Foto: Lula Marques

Jornal GGN – O procurador-geral da República Rodrigo Janot emitiu uma nota, nesta quinta (18), lamentando que a corrupção investigada pela Operação Lava Jato tenha chegado a membros do Ministério Público Federal. Isso porque o empresário Joesley Batista, sócio da JBS, entregou provas de que o procurador Ângelo Goulart Villela vazava informações ao grupo.
Villela, que atuava diretamente na operação Greenfield, teve prisão autorizada pelo Supremo Tribunal Federal. A operação investiga corrupção, lavagem de dinheiro e fraudes em fundos de pensão de funcionários de estatais.
O procurador também estava alojado na Procuradoria-Geral Eleitoral, alvo de busca e apreensão nesta quinta. Também há diligências no gabinete do procurador.
Abaixo, a nota de Rodrigo Janot.
Foi deflagrada nesta quinta-feira, 18 de maio, mais uma fase do caso Lava Jato, especificamente a partir de investigações que correm perante o Supremo Tribunal Federal. O sucesso desta etapa, contudo, tem um gosto amargo para a nossa Instituição.
Há três anos, revelou-se um esquema criminoso que estarrece os brasileiros. As investigações realizadas pelo Ministério Público Federal e outros órgãos públicos atingiram diversos níveis dos Poderes da República em vários Estados da Federação e, aquilo que, até então, estava restrito aos círculos da política e da economia, acabou chegando à nossa Instituição.
Exercer o cargo de Procurador-Geral da República impõe, não poucas vezes, a tomada de decisões difíceis. Nesses momentos, o único caminho seguro a seguir é o cumprimento irrestrito da Constituição, das leis e dos deveres institucionais. Não há outra forma legítima de ser Ministério Público.
A meu pedido, o ministro Edson Fachin determinou a prisão preventiva do procurador da República Ângelo Goulart Villela e do advogado Willer Tomaz. A medida está embasada em robusta documentação, coletada por meio de ação controlada. As prisões preventivas de ambos foram por mim pedidas com o objetivo de interromper suas atividades ilícitas. No que diz respeito ao procurador da República, o mandado de prisão expedido pelo STF foi executado por dois procuradores regionais da República com o auxílio da Polícia Federal. Também foram realizadas buscas e apreensões em seus endereços residenciais e funcionais. Foi pedido ainda o afastamento do procurador de suas funções no Ministério Público Federal. Determinei também sua exoneração da função de assessor da Procuradoria-Geral Eleitoral junto ao TSE e revoguei sua designação para atuar na força-tarefa do caso Greenfield.
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