Choque entre Leis e Justiça, por Olavo Câmara

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

Por Olavo Câmara

Da Revista Diálogos do Sul

Choque entre Leis e Justiça

Caso houvesse honestidade não seria necessário a aprovação de tantas leis. Há milhares de leis no Brasil, considerando as leis municipais, estaduais e federais, além de decretos, normas, portarias e regulamentações. Há leis inúteis! Por exemplo, alguém já foi punido porque atravessou fora da faixa de pedestre?

A Deusa da Justiça, Themis, está chorando por ver tantas leis e nada se resolve, porque fazem leis e as alteram a cada dia criando “válvulas de escape” e, com isso, surgem meios legais para livrar bandidos e criminosos de condenações.

A Deusa Themis tem os olhos vendados para ser imparcial, ela deseja na verdade, sondar o seu coração para sentir se ele é honesto. A espada que utiliza na sua mão direita é para desembainha-la quando necessário para fazer justiça e somente e guardá-la de volta na bainha com honras. A balança vem do Antigo Egito e num dos pratos foi colocado o coração de Osíris e no outro a pluma da Deusa Maat.

Acontece que o coração de Osíris era tão leve quanto a pluma. Ora, se o coração de gente honesta for tão leve quanto a pluma (pena) de Maat (Maat quer dizer verdade) estará salvo. Se o contrário, a alma do desonesto será devorada pelos monstros do mundo invisível.

A Deusa está pisando com o pé esquerdo (lado do coração) sobre a Lex (lei), significando que quando houver choque entre a lei e a justiça, deve prevalecer a justiça.

Mas, existem pessoas honestas? Sim, e há uma diferença entre o honesto e o probo. O honesto é naturalmente honesto e revela o seu caráter. O honesto age sempre corretamente independente de haver ou não lei. Aliás, faz tudo certo independente de fiscalização. O probo é aquele que procura fazer tudo certo dentro das leis, mas não é honesto. Age corretamente porque tem medo da punição das leis. Vale dizer, o seu caráter não é de honestidade e quando puder vai burlar as leis ou criar subterfúgios.

Para o honesto a lei não serve para nada, daí a frase “lei ora a lei”. O que fazer para educar o povo e as autoridades? As pessoas somente evoluem em duas condições: “dor ou amor”.

Quando um povo tem todos os recursos e nunca sofreu com guerras, se acomoda. Aqueles que sofreram muito se dedicam ao amor ao próximo.

A elevação do grau de consciência de cada ser humano depende também das suas vidas passadas. Quando se aprende a amar cresce o amor para toda a humanidade.

 

*Colaborador de Diálogos do Sul – Advogado, Professor, Mestre e Doutor em Direito e Política

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. País judicializado

    A fotografia abaixo ilustra a quantidade de legislação que existe no Brasil, uma colossal reserva de mercado para mais de 1 milhão de advogados que administram litígios entre nós, cidadãos, exercem a acusação,defendem ao acusado (com polpuda % de honorários) e, ainda, vestem toga e julgam de acordo a sua conveniência. Essa “literatura jurídica” suporta muita coisa, não é STF?

    Mais detalhes?

    http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/03/em-protesto-complexidade-de-leis-advogado-lanca-livro-de-75-toneladas.html

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador