Foto: EBC
Jornal GGN – A Anistia Internacional recomendou na quarta-feira (14) a criação de uma comissão externa e independente para acompanhar as investigações do assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes. Para a instituição, a comissão deve conter peritos, juristas e especialistas, sob o argumento da existência de lacunas na apuração do crime.
A Anistia quer ver verificada se “todas as linhas de investigação estão sendo exploradas, se há negligência e também interferência indevida na investigação criminal”, informa a Agência Brasil.
O assassinato ocorreu em 14 de março, no centro do Rio, quando Marielle deixava um evento político e, mais de 8 meses depois, não há solução para a execução da vereadora e motorista.
A Anistia também divulgou um documento denominado “O labirinto do caso Marielle Franco”, que analisa o caso em cinco eixos temáticos, e alerta para ausência de respostas e as informações desencontradas, segundo publicações da imprensa.
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Da Anistia Internacional
Oito meses depois do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, a Anistia Internacional divulga um levantamento reunindo informações veiculadas publicamente sobre o caso. O objetivo é apontar questões graves que não foram respondidas, possíveis incoerências e contradições no decorrer da investigação e questionar o posicionamento das autoridades competentes.
“É chocante olhar para tudo o que já foi divulgado sobre as investigações do assassinato de Marielle Franco ao longo de oito meses e ver que o padrão foi de inconsistências, incoerências e contradições. As autoridades não respondem às denúncias graves que vieram à tona e, quando se pronunciam, parecem não se responsabilizar pelo que dizem. Marielle era uma figura pública, uma vereadora eleita. Seu assassinato é um crime brutal e as autoridades não estão respondendo adequadamente” afirma Renata Neder, coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional no Brasil.
O documento traz as informações divididas em cinco categorias: disparos e munição, a arma do crime, os carros e aparelhos usados e as câmeras de segurança, procedimentos investigativos e o andamento das investigações. Além das informações, cada bloco traz perguntas que as autoridades precisam responder. Entre os pontos críticos destacados estão a falta de respostas sobre o desligamento das câmeras de segurança do local do crime dias antes do assassinato, o desaparecimento de submetralhadoras do arsenal da Polícia Civil do Rio de Janeiro, e o desvio de munição de lote pertencente à Polícia Federal.
“Desde a noite do assassinato foram divulgadas informações muito graves. Não podemos olhar todas essas informações isoladamente. O quadro geral aponta que as autoridades do sistema de justiça criminal parecem estar se esquivando de sua responsabilidade. O estado não pode deixar sem explicação o sumiço de munição e submetralhadoras de sua propriedade” afirma Neder.
Mesmo sem respostas definitivas ou adequadas, as informações divulgadas indicam que o assassinato de Marielle Franco foi cuidadosamente planejado e que pode ter contado com a participação de agentes do estado e das forças de segurança.
“Esse cenário de informações contraditórias, perguntas sem respostas e a possibilidade de que agentes do estado estejam envolvidos no crime reforçam a necessidade de que seja estabelecido com urgência um mecanismo externo e independente para monitorar as investigações do assassinato de Marielle e Anderson”, afirma Neder.
Apesar da demora na conclusão das investigações, a família segue mobilizada exigindo uma resposta.
“Temos recebido muito acolhimento e solidariedade por parte das pessoas, tanto no Brasil como no exterior, e nossa família está cada vez mais unida. Oito meses se passaram e tudo o que a gente quer hoje é que se descubra quem matou e quem mandou matar a minha filha”, disse Marinete da Silva, mãe de Marielle.
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