“Tomem Lula como exemplo”, diz Esquivel na ONU em Roma

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: FAO/Alessandra Benedetti
 
Jornal GGN – Durante a nomeação do prêmio nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel como o novo membro da Aliança pela Segurança Alimentária e Paz da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o argentino fez questão de fazer um reconhecimento ao ex-presidente Lula, a quem destacou os esforços para tirar 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza: “Tomem ele [Lula] como exemplo, porque é um exemplo de vida, de solidariedade. De um governo que pos como eixo fundamental a superação da fome”, disse.
 
“Sempre sigo muito o que faz a FAO em diversas partes do mundo e é muito importante este aporte à alimentação, à uma vida digna. (…) E há um eixo fundamental que agora vou a assinalar: eu tenho um amigo de muitos anos, chamado Lula. Que foi o presidente do Brasil. E que hoje é um preso político”, afirmou à imprensa e a todos que participavam da reunião. 
 
“E é um preso político, porque tirou da fome, da miséria extrema a 36 milhões de brasileiros e brasileiras”, continuou Esquivel.
 
Durante o evento que comemorou o novo membro para a aliança criada pela ONU em 2016, que tem o objetivo de promover a segurança alimentar e a paz no mundo, o ativista reconhecido pela sua defesa aos direitos humanos na Argentina e na América Latina, afirmou que “a fome é um crime, que devemos ultrapassar”. 
 
“A humanidade está em condições de superá-la [a fome], mas não o faz por interesses políticos e econômicos”, afirmou, na abertura do evento realizado em Roma, nesta quarta-feira (06). “A paz não é a ausência de conflito, é uma dinâmica permanente de relações entre pessoas e povos”, disse.
 
Esquivel foi reconhecido Prêmio Nobel da Paz em 1980 pela sua dura crítica a ditadura civil-militar na Argentina, e é o sétimo nobel a integrar a Aliança criada pela FAO, no sentido de criar consciência sobre a estreita relação entra a violência, a insegurança alimentar e reivindicar governos para a solução de conflitos na erradicação da fome.
 
Ao falar sobre Lula como exemplo para a FAO e para os países que precisam combater a fome, Adolfo Pérez disse que o legado do hoje preso político deve ser reconhecido. 
 
“E ele é uma esperança de vida, tomem esse exemplo. Tomem ele como exemplo, porque é um exemplo de vida, de solidariedade. De um governo que pos como eixo fundamental a superação da fome. Acredito que isso seja um sinal de esperança muito forte para a humanidade”, afirmou o argentino.
 
Um dia antes, em entrevista à Agência “Prensa Latina”, afirmou que lamenta a existência de “governantes que se sujeitam aos Estados Unidos”: “poderíamos falar da Colômbia, do Chile, Paraguai, Argentina e Brasil, com um governo de fato [sujeito aos EUA] como o de Temer”, afirmou.
 
“Lula [como presidente] tirou da pibreza a mais de 36 milhões de homens e mulheres e a política neoliberal do governo de Temer aumentou em um ou dois anos a mais de 1 milhão a cifra de pobres no país”, criticou.
 
Contou à Agência sobre a prisão injustificada de Luiz Inácio Lula da Silva e sobre terem o impedido de visitá-lo e de conversar com ele na cadeia. Em seguida, consolou: “o povo brasileiro, com o apoio dos demais povos, vai sair adiante”. 
 
Assista às declarações:
 
https://www.youtube.com/watch?v=8Oq4xnAgmZ4 width:700 height:394
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. Passou batido essa aqui

    Nada mais corriqueiro do que um homem da estatura de Esquivel, Prêmio Nobel, falar ao mundo sobre o nosso presidente, o maior líder político popular do planeta.

    Quem sabe quando for notícia no jn da famiglia marinho, o câncer centenário a consumir o Brasil e o povo brasileiro.

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