ADPF quis processar vereador que criticou ação da PF contra ex-reitor da UFSC

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução documento disponibilizado por A Tribuna 
 
Jornal GGN – Após se manifestar pessoalmente em rede social contrário à Operação da PF em Santa Catarina que mirava o ex-reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o vereador e policial Santo Araújo (PPS) passou a ser alvo de um pedido de abertura de processo.
 
A ação contra Araújo partiu da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), que enviou no dia 5 de julho um ofício à Câmara Municipal de Niterói solicitando a abertura de processo por suposta falta de decoro por parte do vereador.
 
Sandro afirmou que a ação “injusta, arbitrária e equivocada da Polícia Federal” fez com que o ex-reitor Luiz Carlos acabasse tirando a própria vida. “Minha prece hoje é por Luiz Carlos Cancellier de Olivo. Reitor da UFSC que tirou a própria vida após ser preso de forma INJUSTA, ARBITRÁRIA e EQUIVOCADA pela Polícia Federal”, divulgou no Facebook.
 
Na publicação, o vereador também critica que “a responsável pelo ERRO CRASSO não foi tocada e segue com sua carreira”. 
 
A manifestação pessoal do parlamentar em sua rede social incomodou a ADPF, que pediu a abertura de processo contra o vereador na Câmara de Niteroi. Para o presidente da ADPF, Edvandir Felix de Paiva, o parlamentar “ofende e difama a classe dos Delegados de Polícia Federal e da própria instituição Polícia Federal”.
 
“Deve-se asseverar que o mencionado vereador, de forma gratuita e irresponsável, proferiu impropérios inclusive sobre operações policiais decorrentes de procedimentos penais, ainda em andamento, oriundos de outras unidades da federação, aos quais o sequer teve acesso ou participação”, diz a Associação.
 
O vereador Sandro Araújo só tomou conhecimento da apuração contra ele no último dia 7 de agosto, mas o pedido foi rejeitado pelo presidente da Câmara, Paulo Bagueira. “Trata-se de uma tentativa clara e brutal de censura, por parte de uma entidade privada. Nada mais é do que uma iniciativa grotesca tentando aplicar a ‘lei da mordaça'”, disse.
 
“Não falei mau de nenhum delegado e vou continuar defendendo minhas ideias seja na tribuna ou nas redes sociais. Vivemos numa democracia e não vão mudar minha conduta, que nunca foi de depreciar nenhum profissional e muito menos a instituição. O que me causa espanto é esta entidade privada se achar no direito de intervir no processo legislativo de Niterói, o que não tem menor cabimento”, criticou.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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    1. Ditadura do capital.
      O

      Ditadura do capital.

      O dinheiro que a gente ganha deveria ser a nosso favor. Como é manipulado por quem detém sua propriedade, acaba se tornando contra nós. Ou seja, a gente trabalha, ganha dinheiro e fica morrendo de medo que através de manipulações, seu valor se perca.

      Medo… fundamental para manter o consumo, tanto de bens da indústria e dos bancos quanto de ansiolíticos, anti-depressivos, máfias de médicos etc. Pode-se reforçá-lo dedicando-se a assistir datenas e boechats da vida. Será que algum dia as pessoas praticarão Jornalismo – como produtores ou consumidores – sem aterrorizar geral?

  1. Tá fedendo…

    Parece que os agentes da PF querem de toda forma silenciar qualquer um que se pronuncie sobre esse caso. Será que é só demonstração de exercício de poder, ou tem mais coisa nessas ‘operações policiais decorrentes de processos penais’???

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