Temer e Bolsonaro não pagam dívida com agência de combate à fome da ONU

O Brasil deve à FAO US$ 18 milhões, o que equivale a mais de 70 milhões de reais, desde dezembro de 2018

Filme Histórias da Fome no Brasil – Foto: Ministério de Desenvolvimento Social/2017

Jornal GGN – O governo brasileiro tem um dívida milionária com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a FAO, que deveria ser paga até o final do ano passado. Mas tanto o governo de Michel Temer não quitou o que deveria no final de seu mandato, como Jair Bolsonaro também não registrou nenhum depósito para a agência da ONU que combate a fome e fomenta a agricultura mundial.

O diretor da FAO é o brasileiro José Graziano da Silva, que foi ministro do governo do ex-presidente Lula e um dos fundadores do programa Fome Zero, criado em 2003, para acabar com a miséria no país e garantir a segurança alimentar dos brasileiros.  As informações são do blog de Jamil Chade.

A quantia que deveria ser paga pelo Brasil à FAO em dezembro de 2018 é de US$ 18 milhões, o que equivale a mais de 70 milhões de reais, pela cotação do dólar hoje no Banco Central. Essa quantia representa 20% de toda a dívida que governos do mundo mantêm hoje com a entidade. E apesar de incluir países devedores como a Venezuela, Líbia e Irã, que enfrentam profundas crises econômicas, o Brasil é o segundo no ranking da dívida.

O país perde apenas para o Estados Unidos, que deve cerca de US$ 50 milhões, quantia justificada pela alta contribuição que o país dá à FAO, uma vez que o pagamento de cada Estado é calculado com base no PIB nacional e, portanto, dos EUA é uma maior porcentagem. Esses recursos financiam programas de ajuda alimentar em todo o mundo, incluindo o próprio Brasil.

Mas apesar de se ver beneficiado com programas e cooperações do órgão da ONU, o Brasil não pagou sua dívida no ano passado, durante a gestão de Michel Temer, e tampouco realizou nenhum depósito desde o início do governo de Jair Bolsonaro. Publicamente, desde que assumiu, o novo mandatário não deixa de explicitar a sua rejeição às entidades da ONU.

Como resultado, nesses três primeiros meses de governo, não somente nenhum centavo foi destinado à pagar a dívida da FAO, como tampouco Bolsonaro fez nenhum esforço para pagar o orçamento da ONU em operações de paz, que haviam sido quitados em 2017, mas voltou a ter a dívida aumentada.

Redação

1 Comentário

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  1. O Brasil tem tradição em contribuir com os órfãos e necessitados.
    Agora então, sob novo governo, ele contribuirá ainda mais, criando mais órfãos e necessitados.
    Quem vive, vê; quem viver, verá.

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