Delação sem provas faz PF pedir arquivamento de inquérito contra Humberto Costa (PT)

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A falta de prova material que sustentasse a delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, contra o senador Humberto Costa (PT), fez a Polícia Federal pedir o arquivamento do inquérito ao ministro Teori Vazascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Agora, Zavascki pedirá a manifestação da Procuradoria Geral da República, chefiada por Rodrigo Janot, que apresentou a denúncia.

De acordo com o relatório da PF assinado pela delegada Grazieli Machado Costa e Silva, “não foi possível apontar indícios suficientes de autoria e materialidade a corroborar as assertivas do colaborador Paulo Roberto Costa” contra o senador petista.

Humberto Costa passou a ser investigado na Lava Jato após o ex-diretor de serviços da Petrobras dizer à força tarefa que recebeu um emissário do senador, em 2010, que pediu o pagamento de R$ 1 milhão para ajudar na campanha eleitoral. Esse montante seria “pago por fora”, ou seja, não declarado à Justiça Eleitoral. O intermediário seria Mário Beltrão, empresário e amigo do petista.

Paulo Roberto Costa ainda que repassou a demanda para o doleiro Alberto Youssef, que teria conseguido a promessa de pagamento da empresa White Martins. Esta estaria interessada em ser prestadora de serviço da Petrobras nas obras do Comper (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).

Apesar de reforçar a ligação de Humberto Costa com Beltrão e atuação de ambos em projetos da Petrobras no estado natal do senador, Pernambuco, o inquérito não conseguiu levantar provas que sustentem a versão de Paulo Roberto Costa sobre propina recebida da White Martins. Tudo ficou no “terreno da incerteza”.

Outro delator também teria citado um contrato da Petrobras em obras feitas em Pernambuco, em 2006, como fruto de propina ao senador. Mas essa denúncia “também permaneceu no campo das incertezas” já que o contrato sequer foi executado.

Além da falta de provas, a própria delação apresentou controvérsias a partir do momento em que Youssef negou ter ajudado Paulo Roberto Costa a atender a suposta demanda do senador. Mário Beltrão admitiu encontros com Paulo Roberto Costa, mas negou que tenha pedido recursos para doação.

“Existem elementos que poderiam justificar o pedido realizado [contratação da White Martins pelo Comperj, transação sobre a qual Paulo Roberto Costa teria influência] assim como elementos notórios da relação de Mario Beltrão com Humberto Costa. Entretanto, não foram suficientes para demonstrar a configuração da solicitação ou recebimento de vantagem indevida.”

Agora, se Janot concordar com o fim das investigações, Teori arquivará o inquérito, “já que a jurisprudência do Supremo estabelece que, quando a PGR, titular das investigações, conclui pela falta de indícios suficientes para a continuidade das investigações, ao Judiciário cabe concordar”, apontou reportagem do Conjur.

Leia aqui o relatório da PF.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

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  1. Se o Janot concordar para mim

    Se o Janot concordar para mim será uma supresa. Alguma coisa arguirá para continuar com as investigações. O Ministério Público, tratando-se de petistas, é mais realista que o rei, a rainha e toda a corte.

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