A inclusão indevida de Alberto Dines na lista do HSBC

Enviado por Maria Carvalho

Jornalista Dines, incluído na lista do HSBC, atira contra O Globo: “canalhices”; e a família Frias diz que não sabe de nada

Por Rodrigo Vianna

Da Revista Fórum

Incluído de forma torta na lista de jornalistas com contas na Suíça (divulgada também de forma torta e suspeita em “O Globo”), o veterano Alberto Dines desferiu um duro ataque contra o jornal conservador mantido pela família Marinho.

Ele acusou o jornal carioca de, malandramente, ter indicado os recursos em nome dos filhos dele (Dines) como pertencentes à “família Dines”. Mas na hora de identificar a conta de Lily Marinho, o jornal preferiu chamá-la de “Lily de Carvalho”, poupando os irmãos Marinho de qualquer esclarecimento sobre uma conta suspeita aberta na Suíça.

Vejam as ponderações de Dines:

“Entre os sete profissionais vivos [incluídos na lista] estão os quatro filhos deste observador agrupados como “Família Dines”. Embora classificados como “jornalistas independentes”, adultos e efetivamente independentes, aparecem identificados pelo nome do pai que apenas se prontificou a prestar esclarecimentos ao repórter já que três deles vivem no exterior há cerca de 30 anos, não têm conta bancária nem declaram rendimentos no Brasil.

O mesmo e perverso sistema que consiste em identificar as proles pelo nome dos pais não foi usado ao mencionar a conta secreta da falecida Lily de Carvalho, viúva do também falecido Roberto Marinho, cujos três filhos comandam o mais poderoso grupo de mídia da América Latina.

Seguindo a infame lógica que levou o jornal a colocar este observador no meio de supostos infratores, também os filhos de Roberto Marinho – o primogênito Roberto Irineu Marinho, o filho do meio João Roberto Marinho e o caçula, José Roberto Marinho (ou um deles em nome dos demais) – deveriam ter sido nomeados e feito declarações para explicar os negócios da madrasta.

O certo seria dar voz a João Roberto Marinho (que fala em nome da empresa e dos acionistas majoritários, além de comandar o segmento da mídia impressa) para dar as explicações que o Globo generosamente preferiu encampar no próprio texto da matéria para não macular a imagem do grande chefe.”

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Entendo a indignação de Dines – jornalista de posições dúbias, que apoiou o golpe de 64, mas depois se arrependeu.

O fato é que a família Marinho e os Frias (Folha/UOL) tentam controlar o vazamento dos nomes do escândalo HSBC na Suíça – de forma quase desesperada. Clique aqui para entender por que a casa caiu pra eles.

Os Marinho jogaram a Débora Dines (que, inclusive trabalhou na Globo Rio como repórter), o pai dela e outros jornalistas nessa lista – para criar confusão.

Dines, no texto intitulado “Vazamentos brasileiros, canalhices brasileiras” (clique aqui para ler na íntegra), explica que os recursos contabilizados em nome dos filhos são fruto de herança recebida da mãe deles (oriunda da família Bloch – da falida Manchete), de quem Dines é separado há décadas.

Não informa, no entanto, se são recursos declarados ou não. Aliás, é muito dinheiro: 1,3 milhão de dólares estavam nas contas da Suíça em nome dos filhos de Dines.

O que interessa é que a madrasta dos irmãos Marinho (Lily – com quem Roberto Marinho dividia uma casa com flamingos e um lago, no Cosme Velho) está na lista. E a família Frias (dona da Folha) também está lá.

Os Frias, aliás, precisam explicar ao Brasil como abriram contas na Suiça em abril de 1990, um mês depois do confisco do Plano Collor – quando os brasileiros tiveram suas contas bloqueadas.

Os Frias guardavam dinheiro em casa e levaram pra Suíça?

 Vejam a diferença: o Dines ao menos tenta se explicar, já os Frias dão uma resposta que beira o cinismo:

“O Grupo Folha e a família de Octavio Frias de Oliveira informam não ter registro da referida conta bancária e manifestam sua convicção de que, se ela existiu, era regular e conforme à lei”.

Ah, eles não têm registro. Entendi. Eu também vivo perdendo meus extratos nessa bagunça aqui em casa…

Redação

34 Comentários

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  1. Na boa mano… Alberto Dines

    Na boa mano… Alberto Dines perde tempo exigindo ética jornalística do mafioso que herdou um império icônico/imagético do crime que foi construído por outro mafioso que adorava adular generais durante a Ditadura que ele mesmo ajudou a instituir. A única coisa que o venerável jornalista atacado pode fazer é ir “para os colchões”, para usarmos a linguagem de Dom Corleone (progatonista do filme que estreou em 15 de março de 1972, data que está sendo hoje homenageada pelos mafiosos que vão às ruas ou que financiam a ida dos idiotas às ruas).

    1. Dia Nacional da Máfia Tucana, 15 de março.

      Fábio, a efeméride que você cita me deu um ataque de riso que tive de interromper a leitura, quase caí da cadeira. Gostei muito.

  2. Toda solidariedade pra Dines

    Toda solidariedade pra Dines e familia.  Eu ja tava com o pe laaaa atraz oir essa inclusao do nome deles, e agora estou mais ainda.

    1. Dines tem integridade pessoal e ética profissional.

      Podemos discordar de algumas posições dele ou de críticas  que ele faz, mas jamais deixar de reconhecer sua decência e combatividade. Ele é um dos pioneiros na luta em defesa do bom jornalismo. O Observatório da Impresa é expressão disso.

      Concordo contigo, Ivan. Muita calma nessa hora.A inclusão dos filhos de Dines na lista de O Globo também me causou estranhamento e tem todo o jeito de armação. Até que se demonstre o contrário, eu fico com o Dines e não abro.

    1. E………………

      Luciano, disse tudo. “parar de babar os Marinhos”. Mas não só eles, acrescento.

      Deixar de dubiedades já seria um bom começo, quando se, e de fato, pretende-se  ser um observador da imprensa !!!!!!

  3. Eles começaram a brigar entre

    Eles começaram a brigar entre eles. Posso estar enganado, mas aindatem muita coisa para aparecer nessa lista suja…

  4. Na foto: o Marcola chamando o

    Na foto: o Marcola chamando o F. Beira Mar de ladrão. PS. Já pensou se constasse o nome de algum petista nessa famigerada lista? Será que já tinha saído na capa de Veja?

  5. Na foto: o Marcola chamando o

    Na foto: o Marcola chamando o F. Beira Mar de ladrão. PS. Já pensou se constasse o nome de algum petista nessa famigerada lista? Será que já tinha saído na capa de Veja?

  6. É a lama, é a lama

    Dines, Frias…. sem contar os Marinho e os Di Civita que devem estar na lista de outro banco na Suíça, certamente. E é “esse Brazil” (com z) aí que quer aparecer de moralista, de patriota e critica a corrupção !!!! o Brazil de Soros e dos irmãos  Koch, corrompido pela CIA et outras NED, USAID…. é esse o Brasil que a gente quer para nossos filhos????

    1. Mas que salada mista, o

      Mas que salada mista, o National Endowment for Democracy e a USAID não tem nenhum programa para o Brasil há decadas, o Soros compra ações nos EUA, já vendeu suas ações da Petrobras, os Marinho e Civita são daqui mesmo.

  7. Bem feito. Não se consegue
    Bem feito. Não se consegue enganar todos todo o tempo. Agora que a casa está desmoronando, começam a brigar entre si.

    1. Questões dificílimas de se responder!

      Cada um de dois neurônios ficará extremamente sobrecarregado para respondê-las.

      No máximo, formular a brilhante “questã”…

      E desligar por exceso de carga.

  8. CRONOLOGIA para um escandalo

    CRONOLOGIA para um escandalo pre-fabricado.

    1.Uma lista obtida de forma ilicita, furtada por um ex-empregado do banco onde trabalhava, não é meio ideoneo para a Receita Federal abrir um rpocesso contra um nome que lá conste, não há legalidade ou autencidade na  lista para fins processuais, mesmo porque mesmo essa lista termina em 2006, fato que estaria prescrito se crime fiscal existisse.

    2.Para requerer colaboração das autoridades suiças é necessario que um PROCESSO já tenha se iniciado no Brasil, quem requer a colaboração da Suiça é um JUIZ a partir de um processo fiscal instaurado.

    3.A Receita Federal não pode peticionar para abrir um processo fiscal de sonegação a partir dessa lista, que não é elemento probatorio suficiente para se iniciar uma ação fiscal.

    4.Sem o processo instaurado aqui a Receita não pode formatar um pedido de colaboração das autoridades suiças.

    5.Aparentemente para atender a OPINIÃO PUBLICA o Ministerio da Justiça vai pedir colaboração da Suiça sobre alguns nomes dessa lista que dificilmente vai atender a partir de uma lista obtida de forma ilicita.

    Essa é à PRIMEIRA VISTA, posso estar enganado, o roteiro legal desse caso da ista, um factoide até agora.

    1. Se o dinheiro dos tucanos fosse legal, estaria todo no Itaú…

      André, você começa com uma arenga legtal, mas há uma questão política adjacente de suma importância. A Receita Rederal pode iniciar um processo ou abrir uma investigação a partir de qualquer indício de iletgalidade fiscal. Ela pede determinados documentos ao contribuinte, se ele apresentá-los, está tudo bem. Mas se tergiversar, adiar, confundir, gritar ou espernear, TODOS os bens terão de ser provados como de origem legal e todo o dinheiro arrecadado, deve estar em bancos ou em algum outro sistema legal, como sob os colchões. E deve ter sido declarado, à época. Se se descobrir que um indivíduo transferiu ilegalmente divisas para outro país em paraísos fiscais como a “Suíça lava mais branco”, uma devassa nas contas desse contribuinte deve ser feita, mesmo que a ilegalidade tenha sido prescrita. Quem sonegou uma vez, sonegou todas. Alvaro dix it.

    2. Com relação à origem da atual lista divulgada vc está certo

      É considerado prova ilícita. Mas isso é facilmente contornado com um pedido de quebra de sigilo bancário a ser processado pela justiça suíça, que pode ser normalmente apresentado pelo Ministério Público Federal no judiciário brasileiro, sem precisar passar pelo crivo da Receita Federal. As matérias jornalísticas a este respeito já são suficientes para empolgar um pedido dessa natureza. A justiça brasileira, por meio de carta rogatória, solicitaria a informação ao poder judiciário suíço, que determinará a quebra do sigilo bancário. A informação, portanto, pode ser obtida de forma lícita, legal. E aí esse argumento cai por terra.

      1. Meu caro, pelo que eu conheço

        Meu caro, pelo que eu conheço desse tema, não existe a possibilidade desse procedimento. A Suiça só instruiu um processo de  quebra sigilo bancario SE HOUVER UM PROCESSO JUDICIAL INSTAURADO no Brasil com evidencias

        absolutas da existencia de ilicito assim entendido pela lei suiça. Não exisre QUEBRA DE SIGILO SO PORQUE A JUSTIÇA BRASILEIRA TEM INTERESSE EM SABER SE HÁ ILICITO, alem  disso vc diz que isso tudo poderia ser por um simples pedido do MPF, sem a Justiça apreciar o pedido, vc pulou essa etapa.

        Houve flexibilidade da lei suiça mas não a esse ponto de atender pedidos a esmo, com essa facilidade, de qualquer Pais.

         

  9. Na Suíça, nem dólares, neu euro, francos suíços…

    Alberto Dines é um homem educadíssimo. Quanto eu tinha 20, escrevi-lhe uma carta desaforada, “correspondência epistolar”. Ele respondeu-me da mesma forma, com muita finesse. Eu tinha razão, mas senti um pouco de vergonha, afinal ele respondera ao meu destempero verbal de forma absolutamente civilizada. Ponto para ele. Mas uma informação precisa ficar bem clara: ele é tucano. E por conta disso, evita certos assuntos e promove outros. Educado feito um lorde, mas muito pouco republicano. Está mais para um aristocrata britânico.

  10. Dinheiro oriundo de herança

    Dinheiro oriundo de herança da família Bloch. Mas a família Bloch também está na lista. Ou seja, parece mais que foi uma transferência da grana da famíglia Bloch para as contas deles. Ele tem que explicar é a origem do dinheiro da família Bloch, que por sinal faliu aqui no Brasil e deixou um monte de credores a ver navios.

  11. Os mafiosos estão se

    Os mafiosos estão se engalfinhando!
    O clã Marinho – capo di tutti i capi – como sempre querendo aparentar imparcialidade.

    Será essa briga o divisor de águas, o ponto de inflexão rumo ao fim das quadrilhas midiáticas enquanto oligopólio? Ou acabarão se entendendo pela própria sobrevivência.
    Humm! acho que o instinto de sobrevivência prevalecerá.

    Nada como uma reportagem demolidora de Nassif e de todos os blogs amigos juntos e de um livro da Geração Editorial para provocar um Tsunami e esquartejar pernas, braços e cabeça desse oligopólio demoníaco que só serve para embrutecer o povo brasileiro.

  12. O que a Globo fez com Alberto Dines é mais um prova de vilania

    Até quando as pessoas assistirão impassível ao que a Rede Globo faz neste país? É vilania atrás de vilania, malfeito atrás de malfeito, covardia atrás de covardia, canalhice atrás de canalhice.

    Ora, os recursos são dos filhos de Dines, três deles, dentre os quatro citados na matéria, residentes no exterior há muitos anos (Dines fala em cerca de 30 anos), todos maiores de 50 anos de idade. A legislação que se aplica a eles, portanto, é a legislação vigente no país onde eles residem.

    A explicação sobre a origem dos recursos depositados nas contas do HSBC em nome dos filhos de Albert Dines é a de que seriam recursos provenientes da herança deixada pela mãe, uma integrante da família Bloch, dona do Grupo Manchete. O post questiona se os recursos teriam sido declarados, pois Dines não teria falado nada sobre isso no texto em que criticou o jornal O Globo por ter vinculado o seu nome ao fato.

    Ora, isso não é da alçada de Dines nem é a ele que a pergunta ou o questionamento devem ser dirigidos. Os recursos, até prova em contrário, são dos filhos de Dines, pessoas adultas, independentes, que respondem pelos seus atos. É a eles que a pergunta deve ser dirigida. Perguntar ou sugerir que Dines deveria saber se os recursos foram ou não declarados às autoridades competentes dos países onde os filhos dele  residem é, por via oblíqua, considerar que Dines seria, de alguma forma, beneficiário ou interessado na situação.

  13. eu quero mais é que se destruam uns aos outros…

    se pegarmos a nossa história recente, de quase tudo que essas famílias participaram, para não dizer meteram suas mãos imundas, o que resultou foi uma tragédia para milhares de brasileiros……………….

    nunca viveram do trabalho ou do esforço de cada uma, mas sim dos golpes que foram aplicados em nosso sistema econômico, com a colaboração de todas elas, das dívidas trabalhistas não cumpridas, com tudo isso formando um leque de práticas criminosas sempre acobertadas pela nossa justiça

    é por isso que até hoje incentivam os fla-flus da política, para desviar nossa atenção e evitar cobranças diretamente da boca do povo…………………..

    se pudéssemos reunir todos os brasileiros que foram prejudicados por estas famílias e por alguns políticos dos seus protegidos, tenho certeza absoluta de que lotariam todas as principais avenidas e de todo o Brasil

  14. Pode-se ………….

    Pode-se gostar ou não do AD, mas suas posições com relação ao comportamento da mídia, sempre me deixou com um pé atrás. Assim é que antes, eu assíduo comentaristas do OI, deixei de frequentá-lo, pelo simples fato do citado jornalista não querer interagir com os comentaristas, se colocando em um pedestal, e o moderador do Site OI, Sr. Egypto, tambem o fazer.

    Eu o visito regularmente, não tanto quanto antes, mas sem postar comentarios, e posso assegurar que, após a barrigada do EL Paiz, quando da publicação de uma  foto, sobre a morte de HC,  adquirida por operadores no submundo da internet, foi a gota d’água.

    Muito tempo depois, e por insistência de vários internautas, o Sr. AD, veio a publico fazer sua análise sobre o ocorrido, até constrangido, tendo em vista os elogios feitos àquele jornal, ao longo de sua carreira.

    Mas, voltando ao principal, acredito que todos, eu disse todos, devem ser investigados, pois dinheiro depositado em paraísos fiscais, na maioria das vezes, têm sua procedência duvidosa.

    Se não têm nada a temer, não vejo porque os esperneio, pois como sempre é dito, depósito em bancos estrangeiros não é crime, desde que declarado à Receita Federal.

    Mas como todos os citados, têm um historico nebuloso, não custa dar um crédito de confiança, até prova em contrário, mas exigir que as autoridades cumpram a lei, sem olhar a quem, e principalmente tirar partido das divergências que a publicação de tal lista proporciona.

    Aos defensores de tais individuos, empresas e que tais, um alerta. Não advoguem a favor de ninguém, pois os tempos são de transformações profundas, e o que ontem parecia ético e profissional, hoje já nem tanto!

     

  15. sr. Dines: no couro dos

    sr. Dines: no couro dos outros, dói também. Não foi o senhor que sempre apoiou a “liberdade de imprensa” da máfia marinho? Até vi comnetários seus, apoiando prender sem provas. E agora? A “liberdade de imprensa” lhe picou? Luta contra a máfia é diária, e o semhor com seus mais de 80 anos não ter percebido que não existe liberdade por parte da imprensa que golpeu seu país mais de uma vez, é dose… Mas não se preocupe, não vai dar nada, pois não é petista. Desculpe, sr. dines, mas deixei de visitar o observatório pelas suas posições em defesa dos antidemocráticos golpistas. Desde de 2003 estamos numa luta desigual com os meios de comunicação corruptos e golpistas, mas o senhor, como muitos jornalistas, resolveram falar fino contra esse poder que sempre golpou esse rico país, mas paupérrimo de cidadãos.

     

  16. “O Grupo Falha e a família de

    “O Grupo Falha e a família de Octavio Frias de Oliveira informam não ter registro da referida conta bancária e manifestam sua convicção de que, se ela existiu, era regular e conforme à lei”.. 

    A desculpa esfarrada dos Frias pode ser comparada à seguinte: não matei a vitima, mas se matei foi em legítima defesa.

    Os caras, além de cínicos,  são idiotas e estúpidos.

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