Delatores da JBS e ex-procurador da equipe de Janot prestam depoimento sexta

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]


Fotos: Divulgação / Montagem: Zero Hora
 
Jornal GGN – As investigações sobre o acordo de delação premiada da JBS já começaram. Nesta sexta-feira (08), a Procuradoria-Geral da República marcou depoimentos com três dos principais delatores do grupo: o dono do frigorífico Joesley Batista, o diretor de relações institucionais da J&F Ricardo Saud, e o advogado da empresa Francisco de Assis.
 
Os três integram as conversas enviadas à PGR na última semana e que estouraram nesta semana, colocando abaixo a credibilidade do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e de outros integrantes do Ministério Público Federal. O ex-procurador que integrava a força-tarefa da Lava Jato e advogado que fechou o contrato da delação premiada da JBS, Marcello Miller, também prestará depoimento nesta sexta. 
 
Em diversos trechos, Joesley e Saud conversam sobre Miller, indicando que ele seria a ponto para os delatores chegarem aonde querem. O ex-procurador trabalhou com Janot e foi considerado um de seus braços direito nas investigações da Lava Jato. Ele abandonou a PGR em abril deste ano, quando passou a atuar em um escritório de advocacia (Trench Rossei e Watanabe), que assumiu a negociação do acordo de delação da JBS.
 
“Por isso é que eu quero que nós dois temos que estar 100% alinhado. Nós dois e o Marcello, entendeu? É, mas nós dois temos que operar o Marcello direitinho pra chegar no Janot e pá. Tã tã tã. (…) Nós nunca podemos ser o primeiro. Nós temos que ser o último”, disse Joesley em determinado momento do áudio.
 
“O Marcello está ajeitando…”, disse Saud a Joesley, que confirmou: “Isso. Só que é o seguinte: nós vamos conhecer o Janot, nós vamos conhecer não sei quem, e quem é que precisa do quê?”. 
 
“Você acha que o Marcello [Miller] tá levando tudo pra ele?”, questionou Saud, que obteve a negativa de Joesley e apontou um terceiro procurador:  “Nós falamos pro… Anselmo, o Anselmo que falou pro Pelella [chefe de gabinete de Janot], que falou pro não sei que lá, que falou pro Janot, o Janot tá sabendo… aí o Janot, espertão, o que o Janot falou: “Bota pra —, bota pra —. Põe pressão neles pra eles entregar tudo! Mas não mexe com eles. Pra —, dá pânico neles, mas não mexe com eles”, seguiu Joesley.
 
A primeira sessão com os investigados será para analisar se foram omitidas informações nas delações premiadas e até que ponto as novas acusações que aparecem nos áudios são verdadeiras ou não. 
 
O procurador-geral considerou os áudios como acusações “graves” e determinou a investigação. De acordo com Janot, dependendo do resultado das apurações os benefícios concedidos a Joesley e os demais delatores da JBS podem ser revertidos.
 
Assine
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Casseta & Planeta

    O do meio tem uma cara daquele fascistóide que foi do Casseta…será que não é o mesmo, disfarçado de procurador.

    E o açougueiro, seria o dono das Organizações Tabajara e seu indefectível slogam, “Seus probremas acabaro”?.

    O do Janot só está começando.

    Tambem, o que esperar da entrega de um açougueiro, se não por partes, queria o boi intero de uma vez?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador