Agora oficialmente, Funaro endossa relação da Libra com Temer e Cunha

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Adriano Machado/Reuters
 
Jornal GGN – Quase um ano após o operador Lúcio Funaro assinar o acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) para entregar informações que envolvem o então PMDB na Câmara, incluindo Michel Temer, o Supremo anexa as informações de Funaro nos autos do inquérito do decreto dos Portos.
 
No último dia 19 de junho, o ministro Luis Roberto Barroso aceitou incluir nas investigações todas as declarações dadas por Funaro, apontado como um dos principais operadores de esquemas ilícitos e propinas dos hoje emedebistas.
 
O pedido da PGR era para que as informações das delações pudessem ser usadas também nesta investigação, que podem ocasionar uma terceira denúncia contra o mandatário na última instância da Justiça. 
 
O inquérito é o que trata do favorecimento por Michel Temer ao assinar o decreto que beneficia algumas empresas do setor. As suspeitas dos investigadores é que Temer e seu grupo político do MDB receberam propina, em troca das articulações que envolvem a assinatura dessa medida.
 
No início de maio, o ministro Barroso, que é o relator do caso no Supremo, já havia concedido mais 60 dias solicitados pela Procuradoria investigar o mandatário e os demais envolvidos no caso. Nos bastidores, fala-se que este inquérito, o que envolve o Porto de Santos, área de histórica influência do PMDB e de Temer, sobretudo, poderá ser a terceira denúncia contra o hoje presidente.
 
O último episódio sobre os avanços dessa investigação dá conta que a Polícia Federal e o MPF levantaram mais indícios contra o grupo Libra, que também é um dos principais doadores de campanha de Michel Temer, e dos negócios e articulações criados pelo coronel João Baptista Lima Filho, amigo do mandatário.
 
Os avanços foram resultados das apreensões da Operação Skala, deflagrada em março, que prendeu os amigos de Temer, o coronel Baptista e o advogado e ex-assessor do emedebista, José Yunes, e também foram realizadas buscas nos endereços das empresas do coronel e das controladoras do Porto de Santos. 
 
Os negócios que manteve o coronel são suspeitas de possíveis lavagens ou repasses indiretos para o atual presidente da República, sendo ele apontado como o principal elo de propina das arrecadações de Temer. A PF agora está prestes a concluir o resultado da análise dos documetnos apreendidos em março, para serem entregues à Procuradoria-Geral da República e possivelmente se tornar uma denúncia.
 
Os depoimentos de Funaro podem ajudar os investigadores a esclarecerem alguns pontos da investigação. Entre as informações prestadas, o operador narrou a relação das empresas do setor de portos com Temer e com o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), em que os políticos teriam atuado a favor das empresas, como para o grupo Libra.
 
Também está em análise, do lado da defesa de Temer, se o advogado Antonio Claudio Mariz seguirá na sua defesa após os depoimentos de Funaro serem incluídos, uma vez que o advogado já atuou para a defesa do operador financeiro. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. mm

    Vão aparecendo as razões, para quem NÃO QUERIA ver até agora, para o usurpador citar só duas vêzes a palavra “corrupção” em 300 discursos como se um fantasma sádico fustigasse maldosamente sua rasteira  consciência.

  2. Mascara Negra

    “Quanto riso, oh, quanta alegria! / Mais de mil palahços no salão” — marcha carnavalhesca.

    Nassif: quem acredita que isto vai para algum lugar? É mais um piada. Isto, inclusive dá tempo para que o meliante presidente limpe a eira e apague os rastros. Quando começar qualquer treta (antes chamasse processo) contra os tais a grana e bens ficam iguais as do meliante Cunha. Alguém viu algum deste? No exterior, Aluisim Odebrecht cuida de apagar os rastros. No Çú-premu, Kojac e os 6 do Delcídio mandarão para a (In) Justiça Eleitoral, que, presidida por flor que não se cheira e elenco, enrolará até sabe Deus quando.

    É Carnaval…

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