Uma rede para os Brics

Por Ramalho12 

O blog está migrando para hospedeiro nos EUA, país espião, voyeur desavergonhado. Além disto, tudo no Brasil que trafega na rede está ao alcance dos espiões americanos. Por estas razões e muitas outras, o artigo de Santayana, chupado do blog do Miro, é oportuno (esse artigo do Santayana me lembra João Saldanha que, além de comentar, sugeria soluções tão interessantes que se tornou técnico da seleção brasileira).

Do blog de Mauro Santayana

Bricsnet: uma rede para os Brics 

Por Mauro Santayana

Entre as diferentes hipóteses de resposta à espionagem da Presidente da República e de seus ministros e assessores, aventa-se a possibilidade – segundo afirmam os meios de comunicação, teria sido suspenso o envio da delegação precursora – do cancelamento da viagem de Dilma Rousseff aos EUA, no mês que vem.

Pensando fria e estrategicamente, esta pode não ser a opção mais adequada para enfrentar o problema. Ao deixar de comparecer a uma visita de Estado, mesmo que em previsível gesto de protesto, o Brasil estaria abdicando de mostrar ao mundo que procura ter com os Estados Unidos uma relação à altura.

Estaríamos, guardadas as devidas proporções e circunstâncias, agindo como o governo golpista de Federico Franco, que, ao tentar – de maneira inócua – reagir contra a suspensão do Paraguai do Mercosul por quebra de suas salvaguardas democráticas, resolveu votar contra a vitoriosa eleição de representantes brasileiros na OMC e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. 

Muito mais efetivo seria se, no âmbito dos BRICS, Dilma obtivesse de nossos parceiros russos, chineses, indianos e sul-africanos, o compromisso de se trabalhar, coordenada e aceleradamente, no desenvolvimento de uma BRICSnet.

Uma rede de internet para o grupo, alternativa e paralela à que foi criada pelos Estados Unidos e que permanece sob estrito controle dos norte-americanos. Um sistema que contasse com avançados programas criptográficos que embaralhassem a informação entre origem e destino, impedindo que ela fosse decifrada pelas agências de inteligência dos EUA. 

Segundo o analista geopolítico Eric Drauster, entrevistado pela edição espanhola do Russia Today esta semana, o grande alvo da espionagem norte-americana – e isso está claro no caso brasileiro – são os BRICS, como a única aliança capaz de rivalizar com o bloco EUA-União Européia nos planos político, estratégico e econômico nos próximos anos, e essa mesma premissa vale para o campo das redes globais de comunicação instantânea. 

A China possui, hoje, tecnologia de ponta na área de telecomunicações, a ponto da Huawei ter sido impedida de trabalhar nos EUA, pelo Congresso dos Estados Unidos, sob a suspeita – olhem só quem está falando – de que seus equipamentos fossem usados para espionar os norte-americanos.

A Índia, com centenas de milhares de programadores formados, todos os anos, nas mais avançadas linguagens da engenharia da computação, dispõe de um verdadeiro exército para o desenvolvimento de softwares e chaves criptográficas virtualmente imunes à bisbilhotice da CIA ou da NSA.

Juntos, Rússia, China, Índia, Brasil e África do Sul poderiam, se quisessem, em menos de um ano, espalhar uma rede de cabos submarinos da BRICSnet unindo seus respectivos continentes sem que esses equipamentos passassem, como acontece hoje, pelo território dos EUA. Uma rede de satélites de comunicação da BRICSnet também poderia ser desenvolvida e lançada em curto espaço de tempo – quem sabe como o primeiro projeto a ser financiado pelo banco de infraestrutura dos BRICS – nos moldes de outros programas já existentes, como o CBERS, o Programa de Satélites China-Brasil de Recursos Terrestres. 

Uma aliança na BRICSnet entre desenvolvedores indianos e a manufatura chinesa, com a colaboração de russos, brasileiros e sul-africanos, seria praticamente imbatível no desenvolvimento e venda, para os países emergentes – só o Grupo BRICS representa mais de 40% da população do mundo – de novos serviços de email, redes sociais, navegadores, sistemas de exibição e distribuição de vídeos e música, sistemas operacionais para tablets e telefones inteligentes, tudo desenvolvido à margem das empresas ocidentais que hoje colaboram, prestimosamente, com os serviços de espionagem dos Estados Unidos. 

A Presidente Dilma, poderia, sim, fazer sua visita de Estado aos Estados Unidos. É importante que ela escute as explicações – se houver e forem dadas – do Presidente Barrack Obama, que pode ter lá seus problemas com a área de inteligência, como temos aqui, de vez em quando, com a nossa.

Mas é muito mais importante, ainda, que ela discurse no jardim da Casa Branca, dizendo na cara dos norte-americanos, e diretamente ao próprio Presidente Barrack Obama, que a nenhum país foi dado o direito de tutelar os outros em assuntos de segurança. 

Que o Brasil, assim como outros grandes países, não delegou a ninguém a licença de defendê-lo no mundo.

Que somos uma nação soberana que não aceita ser monitorada, sob nenhum pretexto, por quem que seja.

E que a comunicação entre países e entre pessoas não pode – em defesa justamente da liberdade e da democracia – ficar, sob nenhuma hipótese, a cargo de um único estado, por mais que esse estado acredite em mandato divino ou destino manifesto.

Redação

7 Comentários

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  1. Rússia, China e EUA são farinhas do mesmo saco

    Dá para confiar em Rússia e China tanto quanto dá para confiar nos EUA – com o agravante de que nem Rússia nem China têm tradição no quesito respeito aos direitos humanos e à liberdade de expressão, em que pese o asilo temporário concedido pela Rússia a Snowden. Por outro lado, a Rússia tem também um exército de criptoanalistas e grande tradição em ciências matemáticas, enquanto a China roubou todo o código da Cisco e trocou os backdoors do “firmware” dos roteadores e switches para que sejam acessíveis somente a ela. Sobram Brasil, Índia e África do Sul, que ainda não conseguiram consolidar totalmente suas instituições democráticas, por um lado, e que não têm a ínfima parte dos recursos que os três países têm para conseguir segredos do resto do mundo, por outro.

    O que se deveria fazer, antes de tudo, é conscientizar o usuário brasileiro da internet de que, uma vez na rede, seus dados não estarão mais seguros; e que comunicações que devem ser privadas devem ser encriptadas com os recursos que já existem (GPG, S/MIME) usando chaves que sejam as mais longas possíveis. Isso, porém, é trabalho de médio e longo prazo, e não vejo nenhuma iniciativa do governo em promover isso, não só dentro das três poderes mas também para as empresas e população como um todo.

  2. Melhor impossível….

     

    Ah, ótimo, 

    Escapamos dos indecentes espiões americanos, e caímos na mão dos tão indecentes quanto espiões chineses e russos.. eu prefiro recuperar a conversa, o bate papo, o encontro pessoal e, quem sabe, a cartinha….

    Também podemos:  a cada mensagem, terminar com um xingamento codificado bem feio dirigido ao espião da hora..

    Algo como

     

    “Cordialmente, Fulano de tal

    E para você que me espiona, VTCOC!!!!”

    Ele vai levar umas duas horas para saber o que está escrito. E depois não vai gostar do resultado…rs

    1. Essa é uma das estratégias sugeridas

      Gerar longos textos sem absolutamente nenhum sentido como o texto abaixo (existem até geradores automáticos):

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      Encriptar esse material umas três vezes com senhas chaves mais ou menos fortes e mandar via links encriptados por aí. Só para dar trabalho ao “sistema”.

  3.   Obs.Todo o mundo tem um

     

     

    Obs.Todo o mundo tem um longo histórico de desrespeito aos direitos humanos….é tudo a mesma m. Até porque não existe “meio respeito” aos direitos humanos..

  4. 1. O que sustenta alianças

    1. O que sustenta alianças são interesses comuns, e os BRICs têm muitos, sendo um deles protegerem-se do grande irmão NSA dos EUA. Por outro lado, pôr em risco aliança necessária em favor de espionar aliados não parece caminho a ser seguido, e não costuma sê-lo. Neste aspecto, deve-se levar em conta que os EUA, uma exceção nos dias de hoje, não têm propriamente aliados, mas satélites, pois agem como império autossuficiente.

    2. Até agora, não se sabe de espionagem cibernética da China e da Rússia na escala e audácia americanas, embora, é verdade, China, Rússia e mesmo Índia tenham conhecimento para fazê-la. Até agora, sabe-se apenas da espionagem americana, admitida, aliás, pelo governo dos Estados Unidos. Afirmar que Rússia e China também espionariam parceiros como faz os EUA não passa de especulação, pois o que têm feito até agora é se proteger dos americanos (não se tem notícia ainda de que os americanos tenham espionado a Inglaterra, mas tudo é possível). Então, repetindo, a afirmação de que Rússia e China espionariam o Brasil é apenas especulação medrosa que não encontra respaldo nos fatos conhecidos.

    3. Os EUA inventaram a Internet e os demais países aderiram a ela sem deter completamente a tecnologia e sem estabelecerem salvaguardas, como, por exemplo, garantias de privacidade dos dados de seus governos e cidadãos. Infelizmente, tentar agora estabelecer salvaguardas junto aos EUA parece não ser possível. O unilateralismo americano, arrogância mesmo, é sinal de que os EUA não honrariam salvaguardas com as quais eventualmente se comprometessem, caso servidores e backbones americanos continuassem a ser usados como atualmente.

    4. Os que querem manter seus dados seguros têm de pô-los a salvo fisicamente dos americanos, e podem fazê-lo pois já detêm tecnologia para tal. Um acordo com Rússia, China etc. poderia, por exemplo, estabelecer uma distribuição de servidores pelos BRICs, interconectados por rede de propriedade dos BRICs, afora criptografia dos dados e outras salvaguardas, tudo para minimizar as possibilidades de espionagem endógena e exógena (acordo que com os americanos não parece ser possível).

    5. Mantidas as atuais condições, criptografar dados, que tem custo associado, não garante que uma NSA da vida não os decodifique. Criptografar, apenas, não é solução. Afora espionar, a concentração de servidores e backbones majoritariamente em um país, dá a este o poder de sabotar o serviço provocando caos mundial. Se os americanos quiserem, param o mundo, pois o mundo hoje depende da Internet.

    6. As coisas não podem continuar como estão sob o argumento de que todos os países são “farinhas do mesmo saco”. Não são. Países distinguem-se por interesses, fragilidades e pontos fortes, fatores que os obrigam a alianças estratégicas que precisam mantidas.

    7. A tese de que nada se deve fazer além de criptografar dados não é boa. Há soluções melhores, e nenhuma delas tem como ponto central a manutenção da posição privilegiada dos EUA nas operações da Internet. Pensar grande e destemidamente, quando se é um país, pode trazer boas surpresas como progresso e segurança.

    1. 1. O que sustenta alianças

      1. O que sustenta alianças são interesses comuns, e os BRICs têm muitos, sendo um deles protegerem-se do grande irmão NSA dos EUA.

      Até o momento em que esses interesses deixam de serem comuns, ou que um (ou mais)  membros da aliança sinta-se mais forte do que o restante de seus aliados. A própria ascenção dos EUA ao posto de primeira potência mundial logo após a segunda guerra mundial segue esse exemplo. A Rússia, idem.

      2. Até agora, não se sabe de espionagem cibernética da China e da Rússia na escala e audácia americanas, embora, é verdade, China, Rússia e mesmo Índia tenham conhecimento para fazê-la.

      Só se sabe da espionagem dos EUA porque, gostemos ou não deles, ainda existe lá (não sei por quanto tempo!) a primeira emenda que permite a absoluta manifestação livre do pensamento – algo que não ocorre na Rússia e muito menos na China. O governo dos EUA, por sua vez, admitiu a existência de espionagem generalizada da internet muito a contragosto, além de não aceitar o fato de que Snowden ainda esteja em liberdade e ainda esteja fornecendo informações à mídia que o governo preferia que ela não tivesse. Além disso, o próprio governo dos EUA deve entender que, se os EUA sofreram ataques cibernéticos bem sucedidos, tais ataques devem ser mantidos secretos, pois isso poderia revelar que a NSA só é competente para espionar os próprios cidadãos, por um lado, e que criminosos poderiam usar das mesmas vulnerabilidades encontradas por esses países para atacar ciberneticamente os EUA, por outro.

      3. Os EUA inventaram a Internet e os demais países aderiram a ela sem deter completamente a tecnologia e sem estabelecerem salvaguardas, como, por exemplo, garantias de privacidade dos dados de seus governos e cidadãos.

      Como acompanhei a revolução da internet pública nos EUA e, pouco depois, aqui no Brasil – neste último caso, como profissional da área, inclusive – posso dizer que ninguém pensava nessas questões quando a internet começou a crescer exponencialmente, do meio para o final dos anos noventas. Mesmo o processo que vitimou Phillip Zimmermann, autor do programa PGP, ocorreu não por conta da internet, mas sim porque esse programa violava os tratados de exportação dos EUA que consideravam programas de criptografia forte como munições. Apesar de sabermos que era possível olhar para tudo o que passasse pela rede – da mesma maneira que é possível interceptar ligações telefônicas com facilidade – ninguém imaginava que um dia a vigilância eletrônica tornar-se-ia algo disseminado, como a NSA nos quer fazer crer.

      Não creio também que tenha havido um planejamento no sentido de direcionar a maior parte das conexões através dos EUA. Simplesmente aconteceu, já que, como você mesmo disse, os EUA inventaram a internet. Esse poder foi percebido somente algum tempo depois, quando a NSA tentou tornar obrigatória a implementação do “clipper chip“, que redundou num retumbante fiasco, ainda em 1996.

      4. Os que querem manter seus dados seguros têm de pô-los a salvo fisicamente dos americanos, e podem fazê-lo pois já detêm tecnologia para tal.

      O problema não é manter os dados seguros. O problema é manter os dados seguros dada a natureza de interconexão das redes modernas!

      A questão é que, no momento em que a BRICSnet tiver que se conectar com a NSAnet, ops, USAnet, ela já correrá o risco de estar comprometida. Por outro lado, os BRICS têm interesses nos EUA, e assim muito provavelmente terão de colocar alguns servidores deles por lá, sob jurisdição norte-americana – e quando digo “jurisdição norte-americana”, isso significa dizer que os acessos de dados das embaixadas terão de ser providos por companhias locais, norte-americanas. “Mas podemos usar satélites!”. Claro. Satélites cujos sinais podem ser captados por qualquer um que tenha uma antena apontada para o lugar certo, sintonizando a frequência e a polarização corretas. E que, por outro lado, tendem a usar algoritmos de criptografia mais fracos, pois a latência é muito maior do que nas conexões em terra.

      5. Mantidas as atuais condições, criptografar dados, que tem custo associado, não garante que uma NSA da vida não os decodifique. Criptografar, apenas, não é solução. Afora espionar, a concentração de servidores e backbones majoritariamente em um país, dá a este o poder de sabotar o serviço provocando caos mundial. Se os americanos quiserem, param o mundo, pois o mundo hoje depende da Internet.

      No momento, a questão de 1 bilhão de dólares é: quais são as cifras fracas que a NSA pode realmente decodificar? Quais são as cifras que ainda são impenetráveis? Interessantemente, aposto um doce que essa informação está presente nos documentos que Snowden conseguiu, mas que estranhamente ainda não foi revelada ao público. De qualquer maneira, a matemática traz provas concretas, e do que se sabe, se usarmos OpenPGP com chaves de pelo menos 4096 bits, estamos a salvo. A própria NSA recomenda o uso de criptografia RSA para seus próprios documentos “top secret” com pelo menos 2048 bits. E finalmente, o poder computacional que hoje temos na ponta dos dedos faz com que a calculeira necessária para implementar essas codificações leve muito menos tempo do que levava quando comecei a me interessar pelo assunto, lá por volta de 1998-1999.

      Por outro lado, qualquer um – inclusive um administrador de rede que cometer um erro – pode parar o tráfego mundial da internet, hoje em dia. E isso se dá pela maneira como a internet é organizada, através do BGP. Já houve alguns incidentes sérios por causa de erros no protocolo; uma dessas histórias pode ser lida aqui; outros tantos estão listados aqui. Não é preciso backdoors para travar a internet; os defeitos dos próprios protocolos de roteamento existentes podem dar conta do recado e isso pode acontecer em qualquer país. No caso de guerra, então…

      6. As coisas não podem continuar como estão sob o argumento de que todos os países são “farinhas do mesmo saco”.

      No caso, são sim. Todos os três países estão lutando pela supremacia global, num nível que o Brasil nem pode pensar em atingir, no momento. E por outro lado, concordo que as coisas não podem continuar como estão. Criptografar nossas comunicações não é a única solução do problema, mas te garanto: dependendo do grau e do tipo de criptografia usado, pode manter sim nossas comunicações bastante seguras – por exemplo, uma conversa estratégica de consequências imediatas pode ser decriptografada sim, desde que leve uns 8 anos de computações e terabytes de texto cifrado para isso. E as ferramentas estão aí, basta começar a usá-las – gratuitas e auditadas inclusive por centenas de desenvolvedores do mundo inteiro. O que não dá é fazer de conta que o problema não existe e delegar o assunto para a “inteligência militar” (algo que uma fonte minha me informou que provavelmente ocorrerá): algo que é uma contradição em termos, como já nos disse Groucho Marx.

      7. A tese de que nada se deve fazer além de criptografar dados não é boa. Há soluções melhores, e nenhuma delas tem como ponto central a manutenção da posição privilegiada dos EUA nas operações da Internet. Pensar grande e destemidamente, quando se é um país, pode trazer boas surpresas como progresso e segurança.

      Do ponto de vista da segurança, é a solução que ainda provê um certo grau de proteção desde que o governo e as pessoas se conscientizem e que ainda provê a liberdade das pessoas para acessarem o conteúdo global da Internet. Sua solução só dá certo se o isolamento total da BRICSnet fosse garantido, o que se conseguiria (?) através de sua imposição como único padrão permitido de conexão de dados nos países que dela participam. Os data centers dos BRICS seriam elevados a áreas de segurança nacional, e o acesso a sites externos à BRICSnet seriam cuidadosamente controlados, a fim de que a interconexão com as redes do inimigo não tragam fraquezas para a nossa própria rede de conexão. Mas aí, isso não é mais a Internet brasileira; fica parecendo mais a China net, protegida por suas grandes muralhas de fogo. As quais, aliás, já foram subvertidas através do projeto Tor, por exemplo.

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