Cármen Lúcia critica corrupção elogiando Brasil e sem mencionar Temer

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]


Presidente do STF em palestra na UnB – Foto: Carlos Moura/SCO/STF
 
Jornal GGN – Em discurso sobre ética e política para alunos de Relações Internacionais na Universidade de Brasília (UnB), nesta terça-feira, a ministra Cármen Lúcia afirmou que “todo governo só é legítimo se for honesto”. 
 
A fala da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) ocorre em meio a grande crise política no Brasil com graves índices de reprovação do governo de Michel Temer junto à população, e logo após a reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela.
 
“A falta de ética gera uma desagregação do tecido social e da estrutura estatal. É inaceitável, inadmissível. Todo governo só é legítimo se for honesto. Sem confiança, não há democracia. Democracia se dá pela segurança que o cidadão tem nas instituições”, introduziu.
 
Cármen não citou nem Temer, nem Maduro. Mas decidiu fazer uma crítica à “falta de ética” de governantes, dizendo ser “inaceitável, inadmissível”. E no caso do Brasil, ao contrário de criticar, usou o país como “exemplo” de “coragem” das instituições de “expor a corrupção”.
 
“Poucos países tiveram a coragem de expor a corrupção, admitir que não quer mais conviver com isso. O estado é construído por todos nós”, afirmou, durante a palestra, que integrou parte de um seminário organizado por embaixadas de países africanos em celebração ao Dia da África, comemorado no dia 25.
 
“Hoje temos melhores condições de investigar até por causa da tecnologia. O Ministério Público tem dado atenção necessária ao combate à corrupção e o Poder Judiciário tem priorizado a questão. Acabou a tolerância com a corrupção. As dificuldades são muitas, mas a necessidade é maior ainda”, seguiu.
 
Sobre a crítica da falta de confiança da população no governo, exemplificou que “não se pode seguir numa rua se ali estiver indicando contramão. Uma servidora pública que alimenta práticas antiéticas, isso é andar na contramão. Estado só vive pela confiança do cidadão nas estruturas de poder”.
 
E defendeu a transparência para combater casos de corrupção: “Se juntarmos o excesso de burocracia e a ausência de transparência, com toda certeza teremos facilitado a corrupção. O Estado precisa criar estruturas preventivas e repressivas da corrupção”, manifestou.
 
“A única possibilidade de viver com o outro é confiando no outro. A base de toda convivência é a confiança. A corrupção é uma fratura social, uma prática que rompe essa união, a empatia pelo outro. Não há como conviver com a corrupção. A corrupção faz com que a nossa união com o outro seja dificultada”, completou.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

12 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    1. O pröprio golpe deu essa
      O pröprio golpe deu essa sensação de pança cheia idelogica aos “vitoriosos” como os que tenho visto nos postos de gasolina….se do ponto de vista econômico estão perdendo e muito, por outro lado tiraram a Dilma, e isso basta para que alcancem o estado de nirvana….
      Triste viu….

      1. Satisfação psicológica

        ‘Tem gente que compra roupa de marca, paga uma fortuna, sai se exibindo com prazer e vaidade somente para  causar inveja e sensação de inferioridade no outro.

        Quando a gente compra a mesma roupa, igualzinha, por um décimo do preço e mostra pra pessoa, em vez de ela se sentir lesada ela olha bem pra sua cara e diz orgulhosa: ” A minha roupa é de grife, eu comprei no shopping tal, vê lá se eu vou usar esses trapos iguais aos seus”

        “-Mas fulano, a roupa é a mesma.”…

        -“Engano seu, a minha é muito melhor”

        Não, não é, o problema não é o custo, o problema é que ele não usa roupa barata porque comprar barato é coisa de pobre.

        A isso eu chamo de satisfação psicológica.

        E a pergunta que se faz é:

        “Até que que ponto a satisfação psicológica compensará a fome real e a necessidade?”

        Vamos ver até quando  a “alegria” de ter derrubado a Dilma vai permanecer no longo e  complicado  pós-Dilma.

  1. Carmen Lúcia e sua

    Aulinha ruim de ética. Pensamentos profundamente rasos. Sei não. Acho que os states vai querer aproveitar a especialidade golpista desse stf para usar na derrubada de Maduro. Sei não. 

  2. Ética, dona carmencita, seria

    Ética, dona carmencita, seria pautar e julgar as desconfianças em relação ao desMoronado; o resto, ora, dona carmencita, o resto é criminalidade exposta. E, que a senhora, dona carmencita, não se esqueça (ou lembre) que governantes são todos, seja do executivo, do legislativo e do judiciário. Não me venha, dona carmencita, jogar pedras no telhado do vizinho se sua casinha (de estimação vitalícia, haja saco) esteja muito necessitada de uma boa lavagem (sem ser cerebral); talvez, dona carmencita, se a senhora parar de dar esses chiliques-discurseiros, possa, efetivamente, tratar da ética necessária, como, por exemplo (mas, bota exemplo, nisto) em cumprir a Constituição Federal, ou a senhora, dona carmencita, é daquelas que entende a Constituição Federal apenas como mera constituição federal. Ética, dona carmencita, até agora – e desde sempre, tem passado longe disso que chamam stfezinho. Por favor, menos demagogia e pelo menos um pouco de trabalho ético. Haja saco.

  3.  “A falta de ética gera uma

     “A falta de ética gera uma desagregação do tecido social e da estrutura estatal. É inaceitável, inadmissível. Todo governo só é legítimo se for honesto. Sem confiança, não há democracia. Democracia se dá pela segurança que o cidadão tem nas instituições”;

    Cadela.

  4. Ela não sonha…
    Ela

    Ela não sonha…

    Ela delira…

    Aonde enfiamos justiça!

    Ao ver estas imagens, ouvir o que falam, serão registros preciosos para os homens do futuro que não entenderão como os pessoas do presente deram tanto valor a eles…

    Eles saberão o valor do que é justo!

    Eles não entenderão a rede globo, por que ela não existirá lá, mas olharão para nós atônitos buscando entender o que nos prendeu de fato, que miséria nos deteve…

  5. Todo governo é legítimo se for honesto,

    Mesmo sendo usurpador, golpista e entreguista. Agora imaginem um presidente usurpador, golpista e entreguista desonesto, como um certo amiguinho que visita a Carmencita em sua casa.  Será delírio devido à idade ou a meritíssima pensa que o povo é idiota?

    1. Todo governo é honesto, se for legítimo

      Se os Militares derem um golpe e não forem desonestos após o golpe, eles terão legitimidade?

  6. Além de pusilanime, Carmem

    Além de pusilanime, Carmem Lúcia é mentirosa. Ela gosta tanto de corrupção que protegeu os juizes e desembargadores que ganham acima do teto, garantiu a impunidade dos Ministros do STJ envolvidos na Lava Jato e permitiu a corrupção dos princípios constitucionais ao apoiar o golpe com o STF com tudo que levou uma quadrilha de ladroes ao poder.

  7. Esse golpe me trouxe uma

    Esse golpe me trouxe uma sabedoria muito importante: não há como discutir com essa gente. Estão além da razão, presos em suas bolhas de delírios.

    Entendo hoje porque revoluções acabam acontecendo. Porque não existe mais diálogo possível ou alternativa.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador