Ainda negando o acesso de Lula, PF pede prazo maior para relatório do sistema da Odebrecht

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução depoimento de Lula a Moro
 
Jornal GGN – A Polícia Federal pediu um prazo maior de 20 dias para que os investigadores concluam a perícia nos sistemas eletrônicos da Odebrecht, Drousys e My Web Day, já revelados pela defesa de Lula por conter “anomalias”, “divergências” e “manipulação” em dados. E o juiz Sérgio Moro ainda não liberou o acesso da defesa ao sistema.
 
O delegado da Polícia Federal Felipe Hayashi pediu um prazo maior para que os peritos criminais concluam o relatório. O objetivo dos investigadores é detectar supostos lançamentos nos registros digitais sobre a reforma do sítio de Atibaia, pela Odebrecht.
 
Trata-se do inquérito em que os procuradores e delegados da Lava Jato acusam o ex-presidente Lula de receber supostas propinas por meio de reforma no sítio que seria atribuído a ele.
 
A defesa do ex-presidente fez uma extensa pesquisa e solicitou a três especialistas nacionais e internacionais em informática que estudassem o sistema denomiado MyWebDay, que supostamente registraria a contabilidade paralela da empreiteira, com possíveis pagamentos ilícitos.
 
Uma empresa britânica, a CCL Group, o Centro Brasileiro de Perícia e um terceiro auditor independente concluíram que o documento entregue pela polícia não poderia ser considerado autêntico, seguindo os padrões forenses e científicos.
 
Desde que os investigadores levantaram a questão de que os registros relacionados ao ex-presidente estariam presentes no MyWebDay, a defesa de Lula pediu o acesso ao sistema, o que foi negado sucessivamente pelo juiz Sérgio Moro. Até agora, a defesa não conseguiu ter acesso ao material.
 
Mas por meio do laudo entregue pela PF, os advogados de Lula puderam enviar para a análise partes usadas pelos investigadores no laudo. Entre as constatações dos peritos contratados pela defesa de Lula, duas foram reveladoras: evidências de que os arquivos apresentados pela Odebrecht foram manipulados e/ou danificados pela empresa que era a responsável pelo sistema e que os arquivos foram modificados após o MPF ter recebido o material da Odebrecht.
 
O material foi encaminhado ao juiz Sérgio Moro. Em dezembro, quando a PF havia pedido que o juiz prorrogasse o prazo para os investigadores concluírem a perícia, Moro concedeu. E, agora, um novo prazo foi solicitado. 
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. Sem essa de prova. Prá quê?

    Nassif: eu concederia. A PF de FHC ainda não conseguiu nenhuma prova robusta para os Gogoboys de Suja-à-Jacto emlamearem (mais ainda) o Nordestino-Operário (versão FIESP/Elite).

    Pô, temos que deixar alguma chance pros carás. O Japones tá de olhos esbugalhados. Puto na roupa por não captar um tiquinho de prova material. A PGR, que também tem interesses no desfecho, tateia no escuro. Só indícios. Tá bem que isso é o suficiente pra encanar o Meliante (versão Judiciário). Mas querem uma, umazinha sequer, pra esfregar na cara da ONU e naquela tal de Direitos Humanos da Europa. Deve dar 60, 90, 360… Tudo vale na busca

    Enquanto isso, cana no Sapo Barbudo (versão verdeoliva), até que passe as eleições.

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