Delcídio diz que Palocci negociou para beneficiar campanhas políticas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Da Agência Brasil

Por Danyele Soares
 

Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro nesta sexta-feira (3), o senador cassado Delcídio do Amaral voltou a acusar o ex-ministro Antônio Palocci de fazer a ponte entre os interesses do governo, à época da gestão petista, e os empresários para beneficiar campanhas políticas. Delcídio prestou depoimento como testemunha de acusação na ação penal que investiga o ex-ministro, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e mais 13 pessoas. Eles foram denunciados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo Delcídio, Palocci teria uma influência muito grande entre o empresariado. “O ex-ministro Palocci transitava muito bem entre os empresários. Ele era a pessoa que fazia contatos com os empresários.” Questionado pela defesa do ex-ministro se acompanhou negociações entre Palocci e os empresários para arrecadar recursos para campanhas políticas, afirmou: “eu não participava dessa ‘entorragem’, mas eu tinha as informações necessárias para compreender o papel do ex-ministro Palocci na arrecadação de recursos nas campanhas”.

Segundo o advogado de Palocci, José Roberto Batochio, o senador cassado não trouxe provas que incriminem o ex-ministro. “O senador Delcídio disse que tudo o que ele sabia não tinha presenciado nada. Disse que tudo o que falou ele ouviu dizer de terceiros. Então estamos numa situação do ‘disse que me disse’, do ‘será que pode ser’. Isso não é prova. De modo que acabada a prova do Ministério Público Federal, o saldo incriminatório é igual a zero. Para condenar, vai ter que fazer muita força. Terá que fazer um ‘salto triplo carpado com twist’”.

Também prestaram depoimento na tarde desta sexta-feira (3), o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e o engenheiro Zwi Skornicki. Os dois negaram ter tratado de pagamento de propina com Palocci. Quando Barusco detalhava o repasse de propina no esquema de corrupção da estatal, Sérgio Moro perguntou se ele tinha conhecimento da participação de Palocci nas atividades, o ex-gerente disse: “não tenho conhecimento. Eu sei que o João Ferraz [ex-diretor presidente da empresa Sete Brasil] conversava com ele. Sei que eles se reuniam, mas não sei qual era a agenda desses encontros. Eles se reuniram mais de uma vez, mas não era uma coisa frequente”.

De acordo a denúncia do Ministério Público Federal, Palocci e a construtora Odebrecht teriam estabelecido um “amplo e permanente esquema de corrupção” entre 2006 e 2015. O esquema envolveria o pagamento de propina ao PT. Os procuradores do MPF afirmam que o ex-ministro teria atuado de modo a garantir que a empreiteira vencesse licitação da Petrobras para a contratação de 21 sondas, mas a defesa de Palocci nega as acusações.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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  1. Doaçções legais, caixa 1,

    Doaçções legais, caixa 1, criminalizados pelo conluio golista, que peguem todos de todos os partidos e não apenas pete…kd o Serra 23 milhões que nem foi caixa 1 e sim roubo mesmo: tá na suiça a grana.

  2. “Em depoimento ao juiz

    “Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro nesta sexta-feira (3), o senador cassado Delcídio do Amaral voltou a acusar o ex-ministro Antônio Palocci de fazer a ponte entre os interesses do governo, à época da gestão petista, e os empresários para beneficiar campanhas políticas”:

    Todo mundo sabe disso:  o assunto eh PROPINAS.

    Ou Moro ja passou pra condenacao direto e sem provas?

  3. curinga ou bom brill? moro precisa decidir

    O delcidio é curinga que acerta os jogos falhos ou o bom brill de mil e uma utilidades!!!

    Vamos lá até no valhacouto é necessário um minimo certa ordem e moral.

  4. Se a “prova” for o depoimento

    Se a “prova” for o depoimento do Delcídio Amaral, então não houve crime. Prova testemunhal sem a corroboração de prova material vale tanto quanto um palito de fósforo usado e quebrado ao meio. Ademais, a própria idoneidade da testemunha é para lá de suspeita já que tem se revelado um mentiroso contumaz. 

    Essa “sede” para cima do ex-ministro parece um indício claro de que Ministério Público o trata como a “bala de prata”, ou seja, talvez a última oportunidade de pegar aquele alguém com as iniciais LILS. 

  5. É muito simples, basta esse
    É muito simples, basta esse indivíduo dar os nomes das pessoas que lhe “informaram “, as quais deverão ser ouvidas e apresentar as PROVAS. ou vai continuar valendo a palavra (??) dessa pessoa?

  6. É muito simples, basta essa
    É muito simples, basta essa pessoa fornecer os nomes de quem lhe “informou”, as quais deverão ser devidamente identificadas e ouvidas, apresentando as PROVAS dessa denúncia.

  7. É muito simples, basta essa
    É muito simples, basta essa pessoa fornecer os nomes de quem lhe “informou”, as quais deverão ser devidamente identificadas e ouvidas, apresentando as PROVAS dessa denúncia.

  8. É muito simples, basta esse
    É muito simples, basta esse indivíduo dar os nomes das pessoas que lhe “informaram “, as quais deverão ser ouvidas e apresentar as PROVAS. ou vai continuar valendo a palavra (??) dessa pessoa?

  9. O Poder dos Poderes

    In memoriam — hoje faz 20 (vinte) anos que o Intelectual Tardio e o Rennó autorizaram a execução de Franz Paul Trannin da Matta Heilborn (Paulo Francis) [Rio, 2set’2030 – NY, 4fev’1997] por este haver denunciado naquele glorioso governo a corrupção da Petrobras. E continuam impunes! Com a palavra o Judiciário federal curitibano…

     

    Nassif: tem que dizer ao Batochio não importa se o salto é “triplo carpado com twist” ou salto “canguru_perneta”. Pois, pela “teoria do domínio do fato”, versão do filósofo tupiniquim Morcegão, essa admite que só a menção do nome “Nove Dedos” é prova bastante para mandar pro xilindró o metalúrgico-nordestino. Esse é o sonho de Savonarola dos Pinhais, apoiado pela maioria da Corte Mor de Suplicação dos Pampas, de onde deve sair o sucessor do ministro falecido, em prejuízo da corrente da Opus Dei.

    Se a empregada desse meliante disser prá ele que ouviu da empregada de “Botafogo”, que ouviu da empregada do “Justiça” (agora substituída pela do “Indio”), contado por uma ex-empregada de “MT_43” (que foi despedida por furto), isso é o que importa. E ele narrará tais fatos para Verdugo de Curitiba que tomará a termo, sem pestanejar. Viu o que ele fez com dona Marisa?

    Ora, o meliante “Ferrari” sabe bem disso. Os seus “6 do Çu-premo” o instruiram devidamente. Por casa, comida, roupa lavada e 300 milhões de euros em conta secreta de qualquer Paraiso fiscal, quem daquele bando não delata até a mãe? Que dirá desse ladrão, com tantos fatos notórios.

    O cenário do Judiciário, hoje, tá assim. O meliante rouba até cansar. Se pego com a mão na botija é convidado a “cantar” de alguma coisa que possivelmente saiba e que possa incriminar algum disafeto do governo. Então, os da Polícia do Intelectual Tardio colhem uns rumores aqui e ali, normalmente pelo Japonês, e manda para os meninos da PR, que reduzirão a termo e mandarão para “determinados” Verdugos federais. Os Gogoboys são convincentes em suas persuasões. Dizem, já têm nomes e endereços completo dos “canários”. Ela é tomada em “(quase) segredo de (in)Justiça”, para ser vazada quando o Partido pedir.

    Parece que o presidente-operário, por só ter curso do SENAI, vai direto para o “Pavilhão 6 Carandiru”, onde um facção criada pelo Congresso lhe dará boas vindas e o enforcará numa “teresa”. Tudo dentro da nova Lei.

     

    PS: o importante é que o pessoal do Jardim Botânico já autorizou o Hospital Sirio Libanes a declarar a morte de dona Marisa. Com isto a familia já podem receber os pêsames e ela ser sepultada.

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