O saldo da ofensiva de Israel contra Gaza, por Tomaz Togni Tarquinio

Não nutro nenhuma simpatia pelo Hamas, nem pelos foguetes que enviam contra Israel. Mas as ações do governo de Israel, além de crime bárbaro, é covardia. Não é guerra. Há desproporção de forças, como um combate entre criança e adulto.

RFI

O saldo da ofensiva de Bibi contra Gaza

por Tomaz Togni Tarquinio

A denúncia abaixo transcrita de Zaid Medoukhfaz, economista, professor e morador de Gaza, enumera as atrocidades cometidas, até segunda-feira, pelo governo de Israel na Faixa de Gaza. O campo de concentração, versão moderna, agora é regado por bombas contra a população civil, inovação israelense. Os autores nos mostram que o ser humano é capaz de tudo, do sublime ao abominável, independente da etnia. Aliás, nós brasileiros não somos diferentes em barbárie. Embora não tenhamos ainda chegado ao paroxismo. Falta pouco.

Não nutro nenhuma simpatia pelo Hamas, nem pelos foguetes que enviam contra Israel. Mas as ações do governo de Israel, além de crime bárbaro, é covardia. Não é guerra. Há desproporção de forças, como um combate entre criança e adulto. Este governo, dirigido pelo criminoso Bibi, um provocador, amigucho do bozo, decidiu ocupar casas de Palestinos. Quer se reeleger semeando bombas contra uma população indefesa. Para intensificar o ódio, confirmou, oficialmente, aquilo que até as pedras da Galileia já sabiam: árabes e cristãos de Israel são, agora de direito, cidadãos de segunda categoria. Novo apartheid em pleno século XXI.

Alguém disse que Israel não pode lutar contra o tempo, creio que Isaac Deutscher, mas por outras razões. Parte dos judeus não entenderam ainda que a paz lhes é a melhor solução, igualmente para seus irmãos em Abrahão. Quando não houver mais uma gota de petróleo no Oriente Médio, nenhum país do Ocidente vai morrer por Tel Aviv. Israel deixará de ser o porta-aviões nesta região, hoje estratégica, amanhã, com muita probabilidade, voltará aos camelos. Agravado pela desregulação ecologia em curso. Ainda mais que sua economia depende em 95% de energias fósseis. Não há água, nem espaço para uma transição energética que lhes permita suprir parte de suas necessidades com eólica e solar, que só produzem eletricidade. A continuar nesta toada, pode se transformar em um suicido coletivo a longo prazo. Um século passa rápido. TTT

DIRETO DE GAZA

Por Zaid Medoukh

21h em Gaza na segunda-feira, 17 de maio de 2021

Oitavo dia da agressão israelense contra a Faixa de Gaza

Relatório provisório nesta segunda-feira, 17 de maio de 2021 às 21h00

203 palestinos assassinados, incluindo sessenta crianças, trinta e seis mulheres, três médicos, duas enfermeiras, onze alunos, sete estudantes, quatro acadêmicos, dois jogadores de futebol e quinze idosos até agora.

Famílias palestinas inteiras massacradas

1276 feridos, entre eles 378 crianças, 234 mulheres, 11 jornalistas, 5 trabalhadores de ambulâncias e 6 funcionários municipais.

Hospitais sobrecarregados. Infraestrutura civil visada e danificada

Perdas econômicas muito altas

Três horas de eletricidade por dia para cada residência.

O ministério da saúde alvo

Um centro de quarentena bombardeado

Porto de Gaza alvo várias vezes

Treze edifícios altos totalmente destruídos

Quinhentas e trinta casas totalmente destruídas

Trezentas e cinquenta casas parcialmente destruídas

O número de deslocados na casa dos milhares – 28.000 até agora –

Sessenta e cinco edifícios públicos destruídos

Quatro parques de diversões bombardeados

A estação de tratamento de resíduos afetada

Vinte e sete escolas danificadas

Três universidades afetadas

Dezenove fábricas destruídas

Seis municípios visados

Dez usinas de energia danificadas

Três farmácias destruídas

Onze clínicas e centros médicos visados

Vinte e nove agências de notícias destruídas

Cinco bancos destruídos

Trinta e duas associações bombardeadas

Cento e trinta carros destruídos

Orfanato de Gaza danificado

Cinquenta lojas destruídas

Trinta estradas danificadas

Cinco cemitérios visados

Quinze cooperativas agrícolas afetadas

Dez fazendas danificadas

Doze mesquitas afetadas

Cinco corpos d’água subterrâneos destruídos

Trinta poços de água destruídos

Três torres de água agrícolas danificadas

Dez tanques de armazenamento de água visados

Cinco tanques de água potável destruídos

Fechamento total de todas as passagens

Fechamento da área de pesca por ordem militar israelense

População horrorizada

Palestina ocupada resiste!

A luta continua!

Zaid Medoukh, residente EM Gaza, economista, professor da Universidade Al-Aqsa.

Redação

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