De uma fonte bem informada
comentário ao artigo “Como a Lava Jato beneficiou o principal concorrente da Petrobras na África
As tradings de petróleo e minérios são na verdade centrais de corrupção e lavagem de dinheiro. Nasceram e servem com canais para pagar comissões nos países fornecedores. A maior é a suíça Glencore, a segunda é a Vitol americana e a terceira é a Trafigura, split da Glencore.
Um ex-executivo da PDVSA, de quem fiquei amigo, me disse que o petróleo vendido para a PDVSA americana (CITGO) passava pela Glencore para gerar comissão. Essa é uma grande caixa preta e sobre ela é curioso que as autoridades americanas, que patrulham o mundo inteiro atrás de lavagem de dinheiro e corrupção, nem tocam.
Minha teoria é que essas tradings TAMBÉM operam para os serviços de inteligência americanos pagando agentes e aliados pelo mundo. Elas são valiosas porque tem todos os contatos na Ásia, na Rússia, na África e na América Latina. Podem pagar milhões de dólares a qualquer momento.
Antes da Segunda Guerra essas “empresas-cooperantes” eram de telegrafo e telefonia. A monografia sobre a celebre ITT (International Telephone and Telegraph), de Anthony Sampson descreve esse esquema onde o governo americano usava empresas para operar na espionagem e esquemas políticos no exterior. Os ingleses já fazem isso há quinhentos anos.
Nesse caso da Trafigura você matou a charada: ela desapareceu da investigação provavelmente a pedido do governo americano, com quem a Lava Jato tem total cooperação.