Delator diz que assassinato de Marielle foi encomendado por vereador e miliciano

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Guilherme Cunha/ALERJ
 
 
Jornal GGN – A morte de Marielle Franco pode ter sido encomendada pelo vereador Marcello Siciliano (PHS) e pelo ex-PM preso sob acusação de chefiar uma milícia, Orlando Oliveira de Araújo. É o que informa o jornal O Globo.
 
Segundo o diário, “um homem que trabalhou para um dos mais violentos grupos paramilitares do Rio” procurou a polícia e contou, em troca de proteção, que Siciliano e Orlando queriam a morte de Marielle.
 
“Em três depoimentos à Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil, ele deu informações sobre datas, horários e até locais de reuniões entre o vereador e o miliciano, que hoje cumpre pena em Bangu 9. Também forneceu detalhes de como, segundo ele, a execução foi planejada”, divulgou o jornal.
 
O vereador negou conhecer o miliciano e disse que a notícia é “totalmente mentirosa”.
 
Por outro lado, o depoente afirmou que “o vereador e o ex-PM têm negócios em conjunto na Zona Oeste” e citou “15 pessoas, incluindo policiais, bombeiros e empresários, que seriam participantes do grupo comandado pelos dois. Segundo a testemunha, Siciliano dá suporte financeiro a várias ações da suposta milícia.”
 
A testemunha teria presenciado pelo menos 4 conversas entre o político e ex-PM, e forneceu nome de 4 homens que teriam sido escolhidos para o crime.
 
Uma das conversas aconteceu em um restaurante no Rio. O delator diz que estava sentado em uma mesa próxima a do vereador e do ex-PM, e ouviu quando o primeiro disse que tinha que resolver a situação de Marielle rápido, porque ela estava “atropelando” ele.
 
O Globo revelou que o delator trabalhava como segurança pessoal de Orlando, depois de ter seu negócio (instalação clandestina de TV a cabo nas comunidades) roubado pela milícia.
 
Orlando já estava preso em Bangu quando o plano de executar Marielle entrou em ação. Ele teria ordenado os preparativos de dentro da prisão, segundo a testemunha.
 
O jornal ainda publicou que o delator procuou inicialmente a Polícia Federal para prestar o depoimento, mas acabou sendo direcionado para a Polícia Civil, que investiga o caso.
 
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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Os dedos-duros

    Os forças policiais brasileiras e o ministério público são tão incompetentes que dependem de dedos-duros para tudo. Até para esclarecer as movimentações de milhões realizadas pelos bancos em favor de doleiros, corruptos aos montes e trambiqueiros de um modo geral, tudo sempre com a chancela desavergonhada do Banco Central e a caolhice da Receita Federal.

  2. Não quero lançar dúvidas

    Não quero lançar dúvidas levianas sobre a tese de que foram miicianos, mas alguns pontos merecem ser esclarecidos:

    – Desde o princípio, esse mantra vem sendo divulgado, e chegou ao seu ápice com a desastrada ação contra 159 pessoas presas, quando o Chefe de Polícia e o Delegado responsável pelas prisões (acho que é o titular da DRACO) AFIRMOU QUE TODOS TNHAM ENVOLVIMENTO, e deu no que deu, fiasco.

    – A tese de que foram milicanos é a mais cômoda e a mais factível, ou seja, a mais fácil de colar, e atuação espetaculosa que se deu desde o crime revela que as forças interventoras engoliram a isca.

    De fato, pode ter sido a milícia, e tudo o que relatou a testemunha pode ser verdade, inclusive porque policiais já teriam chegado até na pessoa que clonou o veículo.

    Mas continuo afirmando: É um nível de sofisticação e complexidade que não combinam com a milícia, até porque, pela atuação da vereadora, seria muito mais fácil matá-la em outros lugares menos complexos e mais próximos da área onde ela incomodava.

    Crime de milícia não deixa dúvida, é “assinado”, porque é do medo que eles se alimentam!

    Não tem sentido matar sem enviar a mensagem a comunidade!

    Pelo ângulo de entrada dos projetis (estudo de trajetória) fica claro que o atirador estava em um ponto de apoio mais alto que a janela por onde entraram os projetis, ou seja, o GM COBALT tem altura similiar ao GM AGILE, o que nos indica que o atirador estava a bordo de um SUV, utilitário grande ou motocicleta, ou teria descido do veículo para efetuar os disparos.

    Até porque, dada a eficiência dos disparos (acertou e eliminou os dois alvos), considerando o movimento do veículo e ponto de contato (o momento dos disparos), não é uma ação fácil de executar.

    Dizer que vai matar parlamentar que atua da defesa dos Direitos Humanos é corriqueiro entre policiais, ex-policiais e parlamentares ligados a esses grupos.

    Agora, planejar e realizar uma operação dessas, nos arredores do Centro do Rio, aí é outra coisa. 

    Miliciano desce do veículo, enquadra e dá um monte de fuzil.

    Porém, como eu disse antes, nada impede que os milicianos tenham sofisticado seus métodos.

    Tomara que a polícia esteja certa.

      1. Cara Layla,

        Você é muito mais que esse reducionismo.

        Do ponto de vista do ato de matar, desde que o “primeiro pensamento apareceu pela primeira vez no mesmo lugar” (palavras da “salvação” de Chico Science), tanto faz se é com tacape ou com um drone.

        Não é disso que se trata meu comentário.

        A investigação policial é um emaranhado de possibilidades, e muito pouca certeza, então, para determinar certos aspectos, é preciso trabalhar as circunstâncias que envolvem os crimes, e dentre esses aspetos, está a maior ou menor sofisticação do modo de operação.

        Um crime cometido em momento de fúria incontida tem certas qualidades que diferem de um ataque do forças da Otan ou da ONU, e claro, motivações (incluindo as históricas) diferentes.

        Temos que considerar também as ações diversionistas, onde os assassinos dotados de maior sofisticação e empenho, moldam a cena do crime e um suposto modo de agir para induzir conclusões erradas dos investigadores.

        Se eu considerar o seu belo vídeo, vamos ter que investigar TODA a raça humana até achar os assassinos da Marielle.

        Com certeza, eu posso até relevar, e dizer que você quis dizer que policiais e soldados são feitos para matar, ok, mas isso resolve o que mesmo?

        Eles matam, tanto soldados ou policiais, chancelados pelas sociedades que lhes delegam essas tarefas.

        Policiais e milicianos só existem em sociedades doentes como a nossa, onde, infelizmente, estamos eu, você, estava a Marielle e etc.

        Policiais e milicianos não precisam de sutileza para matar no Rio ou em qualquer outro canto desse país que mata 40 ou 50 mil pessoas por ano!

        Foi isso que eu disse.

        Você pode concordar ou não, mas traga argumentos e não apenas essas reduções.

  3. Morte de Marielle.
    Eu não acredito. Essa morte tem conexão com outras tramas. Se puxar o fio da meada vão ser encontrados os verdadeiros mandantes.

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