Catadores farão protesto por coleta seletiva em São Paulo

Catadores farão protesto por coleta seletiva em São Paulo


Catadores querem mais empregos e mais conforto no trabalho
(foto: Redação Terra)

 

Quem acreditava que somente professores e bancários faziam protestos em São Paulo estava enganado. Na próxima quarta-feira, dia 11, a Câmara Municipal de São Paulo deve receber a visita de cerca de mil catadores de material reciclável. Eles planejam uma passeata – a segunda maior da categoria, segundo o Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável (MNCR) – para reivindicar a ampliação da coleta seletiva na cidade, depois de ganharem uma ação na Justiça contra a Prefeitura.

De acordo com o movimento, a cidade de São Paulo recolhe 15 mil toneladas de lixo por dia. Deste montante, apenas 1% é reciclado. A decisão do juiz Luis Fernando Vidal, de abril, obriga a Prefeitura a estender o programa de coleta seletiva para toda a cidade, o que levaria à contratação de mais cooperativas de catadores. A ideia do MNCR é sair da Câmara Municipal e entregar um documento na Prefeitura de São Paulo.

Melhores condições para os catadores também são uma reivindicação. Eduardo Ferreira de Paula, que atua no MNCR de São Paulo e está organizando o ato, diz que as tradicionais carroças, puxadas pelos próprios catadores, não são usadas em estados do Sul do país, como Paraná e Rio Grande do Sul. No lugar delas, os catadores trabalham com carrinhos elétricos. A ideia do movimento é reivindicar estes carrinhos junto à prefeitura. “Nosso trabalho não é só puxando a carroça, tem a alternativa dos carros elétricos como forma de reduzir as condições desumanas”, afirma de Paula.

Incineração

O protesto vem logo depois de Lula sancionar a lei que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Segundo o movimento dos catadores, apesar de ser positiva no geral, a lei deixa brechas para a incineração do lixo e esta será uma das bandeiras da manifestação. No caso de São Paulo, os catadores temem que alguns municípios já estejam buscando este caminho, o que ameaça sua fonte de renda.

“O incinerador prejudica tudo. Prejudica a saúde e acaba com a coleta seletiva. Esses resíduos geram a inclusão social, geram renda e trabalho para os catadores. Não podemos deixar que isto seja incinerado,sendo que há uma alternativa de saída e tem toda uma questão de conscientização ambiental. Eles querem gerar energia com a incineração. Aí a gente deixa uma pergunta: pra gerar energia, precisa queimar lixo? Não precisamos”, argumenta Eduardo de Paula.

O MNCR estima que existem 800 mil catadores no país e 20 mil apenas na cidade de São Paulo. Sobre a grande diferença entre o número de catadores na cidade e o de previstos para o protesto, Eduardo de Paula justifica: a maioria dos catadores não está organizada.

 

Terra Magazine

 

Quem acreditava que somente professores e bancários faziam protestos em São Paulo estava enganado. Na próxima quarta-feira, dia 11, a Câmara Municipal de São Paulo deve receber a visita de cerca de mil catadores de material reciclável. Eles planejam uma passeata – a segunda maior da categoria, segundo o Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável (MNCR) – para reivindicar a ampliação da coleta seletiva na cidade, depois de ganharem uma ação na Justiça contra a Prefeitura.

De acordo com o movimento, a cidade de São Paulo recolhe 15 mil toneladas de lixo por dia. Deste montante, apenas 1% é reciclado. A decisão do juiz Luis Fernando Vidal, de abril, obriga a Prefeitura a estender o programa de coleta seletiva para toda a cidade, o que levaria à contratação de mais cooperativas de catadores. A ideia do MNCR é sair da Câmara Municipal e entregar um documento na Prefeitura de São Paulo.

Melhores condições para os catadores também são uma reivindicação. Eduardo Ferreira de Paula, que atua no MNCR de São Paulo e está organizando o ato, diz que as tradicionais carroças, puxadas pelos próprios catadores, não são usadas em estados do Sul do país, como Paraná e Rio Grande do Sul. No lugar delas, os catadores trabalham com carrinhos elétricos. A ideia do movimento é reivindicar estes carrinhos junto à prefeitura. “Nosso trabalho não é só puxando a carroça, tem a alternativa dos carros elétricos como forma de reduzir as condições desumanas”, afirma de Paula.

Incineração

O protesto vem logo depois de Lula sancionar a lei que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Segundo o movimento dos catadores, apesar de ser positiva no geral, a lei deixa brechas para a incineração do lixo e esta será uma das bandeiras da manifestação. No caso de São Paulo, os catadores temem que alguns municípios já estejam buscando este caminho, o que ameaça sua fonte de renda.

“O incinerador prejudica tudo. Prejudica a saúde e acaba com a coleta seletiva. Esses resíduos geram a inclusão social, geram renda e trabalho para os catadores. Não podemos deixar que isto seja incinerado,sendo que há uma alternativa de saída e tem toda uma questão de conscientização ambiental. Eles querem gerar energia com a incineração. Aí a gente deixa uma pergunta: pra gerar energia, precisa queimar lixo? Não precisamos”, argumenta Eduardo de Paula.

O MNCR estima que existem 800 mil catadores no país e 20 mil apenas na cidade de São Paulo. Sobre a grande diferença entre o número de catadores na cidade e o de previstos para o protesto, Eduardo de Paula justifica: a maioria dos catadores não está organizada.

 

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http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/08/09/brasil,i=206683/LEI+DE+RESIDUOS+SOLIDOS+PODE+EXCLUIR+CATADORES+DE+MATERIAIS+RECICLAVEIS.shtml

Redação

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