A briga (cínica) entre Estadão e Lava Jato de Curitiba por causa de vazamentos

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Um duelo cínico ocorre entre Estadão e os procuradores de Curitiba nesta sexta (8). O jornal aproveitou que o blogueiro Marcelo Auler emplacou uma importante vitória no Supremo Tribunal Federal contra censura imposta por delegada da Lava Jato para também atacar os vazamentos seletivos, mas como se não tivesse bebido desta fonte nos últimos 4 anos. A turma de Curitiba, então, respondeu com uma nota pública na qual joga na cara do Estadão que divulgou e divulga informações sobre processo sob Sergio Moro justamente para “subsidiar” jornais da grande mídia – como o próprio Estadão. Os procuradores ainda desafiaram o diário a apresentar provas de ilegalidade – o que poderia comprometer a credibilidade do próprio jornal.

A troca de farpas é cínica porque foi atuando ativamente para garantir a cobertura incessante na grande mídia que a Lava Jato conseguiu ter peso decisivo na formação da tempestade perfeita que levou à derrubada de Dilma Rousseff. Também com apoio da imprensa tradicional, a operação criou o mito Sergio Moro, que condenou e levou Lula à prisão sem que as fragilidades no processo tenham sido levadas ao conhecimento das massas com o mesmo destaque que teve a denúncia.

Somente após atingir esses objetivos, e quando as delações passaram a ameaçar um grupo político de oposição ao PT, é que parcela da grande mídia começou a criticar (hipocritamente) os vazamentos seletivos dos quais se alimentou durante toda a operação.

“Não há nenhuma evidência de que os acordos de colaboração firmados no âmbito da Lava Jato em Curitiba tenham se originado de estratagemas eticamente discutíveis, como leva a crer o editorial. A ampla divulgação das ações e dos resultados da Lava Jato tem por objetivo apenas subsidiar veículos de comunicação como o próprio ‘Estadão’ com informações confiáveis que já não estão sob sigilo e manter a população informada sobre a operação. Se for diferente, que esse jornal aponte as evidências que possui”, escreveram os procuradores em resposta ao Estadão. 

A nota da força-tarefa da Lava Jato responde ao editorial do Estadão que afirmou que os vazamentos vêm sendo usados “em grande escala por detentores de segredos, com o objetivo de constranger os investigados, manipular a opinião pública e forçar delações”.

O jornal ainda opinou que “o STF agiu corretamente quando derrubou a censura de reportagens que mostravam os vazamentos de informações sigilosas por parte de membros da força-tarefa da PGR em Curitiba. Mas seu grande desafio é deter de uma vez por todas esses vazamentos, que são praticados justamente por quem recebeu da Constituição a missão de zelar pela defesa da ordem jurídica.”

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. Cria cuervos…

    Firma “OESP” sendo mordida pelo cão a que alimentou. Melhor os diretores da firma ficarem pianinho. Nessa briga ambos sabem dos cadáveres que o outro esconde, mas só um manda prender, com prova ou sem.

    Quem os diretores da “OESP” pensam que são? Pensam que são da famiglia Marinho? Melhor botarem os rabos entre as pernas e saíresm de fininho…

  2. #

    Quando a carniça vai chegando ao fim, os abutres atacam a si mesmos.

    É como os ladrões, que são muito parceiros na hora do roubo, mas quando vão dividir dinheiro matam-se covardemente.

     

     

  3. Jogo de cena. Os lavajateiros

    Jogo de cena. Os lavajateiros fingem isenção ao vazar algumas coisas relacionadas aos que deram o golpe. O Estadão finge indignação contra o abuso de poder da juristocracia.

    Os garotos abusados jogam na cara do Estadão que sem os vazamento deles o jornal não teria como fazer seu festival lavajato impresso com estardalhaço. Principalmente o tal Fausto sei lá o que, acho que Macedo.

    Uma troca de farpas no golpe sem grandes consequências. Apenas uma medição de poder, para ver quem é quem. No fim das contas os tais vazamentos não vão gerar inquéritos, se gerar, serão arquivados pela PGR, se não forem o STF senta em cima.

    Daí o Fausto acho que Macedo liga paras os abusados dizendo que não tem nada a ver com isso e pede mais vazamentos, dessa vez “vazamentos certos, porfavor”.

    E a paz volta na família golpe. Pelo menos enquanto há o risco do povo escorraçar pelo voto a cambada golpista toda, sem distinção 

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