A imagem que fez o professor da UFSC virar alvo da PF e da delegada que prendeu Cancellier

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O professor e jornalista Aureo Mafra de Moraes é investigado pela Polícia Federal há 5 meses por supostamente ter difamado e atentado contra a honra da delegada Erika Marena, a responsável por ter mandado prender o ex-reitor da UFSC Luís Carlos Cancellier – que acabou se suicidando por não ter suportado a humilhação que enfrentou no âmbito da Operação Ouvidos Moucos.
 
A imagem que motivou a abertura do inquérito contra o professor Aureo é exatamente esta acima, extraída de uma reportagem de cerca de 3 minutos produzidas pelos alunos da UFSC por conta de um evento de comemoração dos 57 anos da institutição. 
 
Em frente ao um cartaz com a foto da delegada Erika Marena e a frase “Agentes públicos que praticaram abuso de poder contra a UFSC e que levou ao suicídio do reitor.” Aureo fez um discurso mas, na reportagem, a edição só apresentou o trecho em que ele dizia: “[A] reação da sociedade a tudo aquilo que nos abalou neste ano.” Foi o suficiente para exaltar os ânimos da Polícia Federal. É o que conta a Folha de S. Paulo desta sexta (27).
 
https://www.youtube.com/watch?v=yqylIM0_8Wk]
 
Erika Marena pediu oficialmente a abertura do inquérito contra Aureo, ex-chefe de gabinete de Cancellier, no dia 22 de janeiro. O professor já foi interrogado sobre quem autorizou o evento da UFSC que serviu de palco para críticas às investidas da Polícia Federal contra acadêmicos.
 
Marena foi transferida para Sergipe após o caso. A PF, quando apresentou o relatório da Operação Ouvidos Moucos, não indicou nenhuma prova de enriquecimento ilítico por parte de Cancellier, o que só fez aumentar as críticas à atuação da força-tarefa que enquadrou o então reitor sob alegação de obstrução de Justiça.
 
Leia mais: Delegada que prendeu Cancellier manda abrir inquérito contra professor que criticou abuso
 

[video:https://www.youtube.com/watch?v=yqylIM0_8Wk

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Lavajateiros criminosos

    Eu NUNCA tive dúvidas de que chamada “Operação Lava a Jato” é, na verdade, uma Fraude Política a Jato. A atuação de policiais federais, procuradores do MPF, juízes (de piso, como da 13ª VJF curitibana), desembargadores (como os da 8ª turma do TRF-4), ministros de tribunais superiores, como os da 5ª turma do STJ (onde atua o alemão Félix Fischer, oriundo da justiça federal do Paraná, este auxiliado por um juiz acusado de fraude em concurso para a magistratura, para a JF do mesmo estado; chama a atenção fato de TODOS os ministros integrantes dessa turma term sido nela alocados após a deflagração da Fruade a Jato; Fischer, o mais antigo, entrou na turma em 2 de setembro de 2014, 6 meses após a deflagração da midiático-policial-judicial operação) e do STF não deixam dúvidas disso. Sem a atuação do sistema judiciário cooptado não haveria o golpe de Esatdo da forma como vemos.

    A pereseguição aos que investigam e  denunciam os crimes dos lavajateiros começou tão logo jornalistas investigativos e independentes, fora das hostes do PIG/PPV, foram a campo, levantram informações e provas e publicaram reportagens. Marcelo Auler foi um dos pioneiros. Já em setembro de 2015 ele inaugurou uma série histórica de reportagens, mostrando que a chamada “força-tarefa” agia (e continua agindo) como uma máfia, uma ORCRIM institucional. Acessando https://marceloauler.com.br/lava-jato-revolve-lamacal-na-pf-pr/ pode-se ler esta reportagem. Obstinado, Marcelo Auler continuou a revirar os intestinos da Fraude a Jato e isso tem lhe rendido censura, perseguição judicial e ações pedindo indenização. No último dia 20, marcelo Auler lancetou outros tumores e revirou os intestinos dessa organização criminosa que hoje infesta e parasita o sistema judiciário brasileiro, notadamente o da justiça federal do Paraná, mas com ramificações nacuionais e nos tribunais regionais e superiores, como se tem visto.

    A ditadura da toga hoje vigente no Brasil é tão nefasta quanto as diataduras convencionais, porém mais difícil de se combater, pois faz uso da violência institucional e não da explícita, como se via no período  da ditadura militar-empresarial (1961-1985). Por ser dissimulada e travestida de falsa legalidade e institucionalidade, a ditadura midiático-policial-judicial se finge de democracia; os cínicos ditadores togados, a cada aparição na mídia, afirmam o clichê “as intituições estão funcionado”. Além da violência institucional, perseguição política e caçada judicial visando aniquilar a Esquerda Democrática se seus principais líderes e partido, a ditadura das togas é leniente com a violência e assassinato de lideranças populares, camponesas, sindicais e de movimentos sociais, bem como de atores políticos da Esquerda mais militante (como é caso da vereadora carioca Marielle Franco, executada  atiros a quase 4 meses, com fortes indícios de participação de milícias formadas por ex-policiais do RJ). 

    1. Lawfare e Judiciariogate
      Você pode explicar melhor essa história da formação de turmas judiciais de maneira combinada com a Lesa-Pátria?
      GGN, isso dá uma série de reportagens da linha das delações premiadas, e pode ser um dos fios para desvendar o esquema da Re(pulsa) Pública de Curitiba.
      O que seria da blogosfera sem comentaristas deste nível?

      Sampa/SP, 27/07/2018 – 18:09

  2. Quem controla a PF? Eles são

    Quem controla a PF? Eles são agentes públicos, passíveis de críticas da sociedade. Não são deuses e nem estão acima da lei. A PF está sem controle e parece valer a lei da selva.

    Viraram justiceiros em busca da fama.

  3. perderam a noção do ridículo!

    estão se achando a última bolacha do pacote.

    alguém precisa impor a ordem nos serviços públicos.
    mas fazer o que? se com a morte do reitor, em vez de receber reprimendas, recebe promoção.

  4. No que se tornou o …

    meu grande paízinho , diria Vinicius de Moraes, se ainda fosse vivo. Mas foi embora a tempo de não assistir a lástima em que se tornou o país e seu Rio de Janeiro .

  5. Esses caras estão pensando

    Esses caras estão pensando que são intocáveis? São funcionários do Estado passíveis de investigação e de uso e abuso do poder contra uma Instituição de Ensino e seus dirigentes. Comunidade escolar da UFSC não deem mole pra essa turma que é do prende e arrebenta! Mantenham-se firmes. Não deixem que  UFSC seja enxovalhada por pessoas que estão a serviço de interesses que não são os da comunidade estudantil, nem de professores e tampouco da sociedade brasileira! À luta UFSC!

  6. Nada de novo

    Ditadura é assim mesmo, ué. Nada que desagrade aos ditadores será admitido.

    Lembrando sempre de que, se as primeiras investidas se deram através das armas físicas, bélicas, a investida de agora se dá através da Justiça. Que, claro, também está apoiada em armas bélicas, até agora apenas como intimidação e ameaça.

    O golpe é o mesmo de sempre: as pessoas que operam o dólar tentando destruir estados nacionais através de simpatizantes, cooptados, aliciados, subronados e puxa-sacos locais.

    Como diria Silvio Santos, “quem quer dólar?”.

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