Putin: Rússia vai considerar ir para cima da ameaça dos mísseis de defesa da OTAN

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Um míssil Tomahawk sendo disparado de uma plataforma Mark-41 para lançamento vertical de mísseis, a bordo do destroier USS Farragut da Marinha dos Estados Unidos
 
Do RT
 
 
Traduzido por Ruben Bauer Naveira

Publicado originalmente no Russian Times, em 13 de maio de 2016

A Rússia está se vendo forçada a encontrar maneiras de neutralizar ameaças à sua segurança nacional devidas ao posicionamento pela OTAN do seu escudo antimísseis na Europa, disse o presidente Vladimir Putin, após essa aliança ter inaugurado uma base de mísseis defensivos na Romênia.

Agora, após esse posicionamento desses elementos de sistemas antimísseis, nós seremos obrigados a pensar a respeito de como neutralizar as crescentes ameaças à segurança da Rússia”, declarou Putin.

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O Secretário-Geral da OTAN Jens Stoltenberg (centro da foto) passa em revista uma guarda de honra durante a cerimônia de inauguração da estação antimísseis americana Aegis Ashore (ao fundo) na base militar de Deveselu na Romênia, em 12 de maio de 2016.

O escudo antimísseis americano na Europa é uma clara violação dos tratados sobre armamentos firmados entre a Rússia e os Estados Unidos, disse Putin em uma reunião com comandantes militares russos, acrescentando que os dispositivos antimísseis podem ser facilmente reconfigurados para o disparo de mísseis de curto e médio alcance.

Além disso, o escudo antimísseis dos Estados Unidos na Europa é um passo a mais na escalada das tensões internacionais e para o deslanche de uma nova corrida armamentista, enfatizou ele.

Nós não seremos arrastados para essa corrida. Nós prosseguiremos o nosso curso. Nós trabalharemos muito acuradamente, sem extrapolar o planejamento, para financiar a modernização do nosso Exército e da nossa Marinha, o que já está delineado para os próximos anos”, declarou Putin.

Acontecimentos recentes indicam que a situação não está ficando melhor. Infelizmente, ela está se deteriorando. Eu estou falando da estação de radar na Romênia como um dos elementos do obstinado programa de defesa antimísseis dos Estados Unidos”, disse ele.

A Rússia está adotando todos os esforços para conservar o equilíbrio estratégico de poder, no sentido de evitar a irrupção de conflitos em larga escala, declarou o presidente.

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O Secretário-Geral da OTAN Jens Stoltenberg (na esquerda da foto), o Primeiro-Ministro da Romênia Dacian Ciolos (centro) e o vice-Secretário de Defesa dos Estados Unidos Robert Work (direita) participam da cerimônia oficial de inauguração na base aérea de Deveselu na Romênia, em 12 de maior de 2016.

Leia mais: Cinco razões pelas quais o escudo antimísseis americano na Europa ameaça a Rússia

A OTAN formalmente declarou operacional a sua base de defesa antimísseis em Deveselu, na Romênia, nesta quinta-feira dia 12, materializando o plano de construção de um escudo na Europa Oriental que fora primeiramente anunciado por George W. Bush em 2007.

Anteriormente, Moscou já dissera que a defesa antimísseis dos Estados Unidos tem por objetivo não apenas neutralizar a capacidade ofensiva da Rússia – uma acusação que o Pentágono tem repetidamente rejeitado –, mas que as plataformas de lançamento Mk-41 instaladas em Deveselu podem vir a ser municiadas com mísseis de cruzeiro ofensivos.

A Rússia também afirmou que as ações americanas são uma violação do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), e alertou que ela poderá abandonar o tratado caso Washington prossiga com seus planos antimísseis.

O escudo de mísseis utiliza uma rede de radares que rastreia ameaças potenciais na atmosfera, para então lançar um míssil interceptador a partir de uma base em solo ou de uma frota no mar.

Simultaneamente com a Romênia tendo se tornado ativa, a OTAN começa a construção de uma outra base na Polônia, o que em 2018 irá completar o trecho do escudo na Europa Oriental.

[Do tradutor: sobre essa questão, ver também o artigo As Jogadas com os Mísseis Globais]

 
 

 

Redação

6 Comentários

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  1. Os EUA precisam de uma nova

    Os EUA precisam de uma nova Guerra Fria, até mesmo de uma “quente”. A Rússia não pode se dar ao luxo de aderir a uma nova corrida armamentista, e é tudo o que os EUA querem – de um lado arrebentam com a frágil (em relação à economia americana) economia russa e do outro despejam trilhões de $$$ no seu gigantesco complexo industrial-militar.

    Vejo as pessoas histericamente atacando Donald Trump – ainda que ele mereça seríssimas restrições em relação a alguns aspectos – e babando pela eleição de Hillary Clinton – ou como vários analistas preferem chamá-la, Killary Clinton.
    Pois bem, dentre todos os candidatos à Casa Branca, ele é o único a aberta e explicitamente propor uma reaproximação e um esfriamento das tensões entre EUA e Rússia. E não apenas isso. Ele publicamente denunciou as mãos dos EUA na criação do Estado Islâmico e incentivou a cooperação dos americanos com os russos na Síria, para extirpar os grupos terroristas – todos, sem exceção (“moderados” e radicais). Pregando a pacificação dos conflitos e um esfriamento de tensões ele automaticamente se tornou a figura a ser derrubada pelo establishment.
    Ao contrário dele, Hillary Clinton declara publicamente as suas intenções de esquentar ainda mais o que Obama vem construindo há alguns anos.

    Analistas do quilate de um Paul Craig Roberts estão a apoiá-lo, não por convicção, pois também denunciam os seus vícios, mas por falta de alternativas e pelo desastre iminente que se vislumbra com a eleição de uma Hillary Clinton. Também denunciam o embuste chamado Bernie Sanders, que é apenas mais uma figura dentre tantas utilizadas pelos Democratas há anos, como alternativa “revolucionária” dentro do partido, para desmobilizar aqueles que se negam, em um primeiro momento, a votar em qualquer um dos dois partidos (Democrata e Republicano), atraindo votos, inviabilizando uma alternativa aos dois conglomerados, para depois esvaziarem a alternativa Democrata, recebendo o candidato oficial os votos e o apoio da alternativa, mantendo tudo do mesmo jeito.

    A Rússia está sendo cercada pela OTAN. Nos aproximamos de um desastre.

  2. A estratégia é a mesma de Regan, porém a resposta não é a mesma.

    Ronald Regan propôs e conseguiu um enfrentamento econômico entre os USA e URSS, ou seja, tentou e conseguiu elevar os gastos militares ao máximo da União Soviética para que esta não pudesse investir no consumo e criar descontentamento naquele país.

    Atualmente a proposta dos USA é quase uma repetição da proposta de Reagan, entretanto a realidade é outra.

    No tempo da União Soviética se esta quisesse aumentar o consumo de bens não duráveis do seu povo, ela teria que fazer investimentos maciços em pesquisa e desenvolvimento e e implantação de unidades fabris, pois a mesma não estava encaixada no mercado internacional.

    Nos dias atuais o que é importante na Rússia é manter uma balança de mercado exterior equilibrada para ter dinheiro para importar bens e serviços para o consumo do povo russo.

    Com o aumento da agressividade da OTAN e do próprio USA a reação natural da Rússia é ampliar e modernizar seu equipamento militar, entretanto esta pressão está causando efeito inverso do desejado pelos USA e seus aliados, os Russos estão cada dia desenvolvendo equipamentos militares com tecnologia mais sofisticada e os equipamentos que ficam obsoletos mas tem um poder ofensivo ainda notável e equivalente ao equipamento norte-americano e Europeu podem ser vendido a aliados e mesmo nações mais autônomas. Por outro lado a aliança entre Rússia e China, faz com que a venda de hidrocarbonetos e tecnologia militar avançada permita que haja uma troca por bens de consumo tão bom quanto (ou melhores) qualquer bem produzido nos países capitalistas tradicionais.

    Além de tudo, o aumento natural dos preços do petróleo e derivados, feito pela Rússia tanto para e Europa como para China crie condições de melhora na balança de pagamento.

    Outro aspecto a ser considerado, é que a OTAN e os USA estão se tornando os marqueteiros do Putin, pois a presença de um inimigo externo numa nação que já sofreu muito com a invasão destes, torna a figura de Putin quase que unânime frente ao eleitor Russo.

    O que a OTAN está fazendo, é gastar recursos que não tem, num embate ideológico que não existe mais, e fortalece o seu adversário no lugar de enfraquecê-lo.

  3. o mundo ocidental parece qiue

    o mundo ocidental parece qiue sunestima o poder de resitencia russo….

    napoleão menosprezou o inverno russo e danou-se…

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