Munição do caso Marielle é de lote vendido à PF e usado na chacina de Osasco

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

 
Jornal GGN – Uma perícia concluída na quinta-feira (15) aponta que a munição utilizada no assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram adquiridas oficialmene pela Polícia Federal de Brasília em 2006. Elas foram vendidas pela empresa CBC no dia 29 de dezembro daquele ano, com notas fiscais. A informação é do G1.
 
O UOL também divulgou nesta sexta (16) que balas do mesmo lote foram utilizadas na Chacina de Osasco, quando 23 pessoas foram mortas, em agosto de 2015. A conexão foi confirmada por um delegado com proximidade com o caso que pediu para não ser identificado com medo de retaliação. 
 
A reportagem do UOL ainda destaca que, na visão das autoridades, isso não significa necessariamente que agentes do Estado estão envolvidos no crime, porque o lote pode ter sido extraviado e as capsulas da 9mm, plantadas na cena do crime para desviar o foco, como já aconteceu em outros casos.
 
Agora, os investigadores do atendado pretendem fazer rastreamento na tentativa de apurar quem foram os responsáveis pelos 11 disparos no carro onde estava Marielle, na noite de quarta (14), quando foi morta com 4 tiros na cabeça. 
 
 
Além das balas, as autoridades investigam um segundo carro que foi utilizado na operação. Até agora, sabe-se que Marielle participava de um evento militante no Rio e que um carro já estava estacionado na entrada do local, motinorando os passes da vereadora.
 
Quando ela saiu do evento, o carro movimentou-se e deu sinal para que um segundo carro, de onde partiram os disparos, ajudasse na perseguição.
 
A placa usada neste veículo foi clonada e os investigadores ainda buscam pela unidade.
 
Ainda de acordo com o G1, as autoridades apontaram que quem efetuou os disparos contra Marielle era um atirador experiente que sabia exatamente o que estava fazendo.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

21 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Cortina de fumaça

    Em meio a essa tragédia , iportante observar a atençao dada ao fato pela Globo que ja transformou o caso em uma reality show a globonews e a imediata manifestaçao do presidente golpista.

    Pelo teor das suas declaraçoes  , ele parece que nao esta contente em ter de deixar o poder ao fim desse ano , sabe que nao tem votos , mandou que tropas invadissem  o RJ   em busca de uma popularidade que nao foi encontrada , quem sabe nao esta atras de um motivo de ´´força maior´´ para justificar o cancelamento das eleiçoes e ele continuar sentado na cadeira presidencial até que ´´restabeleçao a ordem´´

  2. Como assim “o lote pode ter

    Como assim “o lote pode ter sido extraviado”? E a pessoa encarregada pelo recebimento, pela distribuição, pela guarda, uso e por anotar esses extravios, na PF, o que tem a dizer?

    Bem… olha eu caindo nessas tergiversações…

    Os assassinos de Marielle são os mesmos que empurraram o reitor para a morte, naquele shopping em Floripa, o Beiramar: os operadores do golpe de estado brasileiro de 2016.

     

  3. Investigação????

    Se a munição utilizada no assassinato de Marielle é do mesmo lote da munição usada na chacina de Osasco em 2015, porque passados 3 anos ainda não se sabe como foi desviada da PF? Muito estranho.


  4. Qual bandido usa cápsulas de determinada origem para desviar foco das investigações? certo é ser um crime político, e atualmente quem deve responder por essa questão é o exército, a quem detém o poder no estado do RJ.

  5. munição…..

    Puxe o fio e virá todo o novelo. “Conheceis a Verdade. E a Verdade Vos Libertará.” O Brasil é de muito, mas muito, mas muito fácil explicação.

  6. Se Marielli tive notado que
    Se Marielli tive notado que estava sendo percebida pelo carro A, este sairia da operaçāo e entraria o carro B.

    Trata-se de tėcnica de espionar alguem pelas ruas de uma cidade como o RJ.

    Poderia existir até um terceiro veiculo para entrar em cena caso o carro B fosse tambem alvo de suspeita por parte do alvo.

  7. E por que a informação não

    E por que a informação não foi mantida em sigilo? Revelar este tipo de descoberta não acaba servindo de alerta para quem participou do desvio da munição? A investigação será transformada em reality show?

  8. Mesmo se….

    Mesmo se a Marielle tivesse sido alvejada desde um helicóptero e este mesmo helicóptero fosse pego, com 500 Kg de pasta de cocaína, com os pilotos sendo funcionários de um graúdo dono in flagrante da aeronave, nem assim haveria crime ou culpados.

    Se a Marielle tivesse sido sequestrada e encontrada morta num apartamento em Salvador, apartamento este cheio de malas de dinheiro, aí também nada aconteceria.

    Se Marielle vivesse 25 anos atrás e fosse encontrada morta na cama com PC Farias, também não teria dado em nada.

    Se Marielle fosse uma das 19 vitimas da chacina em São Paulo, a sua morte nunca seria esclarecida.

    Se Marielle fosse modelo (a rigor, mula de malas de propina em MG) e encontrada morta num apart hotel em Belo Horizonte, nada teria acontecido.

    Se Marielle fosse policial civil e fosse encontrada “suicidada”, depois que fazia críticas a graúdo mineiro, a sua morte não teria sido solucionada.

    Se Marielle tivesse sido morta naquele taxi que pegou homem com mala de 500 mil reais, também o crime não seria apurado, considerando que os policiais perderam o taxi na persecução.

    Se Marielle viajasse de avião com Juiz e, por acidente, este cair no mar e Marielle ficasse 40 minutos batendo na janela sem receber socorro, também a sua morte não teria sido explicada.

    Infelizmente, não vejo como, neste caso, com “um lote de munição extraviada” os assassinos sejam realmente pegos, considerando o comportamento do sistema policial.

    Já se Marielle fosse jornalista do PIG….., os criminosos seriam rapidamente pegos e o nome dela imortalizado. 

    1. Afiadissimo o seu comentário,

      Afiadissimo o seu comentário, Alexis. Desfiou sapo por sapo que vamos engolindo sem poder vomitar nesse país.

  9. A notícia veio pela Globo. As

    A notícia veio pela Globo. As investigações foram feitas pela PF e Polícia do Rio.

    Reunem os três atores acima alguma credibilidade?

  10. O lote é de 2006 e até hoje o

    O lote é de 2006 e até hoje o nosso FBI não deu por falta das balas? E a Érica Marena, o delegado Grilo, o Igor de Paula onde estavam que não deram por falta das balas extraviadas? E são esses policiais que cuidam das nossas fronteiras, dos nossos aeroportos, dos crimes de contrabando e de tráfico de drogas e de exterminar a CORRUPÇÃO no país. 

    O Japones contrabandista da Policia Federal estava a altura da corporação como garoto propaganda. 

    1. Casa de ferreiro, espeto de pau

      Se o desvio fosse na Petrobrás, eles já teriam descoberto que foi petista. Mas não descobrem os desvios na própria casa.

      Essa polícia e merda constituem uma única bosta amalgamada.

  11. Por onde anda o Ministério Público Federal?

    Um lote de munições comprado pela Polícia Federal foi desviado em 2006 e foi utilizado em pelo menos uma chacina e uma execução.

    Por onde anda o Ministério Público Federal, que deveria fazer o controle dos órgãos policiais?

  12. As vozes dos mais fracos

    Do programa DEMOCRACY NOW!, na edição de 16/03/2018

    Sobre Marielle Franco

    [video: https://www.youtube.com/watch?v=wrUrzHs9ArM%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=wrUrzHs9ArM

     

    Sobre o “PRIMEIRO ENCONTRO INTERNACIONAL, POLÍTICO, ARTÍSTICO, ESPORTIVO E CULTURAL DE MULHERES QUE LUTAM”, em Chiapas, no México. 

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=lT-X7eSCOTk%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=lT-X7eSCOTk

     

    A mensagem final do evento, lida por uma mulher zapatista:

     

     

    “Essa pequena luz é para você

    Leve, irmã e companheira

    Leve para as mulheres que estão desaparecidas

    Leve para as assassinadas

    Leve para as aprisionadas

    Leve para as violentadas

    Leve para as agredidas

    Leve para as que sofreram abuso

    Leve para as mulheres que enfrentam a violência em todas as suas formas

    Leve para as migrantes

    Leve para as exploradas

    Leve para as mortas

    Leve, e diga para todas e cada uma delas que não está sozinha

    Que você vai lutar por ela

    Que você vai lutar pela verdade e pela justiça que sua dor merece.”

     

    A versão integral do programa

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=LKU5_FNxbyQ&t=12s%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=LKU5_FNxbyQ&t=12s

     

    Do BUZZFEED (a reprodução não significa concordância com o inteiro teor da reportagem e se justifica porque pouco se ouve a voz, o pensamento e o sentimento dos que eram representados pela ativista social Marielle Franco)

     

    “Recado foi para a favela, não para esquerda branca e macho do Rio”, diz líder comunitário da Maré

     

    “Não se deram nem ao trabalho de fingir um crime comum. A ideia foi falar para o favelado: se cuida, vocês não têm espaço, não saiam, não gritem, não denunciem. Concordem!”

    publicado 15 de Março de 2018, 6:24 p.m.

     

    Severino Motta

    Repórter do BuzzFeed News, Brasil

     

    Amigo de Marielle Franco há 20 anos, o diretor do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré, Lorenço da Silva, ainda estava muito abalado com o assassinato da vereadora carioca do PSOL quando falou por telefone com o BuzzFeed News.

    Repetindo que, num segundo, acabaram com um grande projeto de vida e político de sua comunidade, fez um desabafo sobre o que pode ter motivado a execução.

    “O recado foi para favela, não foi para esquerda branca e macho do Rio. Não se deram nem ao trabalho de fingir um crime comum. A ideia foi falar para o favelado: se cuida, vocês não têm espaço, não saiam, não gritem, não denunciem. Concordem!”

     

    Para justificar o ponto de vista, lembrou que o deputado estadual Marcelo Freixo, também do PSOL, já fez muitas denúncias no Rio, seja contra policiais ou políticos, recebeu ameaças “mas nunca foi alvo de tiros”.

    O líder comunitário ainda descartou que a morte possa estar ligada à intervenção no Rio de Janeiro ou a milícias, e insistiu que, na opinião dele, o crime foi uma reação de setores armados do Estado à ascensão de uma favelada que podia levar a voz do morro — e denúncias — para espaços nobres de debate.

    “A gente pensava que ela estava protegida e, de repente, matam ela. Ela morreu por ser esse canal [capaz de externar denúncias das favelas]”, disse.

    Lembrando do período em que fez faculdade com Marielle, Silva se emocionou ao dizer que foi um dos primeiros a lhe dar a ideia de concorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores.

    “Meu sentimento de culpa é maior ainda, pois eu botei na cabeça dela essa coisa de ser vereadora”, disse.

    Sem a parlamentar, Silva diz que a Maré fica órfã. Segundo ele, a comunidade recorria a ela quando casos de violência ou abusos aconteciam na favela.

    “E agora, ligaremos para quem? Apostamos nela, conseguimos, e eles acabam com nosso sonho e nossos projetos assim”, lamentou.

    Segundo Silva, a morte de Marielle também deve servir para se mudar o debate público sobre casos de violência em favelas do Rio.

    “Os estudiosos que estudam a favela, políticos de esquerda, veem a favela como alguém a ser tutelado. A esquerda não vê a favela como igual, e a Marielle rompia com isso, furava o bloqueio”, afirmou.

    Junto de colegas ele está organizando um evento no sábado de manhã. A ideia é realizar uma grande passeata na avenida Brasil, junto ao complexo da Maré.

    Antes de desligar o telefone. Silva fez um último desabafo.

    “Não saiam da favela, esse foi o recado. Vocês são um lixo. É grande a sensação de impotência. De que é carne barata.”

    Severino Motta é repórter do BuzzFeed News, em Brasília

    (https://www.buzzfeed.com/severinomotta/recado-foi-para-a-favela-nao-para-esquerda-branca-e-macho?origin=shp&utm_term=.scGnYwDlB#.sxjQpvNoj)

     

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=o7N76QdXc6E%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=o7N76QdXc6E

     

    Sampa/SP, 16/03/2018 – 18:31 (última atualização às 19:22)

     

  13. Tem esperma na calcinha da PF mas ela nega a relação sexual

    Cabe à PF provar que a munição foi desviada, por quem foi desviada, quando, onde e como foi desviada.

    Se a munição tivesse sido adquirida por um petista, este seria considerado o assassino até prova em contrário.

  14. Ora de descer a Lona, porque

    Ora de descer a Lona, porque o espetáculo circense acabou.

    A munição foi roubade em 2006 dos correios na Paraíba.

    Além do mais, foi aberto, no Rio de janeiro uma investigação a respeito de outro desvio desse mesmo lote de munição.

    A Polícia Federal tem mais de 50 inqueritos pelo desvio dessa munição.

    Tirem os narizes de palhaços, limpem a maquiagem das caras, e dispão-se da roupa de palhaços, porque o espetáculo acabou.

     

  15. Muito cuidado com o andor!

    A idade do lote já deveria acender uma luz amarela (cuidado) na pressa de tirar conclusões.

    Não conheço a rotina da PF, mas por certo, na PCERJ, desde 2003, cada policial ganhava uma caixa de munição com 50 unidades por ano.

    Assim como as de 09 mm, as munições .40 são de uso restrito, logo, não se compra na loja.

    Quem tem arma desse calibre (apenas policiais, membros do judiciário, mp e alguns outros poucos) não compram tais munições com facilidade.

    Como raramente os policiais (todos eles) usam essas munições que ganham, é comum um mercado paralelo entre policiais.

    Quem tem a sobra, acaba vendendo, ou usa para treinamento e depois usa as cápsulas “cartuchos” para recarregar com “armeiros” que fazem isso por um preço bem mais barato que munições novas.

    Então, essas munições podem ter sido manuseadas por um sem número de pessoas.

    Ajudava mais se houvesse digitais (ainda que parciais) nas cápsulas encontradas, pois é comum que ao carregar as munições no carregador, ao pressionar a mola para entrar a munição, o atirador deixe sua impressão, que depois acaba “amalgamada” com o calor da expansão da pólvora.

    Aí sim seria uma boa evidência, mas com certeza, os policiais militares que chegaram ao local primeiro, mexeram nas cápsuslas e contaminaram tudo, como SEMPRE!

    Ainda que as munições sejam uma pista válida, é preciso muito cuidado, como já disse antes, pressa não é o melhor ingrediente de investigação de homicídio.

    Existe ainda outra possibilidade muito comum:

    Que a PF tenha comprado o lote para treino, e uma vez disparado nos estandes, e em algumas delegacias e regiões, se faz isso em locais privados, as cápsulasacabam desprezadas e caem nas mãos dos donos dos locais de treino.

    Essas cápsulas são “recicladas”, isto é recarregadas, seguindo a mesma lógica que já disse, ou seja, pouco provável determinar o caminho da munição!.

    É só ver o caso de Osasco, os atiradores provavelmente obtveram nesse mercado paralelo.

    É preciso celeridade nas diligências, mas sem açodamento! 

     

    PS: Faz algum tempo, a PCERJ não mais fornece munições, e simplesmente promove a troca das munições de um ano para outro, no limite de 25 munições. Não tem sobra mais!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador