Com o fim do mandato, Dodge quer recuperar apoio de procuradores

Enquanto isso, o coordenador da Lava Jato de Curitiba, Deltan Dallagnool, prepara sua campanha para o posto

Foto: Reprodução Redes

Jornal GGN – Faltando 6 meses para o fim do mandato de Raquel Dodge na Procuradoria-Geral da República, o coordenador da Lava Jato de Curitiba, Deltan Dallagnool, prepara sua campanha para o posto, que comanda todos os procuradores da República do país e as ações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nesse imbróglio de como será decidido o novo procurador-geral, Raquel Dodge tenta recuperar a imagem perdida junto a seus pares, desde que indicou ser contrária a postura de parte dos procuradores da Lava Jato que adotam viés claramente político.

A briga foi iniciada por Dodge quando se opôs à criação do fundo bilionário criado pela Operação Lava Jato com os repasses derivados de danos da estatal Petrobras aos investigadores, em um acordo administrativo fechado pelos procuradores, com autorização da juíza Gabriela Hardt, então em substituição a Sergio Moro.

Dodge apontou todas as ilegalidades cometidas pelos procuradores no acordo fechado com a estatal e pediu ao Supremo a paralização do documento e suas consequências, como a então possibilidade da Lava Jato de criar uma Fundação, que incluía membros dos procuradores de Curitiba, para administrar estes fundos.

Foi então que a Associação Nacional dos Procuradores da República – ANPR, que apoia a Lava Jato, abriu o embate contra Dodge. As críticas da procuradora despertaram a divergência de todos os membros do MPF que se posicionavam favoráveis ao modus operandi polêmico adotado até hoje pela força-tarefa de Curitiba.

Com as divergências em alta, o risco de que Dodge perca o posto e não consiga a reeleição, sendo possivelmente subsitituída por um dos nomes da Lava Jato ao lado de Moro, o procurador Deltan Dallagnol, se tornou maior.

De acordo com o colunista Tales Faria, do Uol, em meio à essa repercussão, a procuradora vem repetindo o mantra “Sou a favor da Lava Jato, mas não de interesses políticos na operação” junto a seus pares dentro do MPF, para tentar recuperar o apoio, em meio a pré-campanha pela sua recondução ao cargo.

Mas a decisão final não cabem nem aos procuradores. A metodologia de escolha do PGR criada pelo governo do ex-presidente Lula, de garantir a liberdade e autonomia do órgão, ao eleger o número 1 da lista tríplice votada entre os próprios procuradores, foi rompida pelo ex-presidente Michel Temer, que escolheu a segunda mais votada. E, assim, também deve se posicionar Jair Bolsonaro, que poderá escolher qualquer procurador para comandar o MPF.

Redação

7 Comentários

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  1. Tudo tão errado que parece certo. Neste hospício dos trópicos, quando se faz o certo passa-se por errado. Quando se faz o errado, aplaude-se como se fosse o correto. E, infelizmente, esta senhora e seu antecessor tem culpa nisso.

  2. Agora ela se vê ameaçada pelas milícias que ajudou a criar e crescer. Agora o DD, CEO da Indústria da Delação, em Curitiba, que até hoje não explicou quem é o DD, citado por Zuccoloto, como suposto chefe da quadrilha beneficiária da propina de cinco milhões de reais, sugerida em sua proposta apresentada, em conversa gravada, com o advogado Tacla Duran, enquanto não for acusado, processado e preso pelos seus crimes, continua achando que pode alçar voos mais altos. Acredita que é capaz de convencer a todos de que as letras DD podem ser as iniciais de Duiz Dinácio Duda da Dilva ou de Dilma Doussef. Pega fooogo Cabaret!!
    https://theintercept.com/2018/06/10/tacla-duran-reforca-suspeita-da-existencia-de-industria-da-delacao-dentro-da-lava-jato/

  3. Raquel Dodge deve ter a incumbência de não permitir, por Gilmar Mendes, o fortalecimento da lava jato. Esta sustentação financeiro daria a lava jato recursos inimagináveis para enfrentar gente como este juiz e quebrar a imponência deles.

  4. Raquel Dodge está correta porque o MPF é um órgão essencial a justiça (um quarto poder) e não pode agir politicamente em nome da Lava Jato. Mas se Dallagnol quer poder, então ele deve primeiro deixar o MP e depois se candidatar a um cargo do Executivo ou Legislativo porque na lista tríplice ele pode ser preterido. Agora, chamar pra si a gestão de um fundo bilionário é, no mínimo, suspeito, além do que invade a competência constitucional dos outros poderes que dirão a destinação dos recursos.

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