CGU confirma negociações para acordo de leniência com Odebrecht

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

Da Agência Brasil

Por Nielmar de Oliveira

A Controladoria-Geral da União (CGU) confirmou que está em negociações com a construtora Odebrecht para assinatura de um acordo de leniência. Em uma nota de poucas linhas, a CGU lembra que não costuma divulgar a relação das empresas com as quais negocia este tipo de acordo. No entanto, como a Odebrecht tornou a informação pública, a controladoria se limitou a confirmar a negociação.

“No caso da Odebrecht, após divulgação realizada pela empresa, a CGU confirma que está em fase de negociação do acordo de leniência”. A nota divulgada ontem (24) ressalta porém que, em razão do sigilo imposto pelo artigo que trata do tema (Lei n° 12.846/2013), “a Controladoria encontra-se impedida de comentar sobre detalhes da operação que ainda está em curso”.

Na última terça-feira (22), a Odebrecht informou que todos os executivos da empreiteira concordaram em fechar com a Controladoria a delação premiada – quando pessoas investigadas concordam em colaborar com as investigações informando o que sabem e, em contrapartida, obtêm benefício da redução da pena.

“As avaliações e reflexões levadas a efeito por nossos acionistas e executivos levaram a Odebrecht a decidir por uma colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato. A empresa, que identificou a necessidade de implantar melhorias em suas práticas, vem mantendo contato com as autoridades com o objetivo de colaborar com as investigações, além da iniciativa de leniência já adotada em dezembro junto à Controladoria Geral da União”, diz a nota.

Diferentemente da delação premiada, que é uma ação individual, o acordo de leniência é firmado entre uma empresa que decide colaborar com as investigações e a Justiça. Para o acrodo, é necessário que a empresa confesse participação nos atos ilícitos, pague pelos prejuízos causados e dê informações que ajudem nas investigações.

A decisão da construtora de fechar acordo de leniência com a CGU aconteceu logo após a deflagração da 26ª fase da Operação Lava Jato, quando os investigadores descobriram a existência dentro da empresa um “braço”, que atuava de forma profissional e articulada com o único objetivo de distribuir propinas a partidos e políticos. Na ocasião foi descoberta uma planilha com anotações de doações feitas ao longo dos últimos anos há cerca de 200 políticos de 24 partidos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

12 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. MP 703/2015

       As negociações da CGU com a Odebrecht sobre o acordo de leniência começaram logo após a edição da MP 703, lá por dezembro passado.

        O problema mais sério para celebrar qualquer acordo encontra-se não em Brasilia (CGU), mas no Estado Juridico Paralelo de Curitiba, que insiste em meter o bedelho em todo e qualquer acordo, e o PGR até agora não fez nada para domesticar seus funcionarios curitibanos.

  2. A Odebrecht está jogando com a mídia e MPF.

    Conheça a Tática Noboa: ou como Odebrecht enganou o MPF e a mídia

    https://br.noticias.yahoo.com/conhe%C3%A7a-a-t%C3%A1tica-noboa-ou-como-odebrecht-enganou-175342555.html

    //////////////////////////////////////////////////////

    A análise de dados armazenados em um iPhone de Marcelo Odebrecht, apreendido pela Polícia Federal (PF) na casa do executivo em 19 de junho, e feita pelo MPF, trouxe um equívoco da Procuradoria.

    Num grupo de anotações Marcelo pergunta se deve se expor e revela sua preocupação com a prisão: “tatica Noboa de eu me expor? Nosso risco eh a prisao”. Também chamou a atenção dos agentes federais uma citação, também sem data, que diz “trabalhar para para/anular (dissidentes PF)”. Os agentes escreveram, em seu relatório, que Marcelo teria a intenção de usar os “dissidentes” para de alguma forma atrapalhar o andamento das investigações. Não foi possível esclarecer a que se referia a tática “Novoa”.

    Os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato acreditam que Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da Odebrecht, tinha um plano para fugir do Brasil.

    Segundo os investigadores, a expressão “tática Noboa”, que consta nas mensagens de celular do executivo, era uma “evidente referência” a Gustavo Noboa, ex-presidente do Equador que, em 2003, fugiu de seu país ao ser acusado de malversação de fundos na renegociação da dívida externa.

    Entenderam errado.

    Vou explicar o que era a tática Noboa.

    Gustavo Noboa, ex-presidente do Equador, quando caiu nos grampos da justiça, bolou algo com sua assessoria: vazar o nome dele mesmo e de seus opositores, que também constavam duma lista de corrupção paga.

    Assim, Noboa colocou toda a sua oposição contra a operação que o acusou.

    O MPF leu errado o grampo em Marcelo Odebrecht.

    Pessoas ligadas a Marcelo bolaram a tática Noboa em três etapas, nesta semana santa:

    —Enganaram o Jornal Nacional, dando-lhes o “furo” de que haviam feito em massa delação premiada e acordo de leniência. Tudo mentira.

    —Meteram no dia seguinte ao JN aquele anúncio mentiroso em todos os jornais do Brasil.

    — Por fim vazaram o listão com o nomes dos políticos.

    Só para te lembrar: nas buscas que realizou na Odebrecht durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, no dia 22 de fevereiro, a Polícia Federal apreendeu uma lista do que seriam repasses de propina da empreiteira a políticos. A relação traz mais de 200 nomes e os valores recebidos, atingindo governo e oposição.

    Estão presentes, por exemplo, os nomes do senador Aécio Neves (PSDB-MG), do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), dos senadores José Sarney (PMDB-AP), Romero Jucá (PMDB-RR) e Humberto Costa (PT-PE), do chefe de Gabinete da presidente Dilma Rousseff, Jaques Wagner, do PT, do ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.

    A Tática Noboa foi: botar toda a oposição no saco da Lava Jato para poder, agora, contar com todo o Legislativo oposicionista ao PT para que ajudem a ferrar a Lava Jato.

    A Tática Noboa é: estamos todos no mesmo saco.

    O MPF não entendeu isso ainda: Noboa nunca significou fugir do Brasil: mas tão somente vazar os nomes de todo mundo para que todos se unam contra a Lava Jato.

     

    Foto: Reuters

     

    Claudio Tognolli – Yahoo Notícias25 de março de 2016

     

      1. Independente do autor do

        Independente do autor do texto, o conteúdo parece verossímil.

        E tem mais, ele pode não ser o autor, apenas emprestou o nome.

        De qualquer forma vamos aguardar

        1. Esse cara é um

          ativista, não um jornalista. Um guerrilheiro da informação, como Noblat, Escostescú, Mainardi e tantos outros.

          Tá querendo salvar a pele da oposição.

          Tudo indica, mas tudo mesmo, que o vazamento foi do próprio Moro. A intenção fica visível quando cruzada com a estratégia da Globo de não divulgar. É como se ambos dissessem: “Tenho todos vocês no bolso. Mas posso também olhar para o outro lado. Basta fazer o que queremos. Ou seja, entregar/abandonar o PT”.

          A debandada do PMDB-RJ mostra que o recado foi recebido (deve inclusive ter sido dado com todas as letras por alguma figura de bastidor)

          Não foi o Odebrecht q vazou a lista. Ela estava há um mês com o Moro, esperando a hora certa para obter todos os seus efeitos.

  3. Quanta humilhação  o Marcelo

    Quanta humilhação  o Marcelo Odebrecht esta passando enqto  os políticos que  foram brindados  com a dinheirama   só festa e alegria, e ele fedendo na pocilga do Moro”!!!!!!Vcs tem certeza que existe  Constituição no Brasil??? e existe tb defensores que por ela  zelam???? 

  4. Empreiteiros maldadosos!

    O super jornalista Claudio Tognolli descobriu que o MP, a PF e o Moro são ingênuas e puras vestais, assim como todos os políticos do PSDB envolvidos nestas calúnias!

    Agora a globo está difamando até FHC e Olavo Setubal. Só falta falarem que a Brasif vendeu a concessão pública de free-shops para a holandesa Duty Free. É uma “vergonha”. No tempo dos militares isso não acontecia. No bôa!

    1. Mas já tem boatos correndo

      Mas já tem boatos correndo que essa malhação de tucano peludo em praça pública, pode ser uma preparação de terremo para soltarem uma bomba contra o governo na semana que vem.

      Os coxinhas andam meio amuados depois da porrada que levaram do Teori, e do apoio maciço contra o golpe do meio jurídico.

      O Moro deve preparar algo pesado para levantar a moral da sua tropa.

      Vamos aguardar, a próxima semana vai ser tensa !!

      Os coxinhas estão dando como certo o impeachement da Dilma.

      1. Figurões no pau de arara

        Imagino que, para despistar, eles peguem aí uns dois figurões só para satisfazer a população. Investigar só gente ligada ao governo e ao PT já está descarado demais.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador