretas (bloqueio marítimo para tentar impedir que a Síria e o Irã alimentem os “mártires” com “bombas caseiras”). A escalada militar foi anunciada preliminarmente pelas autoridades Israelenses. Quem é a vítima? “Opressão e o bloqueio” ou defesa da população e território?

    Onde está a ONU para denunciar o Hammas, que ergue bases militares em meio a zonas residenciais, que glorifica o assassinato de civis israelenses e alicia menores para a guerra?

    A ONU acusa Israel de “reação desproporcional”. Mas os mortos (maioria membros do exército do Hammas) ainda são em menor número que o número de mortos do Fatah, quando o Hammas tomou o poder à força.

    Os inocentes do Hammas:
    ” Fahmi Za’arir, a Fatah spokesman in the West Bank, said Anani, a father of five, was arrested more than a month ago by Hamas’s security forces, who tortured him while he was in detention. “They beat him severely,” Za’arir said, referring to Hamas. “Anani was subjected to various brutal methods of torture.”

    Os humanitários do Hammas (tão preocupados com a população civil):
    “During the clashes, militants mounted attacks from civilian apartment buildings and hospitals and targeted rival patients in their hospital beds, the London-based organization said. Militants used crowded residential neighborhoods as war zones, firing mortars, rocket-propelled grenades and bullets from civilian buildings.”

    Que é o lado mal nessa história?

  5. VEJA QUE COMENTÁRIO
    VEJA QUE COMENTÁRIO INTERESSANTE, FEITO POR GANDHI, EM 1938(!!) SOBRE A PALESTINA…

    Manifesto de Gandhi sobre os judeus na Palestina*
    M. K. Gandhi

    Harijan, 26 de novembro de 1938

    In M.K.Gandhi, My Non-Violence

    Editado por Sailesh K. Bandopadhaya

    Navajivan Publishing House

    Ahmedabad, 1960

    Recebi muitas cartas solicitando a minha opinião sobre a questão judaico-palestina e sobre a perseguição aos judeus na Alemanha. Não é sem hesitação que ouso expor o meu ponto-de-vista.(1)

    Na Alemanha as minhas simpatias estão todas com os judeus. Eu os conheci intimamente na África do Sul. Alguns deles se tornaram grandes amigos. Através destes amigos aprendi muito sobre as perseguições que sofreram. Eles têm sido os “intocáveis” do cristianismo; há um paralelo entre eles, e os “intocáveis” dos hindus. Sanções religiosas foram invocadas nos dois casos para justificar o tratamento dispensado a eles. Afora as amizades, há a mais universal razão para a minha simpatia pelos judeus. No entanto, a minha simpatia não me cega para a necessidade de Justiça.

    O pedido por um lar nacional para os judeus não me convence.

    Por quê eles não fazem, como qualquer outro dos povos do planeta, que vivem no país onde nasceram e fizeram dele o seu lar?(2)

    A Palestina pertence aos palestinos, da mesma forma que a Inglaterra pertence aos ingleses, ou a França aos franceses.

    É errado e desumano impor os judeus aos árabes. O que está acontecendo na Palestina não é justificável por nenhuma moralidade ou código de ética. Os mandatos não têm valor. Certamente, seria um crime contra a humanidade reduzir o orgulho árabe para que a Palestina fosse entregue aos judeus parcialmente ou totalmente como o lar nacional judaico.

    O caminho mais nobre seria insistir num tratamento justo para os judeus em qualquer parte do mundo em que eles nascessem ou vivessem. Os judeus nascidos na França são franceses, da mesma forma que os cristãos nascidos na França são franceses.

    Se os judeus não têm um lar senão a Palestina, eles apreciariam a idéia de serem forçados a deixar as outras partes do mundo onde estão assentados? Ou eles querem um lar duplo onde possam ficar à vontade?(3)

    Este pedido por um lar nacional oferece várias justificativas para a expulsão dos judeus da Alemanha. Mas a perseguição dos alemães aos judeus parece não ter paralelo na História. Os antigos tiranos nunca foram tão loucos quanto Hitler parece ser.

    E ele está fazendo isso com zelo religioso. Ele está propondo uma nova religião de exclusivo e militante nacionalismo em nome do qual, qualquer atrocidade se transforma em um ato de humanidade a ser recompensado aqui e no futuro. Os crimes de um homem desorientado e intrépido, estão sendo observados sob o olhar da sua raça, com uma ferocidade inacreditável.(4)

    Se houver sempre uma guerra justificável em nome da humanidade, a guerra contra a Alemanha para prevenir a perseguição desumana contra uma raça inteira seria totalmente justificável. Mas eu não acredito em guerra nenhuma. A discussão sobre a conveniência ou inconveniência de uma guerra está, portanto, fora do meu horizonte. Mas se não pode haver guerra contra a Alemanha, mesmo por crimes que estão sendo cometidos contra os judeus, certamente não pode haver aliança com a Alemanha. Como pode haver aliança entre duas nações que clamam por justiça e democracia e uma se declara inimiga da outra? Ou a Inglaterra está se inclinando para uma ditadura armada, e o que isso significa?

    A Alemanha está mostrando ao mundo como a violência pode ser eficientemente trabalhada quando não é dissimulada por nenhuma hipocrisia ou fraqueza mascarada de humanitarismo; está mostrando como é hediondo, terrível e assustador quando isso aparece às claras, sem disfarces. Os judeus podem resistir a esta organizada e desavergonhada perseguição? Existe uma maneira de preservar a sua auto-estima e não se sentirem indefesos, abandonados e infelizes? Eu acredito que sim. Ninguém que tenha fé em Deus precisa se sentir indefeso, ou infeliz. O Jeová dos judeus é um Deus mais pessoal que o Deus dos cristãos, muçulmanos ou hindus, embora realmente, em sua essência, Ele seja comum a todos. Mas como os judeus atribuem personalidade a Deus e acreditam que Ele regula cada ação deles, estes não se sentiriam desamparados.

    Se eu fosse judeu e tivesse nascido na Alemanha e merecido a minha subsistência lá, eu reivindicaria a Alemanha como o meu lar, do mesmo modo que um “genuíno” alemão o faria, e desafiaria qualquer um a me jogar na masmorra; eu me recusaria a ser expulso ou a sofrer discriminação. E fazendo isso, não deveria esperar por outros judeus me seguindo em uma resistência civil, mas teria confiança que no final estariam compelidos a seguir o meu exemplo.

    E agora uma palavra aos judeus na Palestina:

    Não tenho dúvidas de que os judeus estão indo pelo caminho errado. A Palestina, na concepção bíblica, não é um tratado geográfico. Ela está em seus corações. Mas se eles devem olhar a Palestina pela geografia como sua pátria mãe, está errado aceitá-la sob a sombra do belicismo britânico. Um ato religioso não pode acontecer com a ajuda da baioneta ou da bomba. Eles poderiam estabelecer-se na Palestina somente pela boa vontade dos palestinos. Eles deveriam procurar convencer o coração palestino. O mesmo Deus que rege o coração árabe, rege o coração judeu. Só assim eles teriam a opinião mundial favorável às suas aspirações religiosas. Há centenas de caminhos para uma solução com os árabes, se descartarem a ajuda da baioneta britânica.

    Como está acontecendo, os judeus são responsáveis e cúmplices com outros países, em arruinar um povo que não fez nada de errado com eles.

    Eu não estou defendendo as reações dos palestinos. Eu desejaria que tivessem escolhido o caminho da não-violência a resistir ao que eles, corretamente, consideraram como invasão de seu país por estrangeiros. Porém, de acordo com os cânones aceitos de certo e errado, nada pode ser dito contra a resistência árabe face aos esmagadores acontecimentos.(5)

    Deixemos os judeus, que clamam serem os Escolhidos por Deus, provar o seu título escolhendo o caminho da não-violência para reclamar a sua posição na Terra. Todos os países são o lar deles, incluindo a Palestina, não por agressão mas por culto ao amor.

    Um amigo judeu me mandou um livro chamado A contribuição judaica para a civilização(6), de Cecil Roth. O livro nos dá uma idéia do que os judeus fizeram para enriquecer a literatura, a arte, a música, o drama, a ciência, a medicina, a agricultura etc., no mundo. Determinada a vontade, os judeus podem se recusar a serem tratados como os párias do Ocidente, de serem desprezados ou tratados com condescendência.

    Eles podiam chamar a atenção e o respeito do mundo por serem a criação escolhida de Deus, em vez de se afundarem naquela brutalidade sem limites.(7) Eles podiam somar às suas várias contribuições, a contribuição da ação da não-violência.

  6. acho bobagem essa coisa de
    acho bobagem essa coisa de dizer que tudo começou com um ataque israelense aos 06 membros do Hamas, coisa bem infantil, atribuir esse tiroteio todo a uma ação especifica. Daqui á pouco alguém lembrara que uma ação anterior de A, e ficarão retrocedendo no tempo até os tempos de Cain e Abel.

    o que importa, e a solução do motivo basico dessa guerra. Para Israel o recrudescimento da guerra não é tão ruim, nem para o hamas, quem dança e o pessoal do Fatah que ficam com a pecha de adesistas aos israelenses. Negociar não é do interesse de Israel, que sabe que não tem a razão, nem do Hamas, que perderia o sentido de sua existencia na paz!

  7. O conflito entre palestinos e
    O conflito entre palestinos e judeus tem sido uma constante desde o final da segunda grande guerra. É um conflito de atrito, Uma luta de judô em Israel tenta se manter de pé no centro do tatame enquanto os combatentes palestinos tentam lhe tirar o equilíbrio. Mover o centro de gravidade. Derrubar o oponente.

    Cada movimento é calculado para forçar a resposta do adversário. Assim o ataque do Hamas na véspera das eleições de Israel só poderia conduzir a uma resposta militar desproporcional… de olho nas urnas… Então a pergunta é: O que o Hamas pretendia?

    Sugiro olhar em volta para achar a resposta. No campo político me pergunto qual a postura que Obama irá tomar? No econômico, qual o tamanho da dívida externa de Israel? Qual o espaço para gastos militares? E finalmente, o que acontece se o Hezbollah farejar fraqueza em Israel?

  8. (Veja Vladimir Jabotinsky –
    (Veja Vladimir Jabotinsky – The Iron Wall – We and the Arab – 1923 http://www.marxists.org/history/etol/document/mideast/ironwall/ironwall.htm)

    Os sionistas sabiam desde o início que colonizar e ocupar uma terra requer massacrar os habitantes, sejam incultos ou civilizados, pois os nativos não negociarão com estrangeiros o pedaço de chão onde nasceram e aprenderam a amar, enquanto houver uma mínima possibilidade de reação.

    Mesmo que a reação possa partir de grupos, que não estejam perfeitamente alinhados com seu próprio modo de vida, como é o caso do Hesbollah e Hamas, os nativos preferirão se alinhar a eles, do que aos estrangeiros invasores. Os sionistas continuam com sua política de liquidar com toda e qualquer possibilidade de reação dos oprimidos, para que quando estiverem extintos ou reduzidos a quase nada, possa então negociar alguma coisa com a massa disforme que restou de sua ação colonizadora e ocupadora da terra destes, agora, pobres e despedaçados nativos.

    Esta é moral do colonizador. Vejam se não é idêntica ao que russos fazem com os povos do Cáucaso e os chineses no Tibet? Ou os americanos no Iraque? Na verdade, outro tipo de colonização remota. Depois da guerra, não a ocupação das terras, mas o domínio das mentes (e bolsos) dos entreguistas.

    E o mundo não reage? Não! Alguns ilustrados, tomam partido de um lado ou outro, reúnem seus melhores argumentos para justificar um lado ou outro, mas não passa disso. Os espertos comerciantes apóiam o lado mais promissor para seus interesses, sem se preocupar com as questões éticas e morais do problema e estamos conversados.

    Moral da história:

    Todo o povo, que se preza como tal, tem que investir antecipadamente numa Política de Segurança e Defesa Nacional efetiva e de fato. Nunca se sabe quando grupos metidos a esperto aparecerão querendo tomar o que nos ensinaram a amar e sentir como nosso Patrimônio Natural. Quem ama cuida!

    Os órgãos do Direito Internacional criados pelas grandes nações, quando deles precisavam, foram desmoralizados por eles próprios, quando ficaram supérfluos e inconvenientes para os seus novos e inqualificáveis objetivos políticos.

  9. Cheguei à conclusão de que os
    Cheguei à conclusão de que os árabes palestinos são realmente fortes, dignos, civilizados e que o mundo encontra-se muito interconectado.

    Poucos genocídios perpetrados em guerras de invasão demandaram tanta cobertura midiática parcial e tanto discurso de justificação como a invasão da palestina pelos sionistas.

    A necessidade de justificar-se demonstra importância do massacrado. Pizarro não teve assessoria de imprensa no massacre dos peruanos.

  10. Para reflexao

    O Globo Online
    Para reflexao

    O Globo Online – Blog de Ricardo Noblat

    Ação militar israelense é legítima

    Jurista diz que invasão da Faixa de Gaza é necessária e que Israel defende
    seu direitos

    Alan M. Dershowitz*
    *Alan Morton Dershowitz é advogado, jurista e professor da Universidade
    Harvard

    A ação militar israelense em Gaza é totalmente justificada de acordo com o
    direito internacional, e Israel deveria ser elogiado por seus atos de defesa
    contra o terrorismo internacional. O Artigo 51 da Carta da ONU reserva às
    nações o direito de agir em defesa própria contra ataques armados. A única
    limitação é a obediência ao princípio de proporcionalidade. As ações de
    Israel certamente atendem a esse princípio.

    Quando Barack Obama visitou a cidade de Sderot no ano passado viu as mesmas
    coisas que eu vi em minha visita de março. Nos últimos quatro anos,
    terroristas palestinos dispararam mais de 2 mil foguetes contra essa área
    civil, na qual moram, na maior parte, pessoas pobres e trabalhadores.

    Os foguetes destinam-se a fazer o máximo de vítimas civis. Alguns por pouco
    não acertaram pátios de escolas, creches e hospitais, mas outros atingiram
    seus alvos, matando mais de uma dúzia de civis desde 2001. Esses foguetes
    lançados contra alvos civis também feriram e traumatizaram inúmeras
    crianças.

    Os habitantes de Sderot têm 15 segundos, desde o lançamento de um foguete,
    para correrem até um abrigo. A regra é que todo mundo esteja sempre a 15
    segundos de um abrigo. Os abrigos estão em toda parte, mas idosos e pessoas
    com deficiências muitas vezes têm dificuldade para se proteger. Além disso,
    o sistema de alarme nem sempre funciona.

    Disparar foguetes contra áreas densamente povoadas é a tática mais recente
    na guerra entre os terroristas que gostam da morte e as democracias que amam
    a vida. Os terroristas aprenderam a explorar a moralidade das democracias
    contra os que não querem matar civis, até mesmo civis inimigos.

    Em um incidente recente, a inteligência israelense soube que uma casa
    particular estava sendo usada para a produção de foguetes. Tratava-se
    evidentemente de alvo militar. Mas na casa morava também uma família. Os
    militares israelenses telefonaram, então, para o proprietário da casa para
    informá-lo de que ela constituía um alvo militar e deram-lhe 30 minutos para
    que a família saísse. O proprietário chamou o Hamas, que imediatamente
    mandou dezenas de mães com crianças no colo ocupar o telhado da casa.

    Nos últimos meses, vigorou um frágil cessar-fogo mediado pelo Egito. O Hamas
    concordou em parar com os foguetes e Israel aceitou suspender as ações
    militares contra os terroristas. Era um cessar-fogo dúbio e legalmente
    assimétrico.

    Na realidade, era como se Israel dissesse ao Hamas: se vocês pararem com
    seus crimes de guerra matando civis inocentes, nós suspenderemos todas as
    ações militares legítimas e deixaremos de matar seus terroristas. Durante o
    cessar-fogo, Israel reservou-se o direito de empreender ações de autodefesa,
    como atacar terroristas que disparassem foguetes.

    Pouco antes do início das hostilidades, Israel apresentou ao Hamas um
    incentivo e uma punição. Israel reabriu os postos de controle que haviam
    sido fechados depois que Gaza começou a lançar os foguetes, para permitir a
    entrada da ajuda humanitária. Mas o primeiro-ministro de Israel também fez
    uma última e dura advertência ao Hamas: se não parasse com os foguetes,
    haveria uma resposta militar em escala total.

    Os foguetes do Hamas não pararam, e Israel manteve sua palavra, deflagrando
    um ataque aéreo cuidadosamente preparado contra alvos do Hamas.

    Houve duas reações internacionais diferentes e equivocadas à ação militar
    israelense. Como era previsível, Irã, Hamas e outros que costumam atacar
    Israel argumentaram que os ataques do Hamas contra civis israelenses são
    totalmente legítimos e os contra-ataques israelenses são crimes de guerra.
    Igualmente prevista foi a resposta da ONU, da União Europeia, da Rússia e de
    outros países que, quando se trata de Israel, veem uma equivalência moral e
    legítima entre os terroristas que atingem civis e uma democracia que
    responde alvejando terroristas.

    A mais perigosa dessas duas respostas não é o absurdo alegado por Irã e
    Hamas, em grande parte ignorado pelas pessoas racionais, e sim a resposta da
    ONU e da União Europeia, que coloca em pé de igualdade o assassinato
    premeditado de civis e a legítima defesa. Essa falsa equivalência moral só
    encoraja os terroristas a persistir em suas ações ilegítimas contra a
    população civil.

    PROPORCIONALIDADE

    Alguns afirmam que Israel violou o princípio da proporcionalidade matando um
    número muito maior de terroristas do Hamas do que o de civis israelenses
    vitimados. Mas esse é um emprego equivocado do conceito de
    proporcionalidade, pelo menos por duas razões. Em primeiro lugar, não há
    equivalência legal entre a matança deliberada de civis inocentes e a matança
    deliberada de combatentes do Hamas. Segundo as leis da guerra, para impedir
    a morte de um único civil , é permitido eliminar qualquer número de
    combatentes. Em segundo lugar, a proporcionalidade não pode ser medida pelo
    número de civis mortos, mas pelo risco de morte de civis e pelas intenções
    dos que têm em sua mira esses civis. O Hamas procura matar o maior número
    possível de civis e aponta seus foguetes na direção de escolas, hospitais,
    playgrounds. O fato de que não tenha eliminado tantos quanto gostaria
    deve-se à enorme quantidade de recursos que Israel destinou para construir
    abrigos e sistemas de alarme. O Hamas recusa-se a construir abrigos,
    exatamente porque quer que Israel mate o maior número possível de civis
    palestinos, ainda que inadvertidamente.

    Enquanto ONU e o restante da comunidade internacional não reconhecerem que o
    Hamas está cometendo três crimes de guerra – disparando contra civis
    israelenses, usando civis como escudos e buscando a destruição de um país
    membro da ONU – e Israel age em legítima defesa e por necessidade militar, o
    conflito continuará.

    Se Israel conseguir destruir a organização terrorista Hamas, poderá lançar
    os alicerces de uma verdadeira paz com a Autoridade Palestina. Mas se o
    Hamas se obstinar a tomar como alvo cidadãos israelenses, Israel não terá
    outra opção senão persistir em suas operações de defesa. Nenhuma outra
    democracia do mundo agiria de maneira diferente.

    Desculpe pegar carona no seu comentários, Sur, mas ele comprova o que venho dizendo sobre comentários muito longos. Se colocasse os primeiros parágrafos e o link para o post do Noblat, o efeito seria muito melhor.

  11. Os Objetivos d Israel nesta
    Os Objetivos d Israel nesta ofensiva não são d hoje:

    “The longer term objective of this plan, as formulated by Israeli policy makers, is the expulsion of Palestinians from Palestinian lands:

    “Terrorize the civilian population, assuring maximal destruction of property and cultural resources…
    The daily life of the Palestinians must be rendered unbearable: They should be locked up in cities and towns, prevented from exercising normal economic life, cut off from workplaces, schools and hospitals,
    This will encourage emigration and weaken the resistance to future expulsions” Ur Shlonsky, quoted by Ghali Hassan, Gaza: The World’s Largest Prison, Global Research, 2005)”

  12. José,

    Este Alan M.
    José,

    Este Alan M. Dershowitz é admirador do Adolf Hitler?
    Sim porque, acompanhando o que acontece no gueto de Gaza, esta conversa de Israel “se defender”… é papo de um completo cínico.

    É uma chacina rapaz… todo mundo pode ver.

  13. Vale um destaque positivo
    Vale um destaque positivo (enfim !) para a Globo News, que entrevistou ontem à noite no jornal das 10 o embaixadpr aposentado Afonso Arinos de Mello Franco.
    O diplomata foi claro e objetivo em suas opiniões sobre as ações de Israel em Gaza: crimes de guerra. Embora relativamente curta, sua entrevista não interrompida nenhuma vez ,e até quando pediu um tempinho a mais foi atendido.

  14. Faz assim José… mas perceba
    Faz assim José… mas perceba que não basta a forma.
    O conteúdo também é fundamental.

    “O levante do gueto de Gaza”
    Joseph Massad

    palhinha…


    Ao longo de quase um século, a Palestina tem resistido às atrocidades cometidas pelos sionistas israelenses, sempre empenhados em tentar apagar a Palestina da face da terra. Embora os sionistas sempre tenham procurado e recrutado colaboracionistas, desde o início, na esperança de esmagar a resistência na Palestina, ainda não conseguiram conter a resistência. Lição que os sionistas podem aprender hoje é que não são capazes de extinguir a resistência na Palestina, por mais bárbaros que sejam os massacres e as chacinas. O Levante do Gueto de Gaza será o último capítulo da luta contra o colonialismo no mundo. E marcará o fim da selvageria colonialista de Israel. Depois, então, nunca mais haverá no mundo qualquer ocupação colonial européia.

    Joseph Massad é Professor Associado de Política Árabe Moderna e História Intelectual Árabe Moderna da Columbia University, em New York.

    Sugiro também buscar conteúdo fora da mídia-corporativa…

  15. Gustavo Chacra é um caso à
    Gustavo Chacra é um caso à parte dentre os jornalistas do estadão, pela esforçada imparcialidade e dignidade dele. É um endereço que merece ser visitado. Basta considerar o post acima.
    Que surpresa ler o artigo do Ghandi. Anteviu com clareza o desastre que foi a criação de Israel.

  16. Perguntar não ofende:

    Perguntar não ofende:
    – porque destituir um governo que foi eleito pelo povo da Palestina….

    apesar de longo, adorei o fundamental texto de Gandhi…

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