Dallagnol dará palestra com o tema “a luta contra a corrupção”

Segundo informações de Mônica Bergamo, mesmo com vagas, organizadores encerram inscrições da palestra marcada para 30 de agosto

Jornal GGN – A um custo de R$ 150 cada ingresso, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, dará uma nova palestra, dia 30 de agosto, em um congresso da Uniodonto de Campinas. O título da aula é “a luta contra a corrupção”.

Segundo informações da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, as inscrições foram encerradas, apesar de até quarta-feira (17) a procura não ter sido suficientes para lotar o auditório.

“Um dia depois do questionamento da coluna, a entidade fechou as inscrições para a fala do procurador. Disse que o número de adesões estava “próximo” dos 400 lugares disponíveis e que as cadeiras restantes seriam reservadas aos odontologistas do Sistema Nacional Uniodonto​”, escreve Bergamo.

O evento contará com outras 45 mesas que continuam com vagas sendo divulgadas. A Universidade que forma dentistas disse ainda à coluna que contratou o procurador em outubro de 2018. A instituição não revelou o cachê.

Entenda

O portal The Intercept Brasil divulga desde o dia 9 de junho uma série de reportagens – algumas delas em parceria com outros jornais como Veja e Folha de S.Paulo – mostrando que, enquanto juiz, Moro atuou colaborando com o trabalho dos procuradores da Lava Jato, especialmente Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, combinando, até mesmo estratégias de comunicação.

O princípio da imparcialidade do juiz é uma exigência do Código de Ética Da Magistratura, que no capítulo III, artigos 8º e 9º, destaca:

“O magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a verdade dos fatos, com objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo o processo uma distância equivalente das partes, e evita todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito”. E, ainda que “ao magistrado, no desempenho de sua atividade, cumpre dispensar às partes igualdade de tratamento, vedada qualquer espécie de injustificada discriminação.”

Entre as revelações mais recentes está a exposição conversas entre Dallagnol e Moro, onde o procurador pediu R$ 38 mil para o então juiz, dinheiro de propriedade da 13ª Vara Federal em Curitiba, para o pagamento de um vídeo de promoção do pacote conhecido por “10 medidas anticorrupção”, que seria veiculado na Rede Globo.

Na terça-feira (16), a coluna de Mônica Bergamo ainda divulgou outras mensagens mostrando que Dallagnol pediu passagem e hospedagem no parque aquático Beach Park para ele, a mulher e os dois filhos como condição para dar palestras sobre combate à corrupção na Fiec (Federação das Indústrias do Ceará), em julho de 2017. Além disso, o procurador cobrou cachê.

Pouco antes, a Folha divulgou uma matéria mostrando que Dallagnol e o colega da Lava Jato, Roberson Pozzobon, planejavam criar uma empresa em nome das esposas para realizar eventos e palestras, lucrando com a fama e contatos obtidos da lava Jato. A conduta de procuradores em atividades comerciais por meio de palestras é fruto de questionamentos. Por isso, a proposta de Dallagnol e Pozzobon de criar uma empresa que não estivesse diretamente ligada ao nome deles.

Em um dos trechos vazados pelo Intercept, Dallagnol comemorou com Moro o fato de ainda não ter sofrido punição de órgãos de fiscalização por dar palestras. “Não sei se você viu, mas as duas corregedorias —[do] MPF [Ministério Público Federal] e [do] CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público]— arquivaram os questionamentos sobre minhas palestras dizendo que são plenamente regulares”, disse ele a Moro, em julho de 2017.

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Redação

10 Comentários

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  1. DD , a inventar , em cima do óbvio , com seu cinísmo , assustador , onde atenta contra lei sem nenhum escrupulo,

    Detectado comentário repetido; parece que você já disse isso!
    Eu nunca disse isso antes , é engano , equvoco do jornal .Att grt

  2. Uniodonto é a universidade que forma dentista ou é a “Unimed” dos dentistas ? Como a palestra do bobinho ( bobinho, hein, Gilmar !) está agendada para o dia 30 de agosto ela ocorrerá ?

    1. O mais feio e triste nisto tudo Eduardo, é que de longa data as cooperativas e grupos comerciais de planos médicos no Brasil, até por que não é comum que os profissionais da saúde sejam bons gestores de negócios e assim mesmo que envolvam grandes faturamentos, envolvem muitos gastos e questões legais, trabalhistas e cíveis muito mais por inexperiência que desonestidade. Não é a toa que vivem passando por mãos de financistas e em pendengas técnicas e judiciais com a ANS. Tornaram-se campo fértil para pendências jurídicas e quando aparecem sujeitos com crachás da área falso-moralista e campeões em defender a manutenção da real corrupção a troco de dinheiro fácil, montam seu parquinho de diversões a enganar e entreter as “crianças” com seus truques, tiques e traques.

  3. Puxa vida, como numa crise desta tem gente que desperdiça dinheiro e tempo? O título já é uma enganação em si, pois houvesse decência e estariam promovendo palestras com temáticas: “como virtualizar os gastos e controles públicos”; “como proteger o agente público da sanha ilusória da corrupção”; “como a lava jato ajudou de verdade a moralizar através de agentes íntegros e patriotas”. Quem monta aquele powerpoint tosco e confuso de uma tela, não saberia bem como lidar com estes temas. O fato é que ainda temos muitos cegos que preferem seguir a outros cegos. Só que na condição de ladeira abaixo, a coisa é bem pior.

  4. Como estão fazendo prospecção na área de saúde…
    no máximo com duas delações combinadas e três palestras muitos perderão o direito de ter saúde

    assim como milhares já perderam o direito de ter emprego

    o cara realmente sabe como tirar dinheiro da desgraça que provoca, digo, que investiga

  5. O discurso liberal se mostra puramente ideológico, visto que do ponto de vista economico e social tem ficado longe da realidade e acumulando derrotas e crises ao longo do mundo. Até mesmo a crise de 2008, só foi superada com ajuda do dinheiro do estado. Macri foi anunciado como a nova era contra os governos de esquerda na América do Sul. Os desarranjos economicos e sociais de Macri vem de longa data e sempre foi encoberto, por figuras como Waack Merval e Mirian Leitão. Se agora a realidade se mostra inclemente, Mirian acusa Macri de ceder ao populismo, e Mirian vai além receitando mais ajuste fiscal. Porém Macri já fez o que queriam, Macri deixou a economia argentina de joelhos e de volta ao FMI, que vai ditar a lição de casa. No Brasil Guedes parece ter o mesmo objetivo, continuando a sua política, logo logo terá justificativas para voltarmos ao FMI. E este e o objetivo, pois colocaria de novo a economia da América do Sul sob o comando dos bancos, isto é do mercado. A paralisia da economia, a espera das Reformas, mata dois coelhos, modifica com a trabalhista e a previdênciária, e mais uma centena de pequenas medidas, vai trasformando nossa economia numa eterna dependente submissa aos desígnios do mercado.

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