Advogados de Lula falam que grampos foram para gerar intriga

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram que os grampos divulgados pelo juiz Sergio Moro, que comanda a Operação Lava Jato, serviram “apenas para gerar constrangimento, intriga e censura pública”.
 
“Muitas das conversas que estão sendo divulgadas pela imprensa como resultado da decisão do Juiz Sérgio Moro dizem respeito à intimidade dos envolvidos, sem nenhuma relação com o difuso objeto da investigação”, publicaram Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins, em nota oficial.
 
Para a defesa de Lula, o levantamento do sigilo de conversas interceptadas envolvendo o ex-presidente e seus familiares, na forma como foi autorizada na quinta-feira, 16 de março, “revela uma série de ilegalidades e desvio de finalidade da medida”. 
 
“Se o Juiz Sérgio Moro decidiu remeter o processo ao STF, não havia razão jurídica para que ele próprio deliberasse sobre o levantamento do sigilo das conversas gravadas”, explicaram.
 
Segundo os advogados, os relatórios apresentados pela Polícia Federal com a degravação dessas conversas “deveriam merecer o sigilo que a lei estabelece”. E lembraram, ainda, que “há conversas que foram alcançadas pelo grampo quando já não mais havia a necessária autorização judicial, como reconheceu o próprio Juiz Sérgio Moro”.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. …não vem ao caso.

    Vivemos dias em que o certo, justo, foi substituido, desde que voce esteja do lado certo do muro, pelo  bordão “os meios justifica o fim”. Que fim? A retomada do poder e o relegar à senzala a criadagem. Criadagem que, onde já se viu, ousaram pensar serem cidadãos.

    O mais, não vem ao caso.

  2. Isso agente já sabe.

    Queria saber qual a ação efetiva que estão tomando.

    Não vejo nada por parte dos que apoiam o governo. Só vejo discursos. Essa fase já passou. Todo mundo já entedem quem são os atores e seus papeis no golpe.

    Não vejo nada de concreto para tentar conter essas ações.

    Aqui na minha pequena cidade tem uma expressão popular para este momento que é a seguinte: “Já foi o boi com a corda”.

    Ou seja, ninguém está se esforçando para mudar um quadro que já está definido, ficam apenas discursando para tentar manter o ânimo da militância.

    O que percebo é que nós da base queremos ação e não apenas discurso.

    Paro para assistir a TV Câmara e vejo a base aliada perdendo por w.o a comissão do impeachment. Comissão é esmagadoramente pró golpe, assim como a presidência, a relatoria, vice presidências e tudo mais. Tá tudo dominado.

    Ai vem os advogados do ex-Presidente falando o óbvio! Não sou eu que estou custeando seus honorários e por isso não posso exigir uma prestação de contas de seus serviços, mas eu, como militante polícitco, queria saber qual a medida jurídica que eles estam tomando contra o referido juiz para impedir que haja mais e mais vazamentos.

    Ou sera que todos ao redor de Lula estão apáticos vendo o “boi ir embora com a corda”.

    Se o golpe já está definido, como me parece que está, por que não pensam em um contra-golpe nos melhores moldes brasileiros. Tenho duas sujestões. Se alguém demonstrar interesse eu manifesto.

  3. A liberação do conteúdo

    A liberação do conteúdo dessas fitas por um magistrado que se arvora digno e correto já se inscreve no rol das maiores infâmias já acontecidas na história recente deste país. Abominação  igual só, talvez, nos tempos da ditadura. Naqueles idos, pelo menos o contexto era de exceção, de arbítrio. E agora, sob a égide de uma Constituição moderna e progressista. onde o Estado é – ou deveria ser – o do Direito? Como se conceber e tolerar o que fez contra o ex-presidente Lula?

    A intenção, tal qual a “condução coercitiva” só teve um propósito: arrasar com a reputação moral de Lula. Mostrá-lo como um monstro, um desnaturado e arrogante expelidor de palavrões; tornar seu nome e sua mera lembrança um anátema.

    A liberação do conteúdo foi, sim, um crime. E dos mais abomináveis. Mas, só para efeito de firmar a tese acerca da personalidade doentia, vingativa, desse Juiz, vamos admitir que seria razoável a exposição de parte do diálogo de estrito interesse público. Então, por que se permitiu liberar sem cortes as partes onde Lula se revela um ser humano como outro qualquer, externando seus desabafos em linguajem dita chula? Ou que desabona os poderes Legislativo e Judiciário, apesar de ser apenas o direito à expressão num momento em que sofria uma violência contra si e sua família?

    A quadra que vivenciamos não é só de radicalismos, falta de senso, irresponsabilidades, perseguições e vinditas……..Não! Há sobrando também a “velha” e “boa” hipocrisia. 

    Levante a mão quem em conversa privada – p r i v a d a! – desconhece a auto censura, emite juízos que jamais faria em público ou em fora do círculo de pessoas de estrita confiança? Se juntarmos a isso o perfil da pessoa, sua forma peculiar de se expressar? Se eventualmente fossemos “abrir” as conversas privadas o que ocorreria nas relações sociais? A mais completa ruptura!

    O Juiz Moro transformou Goebbels num aprendiz. Maquiavel decerto deu pulos de alegria no túmulo por assistir quinhentos depois um pupilo tão pródigo como esse ora deslumbrado magistrado. 

    Gostaria muito de ouvir ou assistir o que fazem em privado os moralistas que hoje condenam Lula por delito de opinião EXTERNADA NO MODO PRIVADO! As proclamações altissonantes de repúdio provindas dos atingidos, em especial do STF e TSJ, devem ser acolhidas como meras homenagens que o vício presta a virtude, conforme diria La Rochefoucauld. 

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