Dos 24 senadores, 14 são acusados de caixa 2, crime que tende à prescrição

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Senado
 
Jornal GGN – Dos 24 senadores que estão na chamada lista de Janot 2.0 e são alvos de inquéritos autorizados pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, apenas 10 devem ser investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e fraudes. Os outros 14 são acusados apenas de caixa 2 eleitoral – enquadramento comemorado por criminalistas que apostam na prescrição do caso antes de uma punição.
 
Liderando em volume de inquéritos entre os acusados de corrupção, Aécio Neves (PSDB) e Renan Calheiros (PMDB) acumulam 5 investigações cada um. Romero Jucá (PMDB) vem na sequência, com 4 inquéritos.
 
Aécio é suspeito de caixa 2 em três inquéritos, obtenção de vantagem indevida ao atuar em favor da Odebrecht em mais um e o quinto diz respeito a fraude em licitações de obras do governo de Minas Gerais. 
 
O senador mineiro é o único tucano na lista da corrupção passiva, lavagem e fraude. Os outros senadores do PSDB, Antonio Anastasia, Cássio Cunha Lima, Ricardo Ferraço, e José Serra, estão na lista do caixa 2. Serra é acusado de ter recebido doação não contabilizada nos anos de 2004, 2006, 2008 e 2010. O único petista no grupo, Humberto Costa, é acusado de participar de esquema de corrupção envolvendo o programa PAC SMS. 
 
O crime de caixa 2 é considerado por criminalistas “menos grave do que a lavagem de dinheiro e a corrupção”. Sua pena atinge até cinco anos e, de acordo com o advogado Celso Vilardi, tende a prescrever ou ser encerrado caso o acusado faça um acordo com a Justiça. “É praticamente impossível alguém ser preso por esse tipo de crime.” Já as penas por corrupção passiva e lavagem de dinheiro podem somar 22 anos de prisão.
 
Na lista do caixa 2, dois senadores do PT, José Viana e Paulo Rocha, não são acusados de receber a doação irregular, mas de solicitar apoio financeiro a aliados. O candidato a presidente nacional do PT, senador Lindbergh Farias, também está entre os suspeitos de receber doação eleitoral sem registro.
 
Em “Xadrez da lista de Janot, o senhor do tempo”, Luis Nassif mostra que os “83 inquéritos misturam de tudo, de problemas formais de prestação de contas a suspeitas de manipulação de licitações. Independentemente da maior ou menor gravidade das acusações, todos passam à condição de suspeitos e/ou corruptos. Trata-se de uma tática tranquila, que criminaliza as pequenas infrações e dilui as grandes acusações.”
 
 
Veja abaixo as duas listas:
 
Propina, lavagem de dinheiro, corrupção:
 
Edison Lobão (PMDB) – Usinas do Projeto Madeira
Eduardo Braga (PMDB) – Ponte Rio Negro
Eunício Oliveira (PMDB) – Aprovação do Refis
Humberto Costa (PT) – Programa PAC SMS
Ivo Cassol (PP) – Usina Santo Antônio
Osmar Aziz (PSD) – Ponte Rio Negro
Valdir Raupp (PMDB) – Lavagem, corrupção passiva
Renan Calheiros (PMDB) – 4 inquéritos – medidas provisórias e caixa 2
Aécio Neves (PSDB) – 5 inquéritos – Caixa 2, enriquecimento ilícito e fraude em licitação
 
Caixa 2:
 
Antonio Anastasia (PSDB)
Cássio Cunha Lima (PSDB)
Ciro Nogueira (PP)
Dalírio Beber (PSDB)
Fernando Bezerra Coleho (PSB)
Jorge Viana (PT) 
José Serra (PSDB) 
Katia Abreu (PMDB)
Lidice da Mata (PSB)
Lindbergh Farias (PT)
Paulo Rocha (PT)
Ricardo Ferraço (PSDB)
Vanessa Grazziotin (PCdoB)
Fernando Collor (PTC)
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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