Xi Jinping, a ‘China recentralizada’ e a ‘nova formação econômico-social’, por Elias Jabbour

A marca do governo chinês atual é a reestatização de parte da economia e de seus fluxos de renda, o conflito aberto às frações da burguesia mais afeitas à liberalização financeira e o fortalecimento de retórica marxista

do Brasil Debate

Xi Jinping, a ‘China recentralizada’ e a ‘nova formação econômico-social’

por Elias Jabbour

Motivo de interesse, mas nem sempre profundo, os acontecimentos na China tem tido repercussão cada vez maior no mundo e no Brasil. Neste sentido, é importante discorrer sobre a recente proposta de emenda constitucional, dentre várias, discutida na última reunião do Comitê Central do Partido Comunista da China encerrada em 25 de fevereiro, e sintetizada na retirada do limite de dois mandatos a cargos-chave, incluindo a presidência da República Popular.

Não é difícil supor o imaginário do pensamento jornalístico, acadêmico e de amplas parcelas das esquerdas influenciadas por um liberalismo tosco, importado e profundamente a-histórico: “Xi Jinping é um novo ‘ditador’”; “Aumenta o cerco às demandas ‘democráticas’”; “O livre pensamento dos ‘intelectuais críticos’ está ameaçado” (agora tendo de dar satisfação ao Estado de suas pesquisas no exterior, financiadas por esse mesmo… Estado). Proponho alguns raciocínios iniciais que se confundem com uma agenda de pesquisa em andamento. Vamos a eles.

Percebo que se trata de uma resposta ao esgotamento de um sistema político que teve o mérito de aumentar o grau do exercício de um corpo coletivo de dirigentes em detrimento ao risco de colocar os destinos do país sobre os ombros de um líder carismático. Um sistema legal socialista deu seus primeiros passos de elaboração com vistas, em Deng Xiaoping, de fortalecer ideias-força, entre elas a de “gerações dirigentes”, sendo a primeira delas nucleadas por Mao Tsé-Tung, a segunda pelo próprio Deng, a terceira e a quarta encabeçadas por Jiang Zemin e Hu Jintao. A atual e quinta geração tem à sua testa Xi Jinping. A cada geração, desde Jiang Zemin, cabe a missão de enfrentar os desafios de seu tempo de dez anos (dois mandatos de cinco anos). Observando por este prisma, a proposta de alteração constitucional pode ser uma marcha à ré? Pode ser. Mas não cabem absolutizações.

Uma das características das reformas econômicas chinesas foi a descentralização política que conferiu não somente maior liberdade de ação aos governadores de províncias e regiões autônomas. Tratou-se de uma reforma política exigida pelo seu tempo histórico, mas também uma exigência de “Grande Política” utilizada por Deng Xiaoping para enfrentar a resistência de Pequim nos momentos mais difíceis do início das reformas econômicas.

Essa descentralização, espelhando uma nova ordem “de mercado”, também conferia maior grau de poder e autonomia para gerentes de empresas, grandes e médias, em contraposição ao momento anterior de planificação central. O surgimento das Townships and Village Enterprises (TVE’s) precocemente ligadas ao mercado externo é um exemplo de resultado desta descentralização e de sua expressão no que chamo de “industrialização rural” que inaugurou novas formas de divisão social e regional do trabalho na China.

No geral, o resultado deste amálgama foi extraordinário em todos os sentidos, me dispenso de apresentar números e fatos a respeito. O ponto de conexão entre a proposta de reforma constitucional e o processo iniciado em 1978 está no fato, claro a mim: o “modelo” iniciado em 1978 e seu respectivo marco institucional tem mostrado sinais claros de esgotamento. Da mesma forma que se esgotou – em seu tempo – o “modelo soviético”.

As contradições surgidas no bojo deste longo e grandioso processo de crescimento e desenvolvimento foram proporcionais aos avanços observados: graves problemas sociais e ambientais, desigualdades sociais e regionais explosivas, degeneração social em grandes centros urbanos. Afora o fenômeno da corrupção que estava a abalar os alicerces de poder do PCCh, o levando ao mesmo destino de outras dinastias, ao se tornarem corruptas e ineptas, para darem conta, em seu tempo, de grandes obras hidráulicas.

Evidente que, ao longo dos últimos 40 anos, a capacidade de resposta do PCCh aos desafios postos pela realidade, interna e externa, é muito impressionante. Novos marcos institucionais foram surgindo ao longo do tempo de forma que o enfrentamento a essa gama de contradições possibilitasse novas fronteiras ao próprio processo de desenvolvimento. As “soluções de continuidade” entre um ciclo e outro de crescimento são uma característica fundamental do processo chinês.

Xi Jinping (a quem Fidel Castro classificou como “um dos líderes revolucionários mais firmes e capazes que conheci”) chegou ao poder em 2012 com a clara missão de enfrentar os desafios postos em seu tempo. Da mesma forma que seus antecessores, Jiang Zemin e Hu Jintao, o fizeram com brilhantismo. A marca da era Xi Jinping é a recentralização do poder estatal em todos os níveis, reestatização de amplas parcelas da economia e de seus fluxos de renda e conflito aberto às frações da burguesia mais afeitas à liberalização financeira. Fortalecimento de uma retórica marxista mais aguda e maior protagonismo exterior. Uma campanha violenta contra a corrupção foi desencadeada atingindo altas fileiras do Estado e do Partido.

Parêntese importante. Não devem ser poucos os inimigos criados por Xi Jinping nas altas cúpulas do PCCh. Neste sentido, segundo Richard McGregor, pesquisador do Instituto Lowy na Austrália e autor do livro “The Party”, sobre o funcionamento do Partido Comunista da China, a proposta de reforma constitucional “(…) consolida por enquanto a extraordinária autoridade de Xi sobre o Partido e o Governo, e adverte à sua legião de inimigos na cúpula do Partido, prejudicados por sua campanha anticorrupção, que ele não irá a lugar algum”. Nesses termos, a permanência de Xi dará um impulso ainda maior às ambiciosas iniciativas chinesas que contam com seu respaldo pessoal, como a Nova Rota da Seda e a transformação do país em uma potência tecnológica.

Há cerca de um quarto de século os círculos mais reacionários do planeta comemoravam o “fim do comunismo”. Não seria exagero afirmar que o maior acontecimento de nosso tempo está no fato de um partido comunista formado na esteira da 3ª Internacional fundada por Lênin esteja à frente da maior nação do mundo, um país pronto a tomar a dianteira da economia internacional. Nada disso estaria ocorrendo sem que o próprio PCCh também não demonstrasse capacidade de se reinventar ao longo do tempo.

Tenho dito que o processo recente percebido na economia chinesa (formação de 149 conglomerados empresariais estatais executando grandes políticas de Estado e as inaugurações de novos patamares em matéria de planificação econômica e de coordenação/socialização do investimento, por exemplo) pode estar dando forma a uma “nova formação econômico-social” (“socialismo de mercado”). Essa visão coloca-se em franca oposição aos que definem a China ou como mais um caso de “restauração capitalista” sob a forma de um “capitalismo de Estado” de sucesso, ou uma afirmação empírica das vantagens de uma “economia mista” ou de um “capitalismo wickseliano”.

Essa nova “formação econômico-social” ainda demanda o surgimento de novos marcos e arranjos institucionais capazes não somente de abrir novos campos e possibilidades ao processo de desenvolvimento. Mas também devem ser capazes de responder aos imensos desafios internos e externos do regime. O império chinês de tempos em tempos se recentralizava. A República Popular não tem motivo para ser diferente.

E, assim, o socialismo vai fazendo o caminho de busca de instituições que reflitam, segundo uma aceita definição à categoria marxista de formação social, a totalidade “infra e supra” que se forma e se desenvolve. A burguesia demorou mais de um século para encaixar algo que a Revolução Francesa tentou definir em 1789…

Elias Jabbour – É professor de Planejamento Econômico da FCE/UERJ e autor do livro “China Hoje: Projeto Nacional, Desenvolvimento e Socialismo de Mercado” (Anita Garibaldi/EDUEPB, 2012)

Crédito da foto da página inicial: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados

 

Redação

24 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Enquanto a China centraliza

    Enquanto a China centraliza ainda mais o Poder, fortalecendo o Estado Nacional, o Brasil se fragmenta em poderes autonomos

    que não obedecem mais a nenhuma liderança, o Poder Judiciario é completamente autonomo e pior ainda, fragmentado dentro dele, a primeira instancia não obedece ao STF (caso da condução coercitiva) , no Supremo cada Ministro é um poder autonomo,   o Ministerio Publico goza de auonomia que não existe em nenhum Pais do planeta,  idem, a Politicia Federal é hoje um poder totalmente independente, o Banco Central na pratica é completamente autonomo, todos mandam mais que o Palacio do Planalto que enfraquecido não lidera mais nada, é um Pais em processo de dissolução de su estrutura de Estado

    1. Prezado RuiBom dia A quem

      Prezado André

      Bom dia 

      A quem devemos nossa fragmentação?

      Creio que a um republicanismo juvenil!

      Longa vida a Xi Jinping !

      Abração

  2. Temos pavor do tempo

    Continuidade é difícil de ser imaginada no mundo ocidental…

    No Brasil nem se fala…

    As muralhas chinesas levaram cerca de 1600 anos para serem construidas!

    No Brasil toda a obra do LULA entre 2003 e 2010 se fragmenta em dois anos de Temer a partir de 2016…

    A CLT de Getúlio Vargas não chegou aos 80 anos!

  3. É. Mas isso tem aspectos preocupantes

    OK para recentralizaçao, se a desigualdade regional cresceu. Ok p/ reestatizaçao. Ok para a exigência de pesquisadores financiados pelo governo prestem contas de suas pesquisas. Mas eternizaçao de governantes e aumento do poder pessoal deles? Nao vejo o que isso possa ter de bom.

    E sem blablablá de “socialismo de mercado”, por favor. A China é sim um capitalismo de Estado, como aliás sempre foi a ex-Uniao Soviética. Coloco aqui um vídeo do Chomsky sobre o interesse tanto da URSS quanto dos países ocidentais em fazer acreditar que a URSS era socialista (no caso dos países ocidentais, o interesse era exatamente o de desmoralizar a idéia socialista).

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=zDJee4stYN0%5D

     

    https://www.youtube.com/watch?v=zDJee4stYN0

    1. Também sou contra a eternização de governantes

      Por isso bati panelas contra a Dilma, pois desde 2022 só dava PT na Presidência. Com Temer, acabou a eterna mesmice e a coisa melhorou muito mais…, para os ricos, é claro.

       

      Mas eu queria mesmo era falar sobre as novas armas do Putin, uma das quais voa até o alvo como um “meteorito ou com uma bola de fogo hipersônica”.

      Em 2013, um suposto meteorito caiu em Cherliabinsk e depois que o Putin anunciou suas novas armas uma bola de fogo cruzou os céus de Yekaterinburg. As duas cidades são próximas umas das outras. Ninguém detectou os tais meteoritos. Não é muita coincidência, Anarquista?

      1. QUAL É O SEU PONTO, Rui? Nao dá p/ perceber…

        Mistura alhos com bugalhos, caralhos e baralhos. Mesmo partido no poder, com eleiçoes em que todos os partidos podem concorrer, é o mesmo que O MESMO GOVERNANTE no poder, em eleições só dentro do partido dele? Parece que bebe… (numa boa).

        E o que as armas de Putin têm a ver com o tema discutido? Que é sobre a China, ou sobre países ditos socialistas — o que nem a URSS era, quanto menos ainda a Rússia de hoje. E nem o que vc quis dizer sobre as armas da Rússia está claro.

        1. O Partido Comunista Cubano está há mais de 40 anos governando

          Fidel, Che, Cienfugegos, etc. deviam ter permitido que a burguesia, o Fulgªencio e partidos financiados pelos EUAQ concorressem âs eleiçºoes. Eu acho que a alternnancia de poderée fundamentalç… para a burguesia.

           

          1. Será muito triste se o socialismo só puder ser com ditaduras…

            Há necessidades históricas e momentos, OK. Mas nao se esqueça do que aconteceu com a URSS. Que garantiu uma sobrevivência digna para seu povo, mas à custa de muita opressao. Resultado, o povo nao se importou em defender o regime. E o sonho do socialismo foi enlameado no mundo todo… É preciso achar um outro caminho.

          2. O Socialismo é a ditadura do proletariado sobre a burguesia

            O socialismo só pode ser viabilizado com a ditadura dos trabalhadores sobre os expropriadores. Isso pode ser triste, mas baixar a guarda antes que as classes sociais tenham sido extinta é mais triste ainda, pois possibilita a restauração da imundície capitalista anterior.

            Engels e Marx finalizam o Manifesto Comunista com a seguinte mensagem:

            “Os comunistas rejeitam dissimular as suas perspectivas e propósitos. Declaram abertamente que os seus fins só podem ser alcançados pelo derrube violento de toda a ordem social até aqui. Podem as classes dominantes tremer ante uma revolução comunista! Nela os proletários nada têm a perder a não ser as suas cadeias. Têm um mundo a ganhar.

            Proletários de Todos os Países, uni-vos!”

            Quando as classes sociais tiverem sido extintas, o socialismo será substituído pelo comunismo e, então, não teremos mais ditaduras nem democracias.

            Na obra intitulada “Estado e Revolução”, Lenin escreveu:

            “A supressão do Estado é igualmente a supressão da democracia e o definhamento do Estado é o definhamento da democracia.

            À primeira vista, essa afirmação parece estranha e ininteligível; alguns poderiam mesmo recear que nós desejássemos o advento de uma ordem social em que caísse em desuso o princípio da submissão da minoria à maioria, que, ao que se diz, é o princípio essencial da democracia. Mas, não! A democracia não se identifica com a submissão da minoria à maioria, isto é, a organização da violência sistematicamente exercida por uma classe contra a outra, por uma parte da população, contra a outra.

            Nosso objetivo final é a supressão do Estado, isto é, de toda violência, organizada e sistemática, de toda coação sobre os homens em geral. Não desejamos o advento de uma ordem social em que caducasse o princípio da submissão da minoria à maioria. Mas, em nossa aspiração ao socialismo, temos a convicção de que ele tomará a forma do comunismo e que, em conseqüência, desaparecerá toda necessidade de recorrer à violência contra os homens, à submissão de um homem a outro, de uma parte da população à outra. Os homens, com efeito, habituar-se-ão a observar as condições elementares da vida social, sem constrangimento nem subordinação.”

            Na mesma obra, o antecitado autor escreveu também:

            “Só na sociedade comunista, quando a resistência dos capitalistas estiver perfeitamente quebrada, quando os capitalistas tiverem desaparecido e já não houver classes, isto é, quando não houver mais distinções entre os membros da sociedade em relação à produção, só então é que “o Estado deixará de existir e se poderá falar de liberdade”. Só então se tornará possível e será realizada uma democracia verdadeiramente completa e cuja regra não sofrerá exceção alguma. Só então a democracia começará a definhar – pela simples circunstância de que, desembaraçados da escravidão capitalista, dos horrores, da selvajeria, da insânia, da ignomínia sem-nome da exploração capitalista, os indivíduos se habituarão pouco a pouco a observar as regras elementares da vida social, de todos conhecidas e repetidas, desde milênios, em todos os mandamentos, a observá-las sem violência, sem constrangimento, sem subordinação, sem esse aparelho especial de coação que se chama o Estado.”

             

            Resumindo, não é possível implantar a solidariedade, a fraternidade universal e a igualdade com luvas de seda, infelizmente, Anarquista. A burguesia não abrirá mão dos seus privilégios a não ser sob porrada.

          3. Agora conta uma de papagaio Vc nao é a Velhinha de Taubaté, é?

            Ditadura do proletariado = ditadura do partido (único)  = ditadura do secretário geral do partido = repressao de toda diferença nao só política mas até científica e cultural E repressao até dos menores detalhes da vida pessoal. Tô fora! Já vi esse filme e nao gostei do final.

            Ok, nao estou fazendo uma crítica geralizante e moralista, houve momentos históricos em que isso talvez tenha sido inevitável. Mas nao devemos fingir que tudo isso foi muito bom, nem desejar que ocorra novamente. É necessário um novo caminho para o socialismo que queremos.

          4. Sua crítica ao socialismo coincide com a crítica burguesa

            Os vícios pequenos burgueses estão profundamente arraigados em você, Anarquista.

            Porque você não lê  Conspectus of Bakunin’s

            Statism and Anarchy, do Marx?

          5. Tá certo, Rui. Vc tem quantos anos?

            Se tiver menos de 25 ok, é coisa de idade. Se tiver mais… é sério, já devia ter aprendido a pensar sem repetir chavões.

          6. Antes de 25 anos, que chavões o Jimi Hendrix repetia?

            Imagino que você tenha autoridade moral para me sugerir a não repetir chavões, portanto, você deve ter mais de 25 anos.

            Mas idade não quer dizer muita coisa, não, tal qual cabelos brancos, já que canalhas também envelhecem, além de que tem gente que tem pouca idade e tem atitudes caducas enquanto há idosos que tem atitudes jovens.

            Quanto às novas formas de lutas pelo socialismo, acho que você poderia ir pregar e convidar os capitalistas a socializarem os meios de produção ou tentar convertê-los ao socialismo pela força do exemplo, ao mesmo tempo em que rejeita toda ação política, principalmente a ação revolucionária, tal qual faziam os Socialistas/Comunistas Crítico-Utópicos, os quais, de acordo com Marx e Engels:

            “Rejeitavam toda a ação política, nomeadamente toda a ação revolucionária, querendo atingir o seu objetivo pela via pacífica e procurando, com pequenos experimentos naturalmente condenados ao fracasso, abrir pela força do exemplo o caminho ao novo evangelho social.” – Manifesto Comunista.

            Feliz aniversário, Anarquista. Põe o álcool e os alcalóides na roda, Mana. Deixa de ser cadeada.

            A propósito, você leu o Conspectu’s?

            Obrigado por ter dialogado comigo.

            PS: Você quer saber a minha idade, né. Pois bem. Soy un hoochie coochie man, isto é, everybody knows I’m here. So, I was born for good luck, nevertheless I’m born under a bad sign and have been down since I began to crawl. If it wasn’t for bad luck, You know I wouldn’t have no luck at all.

          7. De novo, só tá dizendo lugares comuns…

            E Marx estava falando sobre coisas do séc. XIX. O pensamento dele ainda vale hoje, mas desde que atualizado para a realidade atual. E uma coisa é ser marxista, e outra, bem diferente, a meu ver, é ser leninista (caminho certo para novos estalinismos).

          8. Os patrões lutavam para reduzir salários e elevar a jornada

             

            No tempo de Marx, os patrões lutavam para reduzir os salários e para elevar a jornada. Agora, os patrões lutam elevar salários e para reduzir a jornada. Assim, o Marxismo precisa ser atualizado para acompanhar a evolução do capitalismo. Hoje não existe mais crise de superprodução nem de queda tendencial da taxa de juros, não existe mais renda da terra, nem elevação da composição orgânica do capital e o marxismo é centrado sobre essas categorias.

            Páre com isso, Ana Arquista.

            Diria Sartre que “o marxismo […] permanece, pois, a filosofia de nosso tempo: é insuperável, pois as circunstâncias que o engendraram não foram ainda superadas”.

            “o marxismo […] permanece, pois, a filosofia de nosso tempo: é insuperável, pois as circunstâncias que o engendraram não foram ainda superadas”.

        2. Numa ótima, eu bebo, sim

          Estou vivendo

          tem gente que não bebe está morrendo

          As Velhas Virgens

          Você não bebe, Anarquista?

          A gastrite/úlcera fez com que eu parasse de beber álcool destilado (51, vodka slowa, braslowa e outras porcarias). E vinho, nem mesmo o São Baz., nem pensar. É morte súbita. Em sendo assim, bendito seja o Alemão que inventou a cerveja. Infelizmente tem que ser glacial. O Engels iria gostar da glacial, não tomaria nenhuma heineken, pois no filme Der Junge Karl Marx o Engels compra os charutos mais baratos do mercado, nada obstante o relógio de ouro comprado com o suor sabe-se lá de quem. Acho que ele fumava charutos de baixa qualidade para se solidarizar com os proletários. Já os proletários, se pudessem, fumariam os charutos mais caros do market, a fim de se solidarizarem com os magnatas.

      2. E tem a coragem

        Confessa  que bateu panelas para golpearem a Dilma.

        Expressa de maneira imbecilizante. “Com Temer acabou a eterna mesmice”.

        E tem a coragem de polemizar com a anarquista!

        Quer levar porrada mesmo.

        Quanta burrice.

        Meu Deus, o Brasil tem jeito mesmo?

        Será?

        Quantos Ruis Ribeiros nós conhecemos.

        Oh Deus! Tenha piedade de nós.

         

        1. Posso estar enganada, mas acho que vc comeu mosca…

          Tenho a forte impressao de que o Rui estava sendo irônico… Mas é o risco da ironia, sempre é bom acrescentar “ironia on”.

          1. Pode até ser ironia

            Tá, até pode.

            Mas e o Putin e a Rússia, o que tem a ver com a história.

            E vc acha que o momento em que vivemos tem espaços para ironias?

            Ironia por ironia, prefiro as do Millor

  4. Xi

    À margem do artigo escrito em tom marcadamente dubitativo e comentado com a ajuda de idéias duvidosas de origem ocidental, acrescento a informação de que os conglomerados russos (ex-soviéticos) vem trabalhando de maneira articulada com a economia chinesa desde o distante ano de 1998, conforme se pode ler, por exemplo, em Armaggedon Averted, de Stephen Kotkin. Quem passasse pela região siberiana por volta de 2014 podia perceber o intenso tráfego ferroviário, nos dois sentidos, entre os dois países. Hoje, toda aquela área, da Coréia do Norte (e a do Sul e o Japão, em futuro muito próximo), passando por Vladivostok, pela antiga Manchúria, por Irkutski (e seu lago contíguo, o Baikal) até Ekaterinburg, e transpondo os Urais,em todos os sentidos, incluído aí o Oriente Médio, trabalha ativamente na construção e na ativação da Rota da Seda. Nas grandes cidades russas, e nas menores também, é de se esperar, já se pode ler nas placas dos aeroportos e nos pontos de conexão rodoviária a mesma informação escrita em russo, ingles e chinês. O mesmo acontece na China.

    Refiro-me a este presente vibrante e cheio de realizações de grande significação histórica, sobretudo, para trazer à lembrança os últimos anos de Lenin, que viram uma espetacular reviravolta nas expectativas dos revolucionários da recém fundada Terceira Internacional e o acerto da orientação nascida naquela época, concretizada, finalmente, sob a competente liderança de Stalin e de valiosas gerações de comunistas.

    Data desta época, ainda não esgotada, a compreensão, formulada por Lenin, de que o desenvolvimento dos grandes conglomerados industriais, agrícolas e de serviços é o caminho mais curto para o socialismo. Stalin ainda vivia, quando já completada a a reconstrução da URSS no pós-Guerra, os gigantescos monopólios socialistas atingiram seu pleno desenvolvimento. A vitória da Revolução Chinesa é contemporânea destas realizações da vitoriosa URSS. Por volta de 1957 será o próprio Mao a definir o capitalismo de estado prevalecente na China e no acrescido bloco comunista. 

    Há muito mais para aduzir à compreensão de nossa época. Será preciso, contudo, primeiro abandonar certos vícios de linguagem de origem suspeita. Será preciso entender que monopólio e capitalismo de estado não são conceitos de natureza moral, na verdade palavrões, como pretendem os decadentes liberais. Monopólio e capitalismo são categorias históricas, que refletem a aparição, o desenvolvimento e o fim inevitável do modo de produção capitalista, e a sua substituição pela administração das coisas.  

  5. Ao invés de dois, imagina só

    Ao invés de dois, imagina só que delicia de pais seria o nosso se Lula fosse presidente até os últimos dias da sua vida….aliás, a nossa elite do atraso entendeu que seria insuportável o seu retorno e agora, como vingança, quer eliminá-lo do cenário politico…..

  6. Natural que a permissão para

    Natural que a permissão para o capitalismo traga a corrupção. São inseparáveis o Capitalismo e a corrupção. Claro que a corrupção é tanto pior quanto mais influência têm as pessoas envolvidas com a iniciativa privada sobre os recursos – econômicos e institucionais, políticos – públicos.

    Numa outra publicação, o “Brasil de Fato”, em Novembro do ano passado, Rafael Tatemoto aponta que “No Ocidente, boa parte dos noticiários se focaram na informação de que um milhão de corruptos já foram punidos desde 2012, ano em que o presidente Xi Jinping – agora reeleito para um novo mandato de cinco anos – assumiu o cargo.”

    O que será que nossa Justiça brasileira acha disso?

    https://www.brasildefato.com.br/2017/11/01/para-entender-a-china-o-pais-que-pretende-ser-a-nova-lideranca-global/

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador